Capítulo 3

34 8 0
                                    

Encarei Mariana  em choque, minhas pernas estavam quase vacilando, ainda bem que eu estava sentada. 

— O que? Mas a Margarethe ... – me interrompi ao lembrar que Margarethe quem sempre se oferecia de pagar minha faculdade, é claro que ela não pagou. 

— Juliana , o pagamento está atrasado a seis meses. – o que? – Se não pagá-los, infelizmente você não poderá continuar aqui. 

— Olha Mariana, eu e meu pai estamos passando por uma crise, e a minha faculdade é tudo para mim. Por favor me dá só mais um tempo! 

— Tudo bem Juliana. – suspirou e me encarou. – Te dou só mais um mês, você sabe que eu gosto de você e se eu pudesse eu não te deixaria nessa situação mas, essa é a política da universidade. 

— Obrigada! Logo eu vou conseguir pagar. 

— Vou ter que te afastar até que o pagamento seja feito. – suspirou me olhando – Não iremos trancá-la, vamos manter sua vaga. Principalmente por você já estar a ponto de se formar. Mas eu preciso seguir ao menos uma das regras da universidade. 

— Tudo bem, eu entendo. 

— Iremos colocar outro aluno para lhe cobrir no hospital, não se preocupe. – tentou me confortar e apenas acenei com a cabeça em concordância – Está dispensada, pode voltar. 

— Mais uma vez, muito obrigada. – agradeci e me retirei da sala. Eu estava morrendo de vergonha, nunca que isso aconteceu. Sempre foi pago direitinho mas depois que meu pai deu esse dever a Britanie... 

Nem quis voltar para a sala. Fiquei no jardim refletindo um pouco e não demorou para que Livia aparecesse. 

— O que houve? – se sentou ao meu lado. 

— Ai Me! – lhe abraço sentindo as lágrimas começarem a invadir meus olhos. – É muita pressão em cima de mim. 

— Me fala, o que está acontecendo? 

— Tá. – suspirei. 

Com calma comecei a contar tudo a ela que ficou por um longo tempo sem reação. Livia   era a rainha das reações, isso demonstrava o quão sério tudo parecia ser.  

— Casar? Mas você nem mesmo o conhece. – começou ela. 

— Exatamente, e meu pai quer basicamente me obrigar a isso, e eu não estou encontrando nenhuma saída. 

— Agora eu não sei, está muito complicado. – diz arrumando o cabelo como se tentasse pensar em algo. 

— Eu vou indo, não tenho mais cabeça para continuar. 

— Tudo bem, qualquer coisa é só me ligar. 

— Tá bom. – lhe dou um beijo e vou andando até chegar em casa. 

Assim que adentrei a casa, Maria minha empregada de anos vem falar comigo. 

— Ju eu sei a situação em que vocês estão e sinto muito mas, eu não posso continuar. Eu tenho quatro filhos para sustentar, uma mãe doente, e eu não posso continuar trabalhando e não receber nada. 

Oh não! Até a Maria eu vou perder. 

— Sinto muito, eu não queria abandonar vocês mas eu preciso pensar em mim. – eu a abraço fortemente.  — Desculpe te fazer passar por isso Ma. Eu entendo. Assim que nós conseguirmos nos resolver eu entro em contato para resolver suas contas. – ela afirmou e me abraçou pela última vez saíndo logo em seguida. 

Subo para o meu quarto e me jogo na minha cama enquanto tento pensar em outra saída mais rápida e eficiente disso tudo. 

Frustrada joguei o meu  despertador contra a parede. Por que tudo tem que ser tão complicado para mim? 

Passei o restante do dia trancada no quarto. Após tomar um banho, desci para o andar de baixo e fui direto para o pequeno bar na sala de estar. Coloquei um pouco de whiskey no copo e tomei um gole enquanto sentia minha cabeça latejar. 

Meu pai entra na sala e me encara. 

— Filha você sabe alguma coisa da Maria? Eu não a encontro. 

— Pai, a Maria foi embora. 

— Como assim? – me olhou sem entender.  — Ela não pôde continuar com a gente. Ela precisa de dinheiro e na situação em que estamos não dava para ela continuar trabalhando duro sem receber. – digo antes de virar mais um gole do whisky o sentindo queimar minha garganta. 

— Ótimo, mais problemas! – se senta no sofá e abaixa a cabeça. Virei o último gole da bebida e encarei papai. 

— Por esse motivo e entre outros eu decidi que... eu vou me casar com esse filho do seu amigo. – ele levanta a cabeça e me encara. 

— O que?

Casamento por contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora