Capítulo 11 - Transformação

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Clarke Luthor Zor-El  |  Point of View






A dor era enlouquecedora.

Exatamente isso – eu estava enlouquecendo. – Eu não conseguia entender, não fazia sentido o que estava acontecendo. Meu corpo tentava rejeitar a dor, e eu era sugada de novo e de novo pra uma escuridão que cortaram alguns segundos, e até minutos da agonia, fazendo ser mais difícil ser racional.

Eu tentei separá-las.

A surrealidade era negra, e não doía tanto.

A realidade era avermelhada, e era como se eu estivesse sendo serrada ao meio, atingida por um ônibus, socada por um premiado lutador, atropelada por búfalos, e submersa em ácido, tudo ao mesmo tempo. Na realidade eu estava sentindo meu corpo girar e pular enquanto não era possível que eu me movesse por causa da dor. Na realidade eu sabia que havia algo muito mais importante que toda aquela tortura, mas não era capaz de me lembrar o que.

A realidade veio rápida demais.

Um momento, tudo estava como devia estar. Rodeada de pessoas que eu amava.

Sorrisos.

De alguma forma, incomum como essa, era como se eu fosse conseguir tudo pelo que eu estive lutando. E então, uma coisinha deu errado.

Eu vi quando o meu corpo tombou, sangue escuro se espalhando e manchando o branco perfeito, e eu cambaleei instintivamente. E eu vi os outros, mãos ágeis, mas meu corpo continuava se esticando... Dentro de mim, alguma coisa se moveu em outra direção.

Rasgando. Quebrando. Agonia.

A escuridão tomou tudo, e foi lavado por uma onda de tortura. Eu não podia respirar – eu tinha me afogado uma vez, mas era diferente agora; estava muito quente a minha garganta.

Pedaços de mim partindo, rasgando, despedaçando...

Mais escuridão.

Vozes dessa vez, gritando, quando a dor voltou.

Eu não tinha noção de mas nada além da dor, meu cérebro tentou reformular coisas para que eu me distraísse, talvez fosse mãe Mãe Lena tentando me ajudar ou tio Brainy, mas eu sabia que nenhum deles tinha noção das cenas que vieram à seguir. Aquele seria um segredo que eu carregaria ao túmulo, embora eu soubesse que estava morrendo, não era uma boa hora para lembrar daquilo quando minha mãe que lê pensamentos está em algum lugar ao meu lado.

“... — Tem certeza disso? – Lexa perguntou. — Se Kara nos pegar, Deus é quem me livre porque tenho certeza de que minhas mães não irão conseguir.

Acabei rindo.

— Não sabia que tinha medo dela! – Lexa sempre pareceu tranquila quando o assunto era minhas mães, mamãe Kah sempre dizia que gostava da garota por ter um parafuso à menos e mãe Lee dizia que ela era uma ótima garota.

— E eu não tenho! – Lexa olhou para o meu busto que vestia apenas um sutiã. Olhei seus lábios vermelhos e fiquei neles, estavam um pouco inchados pelos beijos trocados. — Uma coisa é dormimos juntas, outra é elas saberem que nossa amizade avançou.

Eu bufei virando nossos corpos deixando ela por baixo dessa vez.

— Você não estava reclamando isso quando segundos atrás sua boca estava na minha. – sorri e notei um brilho diferente em seus olhos, Lexa era linda. — É sexo, você disse que me ajudaria.

— Estou sentindo uma imensa vontade de me bater por ter dito isso, mas minha calcinha está molhada demais para que eu volte atrás. – Acabei gargalhando.

A Primeira Eterna - Livro 3 - Um Conto a Parte / KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora