Capítulo 12: Altas Temperaturas

49 13 67
                                    

  Nos escondemos atrás de uma grande pedra, e olhamos para o local onde ouvi o som dos passos. Havia um grupo de doze grandes seres, tanto em altura como em largura, tinham todo o corpo deformado e de um tom acinzentado bem escuro, carregavam em suas mãos machados e espadas. Para piorar nossa situação, o olfato deles era muito bom, tanto que logo nos localizaram, era a única explicação, não estávamos nos movendo, só podiam ter sentido nosso cheiro. Nisso um deles lançou em nossa direção um machado, aproveitei e o peguei para mim, logo em seguida eu e Peterson corremos o mais rápido que podíamos. Tivemos que voltar para o lugar onde tínhamos iniciado, infelizmente nossa única escapatória era pelo caminho que levava para perto dos vulcões e as poças de lava. Os seres deformados não eram rápidos, mas ainda nos perseguiam, e como o local onde nos encontrávamos era perigoso, tínhamos que diminuir o passo, isso fez com que  a distância entre nós e os seres diminuísse bastante. Mandei o garoto ir na frente, eu tentaria matar as criaturas que estavam mais próximas. Conseguir atirar e matar dois, depois ficou difícil de acertá-los, e eles se aproximavam rápido, não tinham medo de cair em uma daquelas poças de lava, já eu temia cair nelas, então seguir em frente com todo cuidado.

  Não demorou e um deles me alcançou, desferiu um golpe com uma espada longa e negra, desviei por pouco e quase caí, mas me firmei e tentei acertar ele com o machado que eu tinha pego, mas não consegui acertá-lo, a aberração desferiu mais um golpe que passou raspando no meu ombro, senti uma forte ardência enquanto a lâmina passava em meu ombro, não perdi tempo, com toda força levei o machado ao pescoço da criatura, a cabeça dela caiu e rolou para dentro de uma das poças de lava, e o corpo tombou de joelhos, e rapidamente se desfez. Outra daquelas criaturas se aproximava, peguei a pistola e atirei na cabeça dela. olhei e vi que o garoto já ia bem na frente, voltei a correr novamente, mas ainda com muita cautela, mesmo sendo difícil, o calor insuportável só dificultava tudo , minhas roupas já estavam encharcadas de suor. Conseguir alcançar Peterson e disse a ele que tínhamos que sair daquele lugar, então mudamos a direção, era arriscado, fazendo isso a distância entre nós e as criaturas diminuiria bastante, poderíamos ser pegos, mas era nossa única opção, não iríamos aguentar muito tempo naquela temperatura.

  Passamos por um local estreito entre duas grandes poças de lava, após termos passado, atirei várias vezes no chão, na parte estreita, isso fez com que a passagem desaparecesse, e as duas poças virassem uma, assim atrasaria nossos perseguidores, teriam que dar a volta. Conseguimos nos afastar daquele local, mais uns minutos ali nosso fim não seria doloroso. Nos dirigimos para uma floresta de árvores queimadas, secas e negras, mas era muito melhor estar ali do que sendo assado e caçado por criaturas horrorosas, criaturas essas que não víamos mais sinal delas, torcia para que tivessem morrido, mas infelizmente não foi o que aconteceu. Quanto mais avançamos floresta adentro, mas escuro ficava, quase não víamos nada ao nosso redor, meu único alívio era que não ouvia nada além dos meus passos e o de Peterson. Só seguimos em frente, tentando nos afastar bastante do local onde encontramos aqueles seres. Quando pensei que já tínhamos nos afastado o suficiente, ouvimos não muito longe os gritos das criaturas. Peguei na mão do garoto e começamos a correr, como estava muito escuro, tropeçamos muito e colidimos com as árvores.

  Nessa fuga às escuras, me choquei fortemente em uma árvore. Fui ao chão, sentindo o sangue quente escorrer pela minha testa, isso fez com que o garoto saltasse a minha mão, eu estava tão atordoado que mal percebi isso, estava apenas tentando me manter consciente, se eu desmaiasse ali, com as criaturas tão próximas a cada minuto, certamente me encontrariam, e me matariam. Conseguir não apagar, devagar me levantei e me pus de pé. Por um breve momento não temia ser encontrado, apenas fiquei parado, com minhas mãos nos meus joelhos, olhando aquela densa escuridão. Comecei a pensar se realmente valia a pena tentar  continuar lutando para viver, ficar fugindo sempre, para escapar de todas aquelas coisas, na esperança de talvez conseguir sair daquele lugar, hipótese essa que não tinha fundamento algum, era apenas uma pequena esperança. Tentei afastar esses pensamentos negativos, não podia me entregar a esses desejos de desistir, não podia desistir, mesmo não sabendo como seria o fim. Minha visão se acostumou um pouco com a escuridão que me cercava. Logo me dei conta que Peterson não estava comigo, novamente nos separamos. Tentei achar ele, mas não encontrei nem sinal dele, não podia tentar chamar por ele, as criaturas podiam me ouvir, era arriscado demais.

  Nessa busca, avistei próximo, um dos seres, logo me escondi na árvore mais próxima, para minha sorte, eles tinham se separado, essa oportunidade eu não poderia perder, ficar se escondendo só prolongava o inevitável, uma hora eles nos achariam. Me abaixei e esperei silenciosamente ele passar. Quando estava bem próximo segurei forte a pistola, meu coração começou a bater muito forte, tão forte que parecia que saltaria para fora. A criatura passou por mim, não esperei muito e me levantei sem fazer barulho, apontei rapidamente para a cabeça dela, mas antes que eu puxasse o gatilho, ela se virou na minha direção.

PROJETO 091 ( Finalizada E Revisada )Onde histórias criam vida. Descubra agora