Já dentro da cabana, a princípio, Harry não pôde olhar ao redor para saber se alguém vivia alí de fato ou se estavam invadindo alguma propriedade.
Sirius logo o botou deitado em uma cama e Harry conseguiu finalmente relaxar e deixar com que seu corpo sentisse toda aquela fraqueza, sem precisar lutar contra ela.
De olhos fechados ele conseguiu ouvir como se correntes estivessem sendo mexidas, trazidas para perto de onde estava. Foi então que com um pequeno esforço ele conseguiu abrir os olhos e logo saiu a procura de seu pai.
Era Sirius quem fazia todo aquele barulho que de fato se tratava de correntes. Grossas e longas correntes de ferro.
- Pra que isso? - Harry perguntou com a voz rouca.
Sirius o olhou, largou o que estava fazendo e foi até seu filho.
- Não se preocupe garoto. - falou passando a mão pela testa do outro. - Preciso buscar sua mãe.
- O que eu tenho, pai?
- Não fale muito. Eu prometo que você vai ficar bem.
Harry quis questionar mais uma vez que tipo de doença poderia ter lhe atingido tão rápido, mas assim que abriu a boca para isso, uma dor repentina atingiu sua coluna. Bem no meio de sua costa.
A dor foi tão forte que Harry não fez outra coisa além de gritar e se contorcer. Os trovões que rugiam pareciam entender Harry, soltando seu barulho cada vez mais alto.
Por mais que Sirius tentasse segurá-lo na cama para nãose machucar, Harry parecia ter muito mais força do que aparentava.
- O que está acontecendo? PAI... - Falou seguido de mais um grito de dor.
- Não temos tempo... - Sirius falou baixo e saiu para pegar uma daquelas correntes.
- O que... - Harry falou ao ver seu pai caminhando em sua direção com o objeto.
- O que é isso? Pai... o que está acontecendo? - Harry questionou exausto. Mas mesmo assim tentou se afastar de seu pai.
- Sinto muito... filho.. eu preciso.. - Sirius falou comovido, mas aquilo não fez Harry parar, apesar de ainda sentir uma dor se espalhar por seu corpo.
Ao cair da cama para tentar fugir Harry encontrou algumas barras de ferro pelo chão.
Sem pensar, apanhou uma delas e apontou para Sirius.
- Harry. - Sirius falou parando onde estava, tentando acalmar o garoto.
- Fique longe de mim com isso! - Harry gritou sem abaixar a barra que segurava.
- Eu sinto muito... - Sirius falou colocando a corrente no chão como sinal de trégua.
- O que eu tenho? O que está acontecendo comigo? - Harry perguntou em meio a lágrimas.
Ele já não sabia porque estava chorando. Se era por dor ou por medo.
- Harry...
- ME FALE! - Harry gritou.
Sirius fitou o filho por mais alguns segundos e enfim concordou.
- Você é um lobo, Harry.
Harry queria conseguir rir daquela frase ridícula porque aquilo não fazia o menor sentido.
- Você ativou a maldição quando matou Cedrico Diggory. - Sirius continuou. - Agora você precisa me deixar colocá-lo nessas correntes. Na sua primeira transformação não terá controle.
- Você ficou maluco? - Harry perguntou com indignação. - ISSO NÃO EXISTE!
- HARRY, VOCÊ TEM QUE ACREDITAR, NÓS NÃO TEMOS TEMPO!
Mais uma vez Harry foi atingido pela dor, mas agora estar vindo de toda sua costa. Fazendo com ele se controcesse no chão.
Sirius tentou segurar o filho novamente para que não se machucasse, mas sabia que aquilo iria apenas piorar. A dor só estava começando.
- Eu sinto muito querido. - Sirius falou ao mesmo tempo em que Harry chorava para aquilo parar.
Quando percebeu que Harry estava um pouco mais calmo, Sirius o soltou e voltou-se para a corrente que havia sido largada no chão.
- Não.. Não. Você não vai me prender. - Harry falou quase como sussurros enquanto se movia pelo chão tentando se afastar.
- Vai passar, eu prometo. - Sirius falou e segurou um dos pés de Harry e começou a passar correntes por lá.
Harry gritava e debatia como podia, tentava atrapalhar Sirius de todas as formas, mas nada estava impedido que seu pai fizesse aquilo.
Foi então que seus olhos viram a barra de ferro que segurava antes da nova onda de dor. Harry não via outra alternativa e não queria mais perder tempo pensando em algo para sair de lá, com isso, voltou a pôr a mão na barra e atingiu seu pai.
Sirius caiu no chão acordado. Mas gemia com a dor que seu filho havia acabado de lhe causar.
Harry tentou sair de onde estava, desfazendo todo o trabalho do Black com as correntes, e mesmo fraco e com dificuldades conseguiu se pôr se pé sozinho.
Quando Harry saiu da cabana velha, para sua falta de sorte a chuva já começava fina. Os trovões e raios continuavam a soar forte no céu.
Harry pensava em seu pai, se estava bem depois de ser atacado pelo próprio filho.
Talvez nunca fosse perdoado por tudo de errado que estava fazendo naquele dia.
Agora, sozinho, ele nem mesmo sabia o que fazer cambaleando floresta adentro. Seu corpo ainda doía e para piorar, ele não fazia ideia se aquela dor iria voltar.
Também passava por sua cabeça a fala de Sirius. Que Cedrico havia morrido naquela queda, como ele tinha dito aquilo com tanta certeza.
Por conta daquela brincadeira mais do que idiota e desnecessária. Por culpa de sua insistência. Ele era culpado pela morte de um amigo.
Harry ainda conseguia lembrar do absurdo que seu pai tinha dito. Um lobo. Mas como tal coisa seria verdade? Ninguém poderia ser um animal. Poderia? E era óbvio que Sirius não estava brincando quanto aquela informação, ainda mais dentro daquele momento. Seriam para isso aquelas correntes? Mas não poderia ser.
No momento em que a chuva tornou-se mais agressiva, Harry nem mesmo sabia onde estava, muito menos que distância havia sido tomada dali até seu ponto anterior.
Foi então que a dor voltou. Forte como das outras vezes, fazendo com que mais uma vez ele berrasse de dor e tentava se manter de pé segurando-se em uma das árvores.
O terreno da região não colaborava. Muito menos com a lama se formando devido a água que caia do céu.
Mesmo assim, Harry tentou seguir.
Harry não conseguiu nem mesmo completar cinco passos de pé. Logo seu corpo foi de encontro ao chão e foi nesse momento que Draco o viu.
Draco o observou de uma distância mediana. Viu quando Harry começou a gritar cada vez mais alto e parecia não durar muito naquele estado de agonia.
Harry sentiu como se todos os ossos de seu corpo estivessem quebrando. Partindo em vários pedaços. E caso estivesse assistindo aquela cena como Draco fazia, descobriria que estava errado em escolher fugir de seu pai naquela hora.
Draco sabia que não deveria estar ali. Era perigoso e arriscado. Mas o medo não era algo que sentia. Aquele menino estava se transformando em um lobo e pela dor e sofrimento era a sua primeira vez.
A menos de onze anos Draco tinha enfrentado a morte. Sabia o quanto tinha sofrido, por isso não era algo que desejava passar sozinho como acontecia com aquele jovem caso algo saísse errado.
Por esse motivo ele continuou alí, debaixo de toda aquela chuva, vendo o formato do corpo de Harry mudar e a sua pele se rasgar para dar espaço a pelos e patas.
Em questão de minutos Draco tinha a visão de um lobo completamente preto. Recém formado.
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I Don't Wanna Live Forever - ᴅʀᴀʀʀʏ
FanficDraco Malfoy foi obrigado por seus pais a se tornar um vampiro. Adquirindo inimigos. Sendo odiado e temido. Harry Potter imaginava que seres sobrenaturais não se passavam de histórias inventadas por adultos, o que ele não podia imaginar era que sua...