*Prólogo*

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Odeio notar como as próprias mulheres se desmerecem, umas às outras se chamado de feias e julgando seus corpos. Se nós mulheres não nos apoiarmos quem irá?

Percebo de relance a careta de uma mulher de alta classe ao encarar uma mulher de baixa, sentada num banco ali perto e abraçando seu filho. As roupas dela estão meio esfarrapadas, já seu filho está vestido num uniforme um tanto quanto peculiar, que eu mesma reconheceria de longe.

Paro em frente a eles e me abaixo para conversar com o menino, o olho atenta e lhe dou um sorriso.

-Você acredita em magia? -Sussurro para que só os dois me escutem.

O garoto assente e a mãe me olha esperançosa, continuo:

-Você vê aquela mulher ali? -Indico a mulher de alta classe que nos encarava.

De novo o menino assente, sorrio e ergo um pouco a varinha para que vejam.

-Olhe de novo!

De costas eu escuto os gritos da mulher atrás de mim e as gargalhadas baixas do menino em minha frente.

-Continue acreditando em magia, o lugar para onde irá está cheio dela. Não deixe as pessoas te subestimarem Cris, mostre a elas quem você é!

A mãe me olha surpresa por saber o nome do seu filho, balanço a varinha discretamente e um pacote de pães doce cai em seu colo.

-Boa sorte.

Pela última vez olho para a mulher atrás de mim, as mãos enrugadas, o nariz comprido e orelhas grandes de mais para sua cabeça, sorrio e sentindo o olhar do menininho em mim, atravesso a parede de tijolos.

O quarteto da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora