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Então, Jisoo pensou, está é a jovem. Finalmente, ela estava ao seu alcance  Park Chaeyoung. Nas palavras dela mesma, a maior pateta a respirar o ar da Inglaterra. Mas ela não estava mais na Inglaterra. E pelo modo como ficou pálida nos últimos segundos, Jisoo desconfio que ela também não estava mais respirando.

Ela deu um pequeno aperto na mão de Chaeyoung, que a lembrou de respirar.
Park inspirou fundo e a cor volto ao rosto. Pronto, assim era melhor.

Pra ser sincera, Jisoo precisou de um momento para se recompor. Chaeyoung  também tinha tirado seu fôlego. Jisoo passou muito tempo imaginado a aparência dela. Tempo demais ao longo dos anos. É claro que ela lhe enviou desenhos de todos os benditos cogumelos, largatas e flores que existiam, mas nunca lhe enviou qualquer retrato dela própria. Pelos deuses, ela era linda. Muito mais bonita
do que suas cartas a fizeram imaginar. Também era menor e mais delicada.

‐ Então... - Chaeyoung disse -, isso significa que... você... eu... blééé.

Muito menos articulada, também.

O olhar de Jisoo deslizou para a tia, que de algum modo era exatamente como ela sempre a imaginou. Ombros frágeis, olhos agitados, turbante cor-de-açafrão.

- Será que nos permite alguns minutos a sós, tia irene? posso chamá-la de tia irene?

- Mas... é claro que pode.

- Não - a noiva dela gemeu - Por favor, não.

Jisso deu batidinhas no ombro dela.

- Tudo bem, tudo bem.

Tia irene se apressou em defender a sobrinha.

- Você precisa perdoar a minha Chaeyoung, Capitã. Durante muito tempo pensamos que você estivesse morta. Ela tem vestido luto desde então. Recebê-la de volta assim... bem, é um grande choque. Ela está muita agitada.

- É bem compreensível - a Capitã disse.

Era mesmo. Jisoo estaria surpresa, também, se uma pessoa que ela tivesse inventado e depois mentindo a respeito por quase uma década aparecesse à sua porta, do nada, em uma bela tarde. Surpresa, chocada... talvez até receosa.

Na verdade, Chaeyoung parecia estar aterrorizada.

- O que foi que você disse que queria, mo chridhe? Um cataplasma?

- Um elixir - tia Irene disse. - Vou preparar um agora mesmo.

Assim que a tia saiu da sala, Jisoo apertou o punho ao redor do pulso delgado de Chaeyoung e a colocou em pé. O movimento pareceu ajudá-la a encontrar a língua.

- Quem é você? - ela sussurrou.

- Pensei que já tivéssemos estabelecido isso.

- Você não tem escrúpulos? aparecer aqui como uma impostora, para assustar minha tia?

- Impostora? - Jisoo fez um som divertido. - Não sou uma impostora, minha donzela. Mas tenho que admitir: não tenho nenhum escrúpulo.

Chaeyoung molhou os lábios com uma passada nervosa da língua, chamando a atenção da Capitã para a boca pequena e carnuda que poderia ter passado despercebida. Pensando no que mais poderia não ter percebido, Jisoo passou seu olhos pelo corpo dela, desde o coque malfeito até... o corpo que devia estar escondido debaixo daquela mortalha cinzenta de gola alta. Não importava, Ela tinha ido para receber o que lhe era devido.

Jisoo inspirou fundo. O ar ao redor da Park possuía um aroma familiar.
Quando sentir o cheiro de lavanda, a vitória estará próxima.

A Noiva da Capitã | ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora