Julia narrando.
Seguro o terceiro resultado de gravidez positivo que fiz em mais de um mês:
— Mas isso, está errado, eu quero um novo — falo e a obstetra respira calmamente.
— Júlia, minha querida, eu já falei que o falso positivo é extremamente raro, e após fazermos vários testes de fita e de sangue, você está grávida, minha querida.
— Isso não pode ser possível — falo de novo, e a Jade revira os olhos ao meu lado. — Eu tomo a injeção anticoncepcional, doutora, era impossível eu engravidar.
— Bem, foi um milagre, quem sabe os planos de Deus? — ela tenta me fazer sorrir.
— Eu sei os meus, eu e Deus sabemos que não tenho vocação para ser mãe.
— Vamos tentar se acalmar, tá bom? Você ainda tem muito tempo para pensar em qualquer coisa, afinal, são nove meses, né? Agora podemos fazer a ultrassonografia.
— Podemos — ando com ela até a máquina e minha amiga segura minha mão, também ansiosa.
— Essa pequena manchinha é o seu bebê. Eu chuto uns trinta dias, mas no exame de sangue que recebemos podemos ver exatamente.
— Quando vou poder saber o sexo do bebê? — pergunto ainda assustada, a ficha não caiu.
— Você e o papai devem estar ansiosos, né? — a médica pergunta e fecho a cara para ela, entrometida.
— Somos apenas eu e esse bebê — digo simples, nunca mais volto aqui.
— E a madrinha aqui — a Jade diz animada e dou risada.
— Madrinha?
— Eu sei que você tem um monte de amigos, mas disso eu não abro mão — beijo sua mão que segurava a minha agradecida.
— Prontinho, as imagens vocês pegam lá na recepção, ok? Vou deixar todo seu pré-natal agendado, mãezinha. Espero você na próxima consulta.
— Estarei junto — a Jade diz para mim e limpo minha barriga do gel nojento.
Saímos da sala dela e pego o envelope grande na recepção, saindo apressada. Hoje tem um evento na casa dos meus chefes, vou conhecer o filho deles para quem vou trabalhar, mas estou mais animada com a comida, estou morrendo de fome.
[...]
Assim que chegamos na mansão Russo, nos separamos quando eu dou uma desculpa e ando apressada para a cozinha. Vejo milhares de caixas de comida e funcionários entrando e saindo a todo momento:
— Senhorita, o que faz aqui? — um garçom pergunta e pela sua cara vai me expulsar.
— Eu estou grávida e estou morrendo de vontade de comer aquele docinho com castanha em cima, posso pegar? — sorrio tentando o convencer, que assente me dando um potinho.
Ele abre as caixas para mim e pego mais doces do que eu deveria.
— Muito, muito obrigada — ele sorri dando de ombros e saio pela porta dos fundos, parando em um dos bancos do jardim.
Como devagar apreciando o sabor, mesmo sendo maravilhoso, não consigo pensar apenas nisso, na minha cabeça passa tanta coisa. Mas mesmo não tendo sido planejado e nem tendo caído a ficha totalmente, eu já estou começando a amar esse pequeno ser.
Vou ter que fazer tanta coisa. Meu apartamento tem dois quartos pelo menos; eu usava um como biblioteca e salinha de tranqueira, mas arrumarei tudo e farei um lindo quartinho. Vou ter que fazer alguns cursos e ler livros de como ser mãe. Não quero ser nem um pouco parecida com os pais que eu tive. Espero que não seja tão difícil.
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Acidente Perfeito- 2° RUSSOS
General FictionCompleto disponível na Amazon e no Telegram. Eu sou Alec Russo, o irmão do meio da família Russo. Minha vida sempre foi marcada pela adrenalina, pelas viagens e pelas negociações que me mantêm em movimento constante. Eu sou o tipo de homem que vive...