Chaeyoung sempre foi diferente das outras jovens e ela sempre soube disso.
Por exemplo, tinha certeza de que era a única noiva a escrever a seguinte lista de afazeres no dia de seu casamento:• Banho
• Penteado
• Vestido
• LagostasTrês horas depois, ela estava banhada, penteada e vestida para a tristeza dela e de Rex, ainda não havia sinal de que Fluffy fosse mudar de carapaça.
Ela estava na galeria observando o ambiente em que aconteceria seu casamento típico das Terras Altas. Era um cenário frio. Não havia qualquer decoração especial.
Era difícil conseguir flores no começo do ano, não havia fitas à disposição para enfeitar o lugar nem tempo para qualquer outra coisa.
Lá fora, caía uma tempestade de primavera. Vento e chuva uivavam, açoitando as paredes do castelo. No salão principal, velas ardiam em todos os castiçais disponíveis. As chamas dançavam e tremeluziam, parecendo tão ansiosas quanto Chaeyoung.
Criados do castelo ocupavam um lado do salão. Os homens da Capitã Kim Jisoo ocupavam o outro. Os dois grupos esperavam por ela. E Chaeyoung desejava outra coisa que não continuar ali onde estava, para sempre. Ou ir se esconder com Fluffy debaixo das pedras.— Pronta, senhorita?
Ela estremeceu, assustada. Jisoo tinha se juntado a ela na galeria, aproximando-se furtivamente com seus passos felinos. Aproximando-se com sua aparência deslumbrante. Misericórdia. Ela também tinha tomado banho. E se arrumado. A maior
parte de seu cabelo castanho tinha sido domada com uma escova, mas algumas mechas incorrigíveis lhe caíam pela testa de um modo sensual. Alguém tinha escovado seu casaco vermelho e lustrado os botões. O cordão dourado e os metais brilhavam sob a
luz das velas. Mais cedo Kim estava atraente de um modo bruto. Naquele momento, estava magnífica.Chaeyoung sentiu que não estava à altura dela. Becky tinha feito o que podia com seu cabelo, mas Chaeyoung não teve escolha a não ser usar um de seus vestidos cinza-escuro
de sempre. Há anos ela não mandava fazer um novo. De que adiantaria? Ela nunca ia a lugar nenhum, nunca recebia ninguém. Era óbvio que ela não estava preparada para um casamento.— Não me sinto pronta para isso — ela disse.
Jisoo a observou, examinando-a rapidamente.
— Para mim, você parece pronta.
Não era aquilo que uma noiva sonhava em ouvir no dia de seu casamento. Nada de “Você está linda”. Nem “Você está fantástica”.
Para mim, você parece pronta.
Ela olhou para a meia-dúzia de soldados que aguardavam no salão.— O que os seus homens acham que está acontecendo aqui, esta noite?
— Eles acham que vou me casar com você.
— Então eles sabem das cartas?
— Eles sabem que eu as recebi, mas nunca as leram.
Chaeyoung gostaria de acreditar que Jisoo lhe dizia a verdade, mas ela duvidava. Para uma soldada em situação deplorável, os devaneios de uma jovem inglesa com imaginação demais e experiência de menos devem ter sido uma diversão e tanto. Por
que Kim guardaria tudo isso para si? Parecia muito mais provável que suas cartas tivessem passado de mão em mão nos acampamentos para que todos se divertissem nas noites entediantes.— É tanta gente — Park disse. — E um lugar tão grande.
Aquilo começava a parecer uma multidão de verdade. E Chaeyoung se sentia bem no meio de multidões.
— Você deve saber, pelas minhas cartas, que não aguento reuniões sociais como esta. Minha timidez foi o motivo pelo qual eu inventei você.
— Me inventou? Senhorita, você não me inventou.
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A Noiva da Capitã | Chaesoo
RomancePark Chaeyoung possui muitas habilidades preciosas: é uma excelente desenhista, escreve cartas como ninguém e tem uma criatividade fora do comum. Mas se tem algo em que ela nunca consegue obter sucesso, por mais que tente, é em se sentir confortável...