O que faz aqui ?

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Um mês e alguns dias depois...

Alec narrando.

Bebo minha água desejando que fosse um whisky; é impossível aguentar essas reuniões sóbrio. Tudo bem que minha especialidade na empresa é negociação e isso exige muitas reuniões, enquanto meu irmão do meio, o Antoni, é responsável por receber os sócios e as reuniões do financeiro. Já meu irmão mais velho, o Andrew, cuida dos nossos modelos e é ele quem gosta de criar coisas bobas com nossos equipamentos.

Mas, fala sério, eu não aguento mais ter que ficar aqui. Eu iria finalmente trabalhar com meus irmãos na empresa, ia comprar uma casa para ficar permanentemente lá, e não vejo a hora de voltar. E eu também preciso achar alguém, uma pessoa com quem não consigo parar de pensar há mais de um mês. Ela está completamente na minha mente: seu corpo, seus olhos, ah, sua boca, ela é absurdamente perfeita.

Mas o pior de tudo é que eu não sei seu nome e, assim, não consegui arranjar nenhuma informação sobre ela. Eu até fui um pouco grosso quando vi a camisinha rasgada, mas isso ela supera; eu quero conhecê-la.

— O senhor Álvares exige uma publicação sobre a ajuda dele na construção das lojas Russo em seu país — diz seu tradutor, e eu seguro a risada.

Ah pronto, o velho me levou para conhecer alguns lotes vazios e acha que devo publicar sobre isso. Ele fez o trabalho que um corretor ou taxista faria, e nem foi de graça, porque eu tive que pagar por esse tour.

— Desculpe, mas não vamos publicar nada disso. Eu sou grato por ter sido apresentado a esses lugares, mas isso não foi um contrato, apenas um favor — sou claro, e o tradutor repassa.

— Obrigada por tudo e até a próxima — me levanto oferecendo minha mão para o senhor, que mesmo com cara feia, se levanta e aperta a minha.

Eu não quero passar mais uma noite nesse país; tem muitas coisas me esperando. Mando mensagem para a equipe do jato da minha família. Tudo bem que eles viriam amanhã mesmo, mas quero ir embora logo.

[...] Coloco as malas no chão sorrindo e estranho não ter ninguém. Eu avisei que viria hoje; cadê minha festa surpresa?

— MÃEEEEE — grito e escuto um vaso quebrar. Corro na direção do barulho e vejo minha mamãe.

— Filho? O que está fazendo aqui? — ignoro sua falta de educação e a levanto em um abraço. Ela ri, e dou vários beijos nela.

— Não estava com saudades de mim? Eu vou embora então — ameaço, e ela pega uma flor e me bate.

— Não fala isso, eu estava arrumando tudo para você chegar amanhã, meu bebê — ela me olha com cuidado e reprova minha barba rala.

— Não vai fazer isso não, mas era para você estar vindo amanhã. Comprei coisas para fazer seu bolo favorito, íamos fazer um evento e apresentar você para nossos sócios e colaboradores.

— Nós podemos fazer esse bolo agora? — peço, e ela me olha animada.

— Quando você diz "nós", quer dizer eu fazer e você lamber a cobertura? — assinto com a cabeça, e minha mãe ri. Ela é um amor de pessoa e sabe que eu não tenho talento na cozinha.

Pela diferença de idade, minha mãe me criou de forma diferente. Tenho 25 anos e meus irmãos têm 30 e 35. Ela não me ensinou a cozinhar como ensinou a eles porque queria que eu fosse menos maluco que eles. Não sei por que, mas parecia que eles faziam competição ou algo do tipo. Além disso, ela não me deixava ver TV nem ficar lendo revistinhas; graças àqueles babacas, fui podado.

— Vou tomar banho e já volto — falo e me viro, mas piso nos cacos de vidro.

Ergo minha mãe, fazendo-a rir, e a coloco em cima da pia.

Acidente Perfeito- 2° RUSSOSOnde histórias criam vida. Descubra agora