Capítulo 11: O Fim Do Perseguidor

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    Tentávamos nos desviar daqueles tentáculos, mas eram muitos, cortamos vários, mas mesmo assim a quantidade era enorme, logo fomos imobilizados por aqueles tentáculos. Perdemos a força para resistirmos, não adiantaria nada tentar se saltar, começamos a sermos levados para dentro da água, naquele momento achei que minha hora de morrer tinha chegado, não tínhamos como fazer nada para nos salvar. Pouco tempo depois de ter sido puxado para a água, eu comecei a me afogar, e comecei a perder a consciência. Despertei tossindo muito, colocando um pouco de água para fora, olhei assustado para todos os lados, sem entender muito o que estava acontecendo, perto de mim estava Cassandra, deitada, e próximo de nós havia uma fogueira. Nos encontrávamos em uma pequena caverna, olhei atentamente o local, só percebi que havia comida em cima de uma pedra. Enquanto eu tentava entender como fomos parar naquele lugar. Cassandra acordou assim como eu, tossindo e pondo água para fora.

—Você está bem?—Perguntei.
—Sim, acho que sim—Ela respondeu.
—Também não faz idéia de como viemos parar aqui também?—Perguntei olhando em volta da pequena caverna.
—Não faço a mínima ideia, mas pelos menos estamos vivos né, a última coisa que me lembro era de eu estar me afogando—Cassandra falou se levantando do chão.

  Enquanto tentávamos compreender a situação, no fundo da pequena caverna, onde era um pouco escuro, ouvimos uma voz, e logo a recolhemos.

—Peterson, você está bem!!!—Falei o abraçando fortemente.
—Estou bem, que bom que vocês estão bem também—Respondeu o garoto.
—Como você nos encontrou?—Perguntei logo depois de saltá-lo.
—Eu encontrei vocês por aqui perto—Falou Peterson.
—Por onde você andou depois que se distanciou de Cassandra?—Perguntei.
—Não lembro muito bem, fiquei sem rumo, tentando achar você—Ele me respondeu.
—Você encontrou uma grande caverna enquanto nos procurava?—Perguntei a ele, eu estava um pouco desconfiado—Não, não encontrei—Peterson disse secamente.
—Entendi, mas que bom que você nos achou, poderíamos ter morrido nesse frio—Falei por final.

  Dias se passaram e não consegui compreender os eventos que ocorreram, parei de tentar resolver aquele mistério. Os dias seguintes foram até que tranquilos, não vimos sinal da criatura branca, pensei que tínhamos nos livrado dela, mas estava completamente enganado. Durante uma tarde, enquanto brincávamos de guerra de bola de neve, a criatura caiu bem no centro de onde estávamos, como se tivesse caído do céu. Ficamos paralisados com a aparição dela, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o ser branco saltou rapidamente na direção de Cassandra, tão rápido que chegou onde ela estava em segundos. Tudo aconteceu muito rápido, a criatura foi ao chão com a espada de Cassandra cravada na sua cabeça. Minha felicidade por ver aquele ser caído, possivelmente morto, logo se esvaiu assim que o corpo da criatura se desfez em milhares de partículas, eu vi, mas não queria acreditar. Quando a aberração sumiu completamente do meu campo de visão, pude ver o que ela fez antes de morrer, um buraco no meio da barriga de Cassandra, ela caiu de joelhos e tombou para o lado.

—Não, não, nãoooo—Corri aos tropeços em direção a Cassandra.

  Peguei ela nos braços e não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, eu não queria aceitar, fiquei por um tempo sentado com ela nos meus braços, chorando até eu não ter mais lágrimas para derramar. Nos conheciamos a pouco tempo, mas já tínhamos criado muito intimidade, muito afeto, passamos por tantas coisas naquele lugar odioso, juramos um para o outro que sairíamos daquele lugar, até combinamos de tentar nos encontrarmos quando conseguíssemos sair, ela era uma pessoa incrível, eu trocaria de lugar com ela se pudesse, preferia que eu tivesse morrido e não ela. Depois de algumas horas eu e Peterson a enterramos, falamos algumas coisas, o quanto amávamos ela, o quão foi maravilhoso ter a companhia dela, e que nunca iríamos esquece-la. Eu ainda não aceitava que a tinha perdido, não conseguia imaginar tendo que continuar sem a companhia dela, Cassandra era quem me animava quando eu estava desanimado com tudo que acontecia, sem ela eu não tinha chegado tão longe, era tão alegre e positiva, nunca irei superar está perda.

  No dia seguinte eu não tinha ânimo para nada mais, nem para comer, passei os dias seguintes apenas mergulhado em meus sentimentos de perda, muito triste e angustiado por Cassandra. O garoto não parecia muito afetado, ele ultimamente estava estranho, e isso me incomodava muito. Passados mais alguns dias, enquanto eu olhava para a imensidão de neve que nos cercava, foi anunciado a nós o fim da fase 3, através da caixa.

RESULTADO: APROVADOS
FASE 3: COMPLETADA
FASE 4 SERÁ INICIADA EM 1 MINUTO

  Como das últimas vezes, a paisagem foi apagada e o novo local dos testes foi iniciado. Assim que o nosso novo ambiente foi formado, senti uma forte quentura, tão grande que parecia que eu estava dentro de um forno, logo descobri o motivo. Estávamos em um lugar rodeado de vulcões e poças de lava. Aconselhei Peterson a tomar cuidado e não sair de perto de mim. Eu e o garoto com muita cautela começamos a procurar um lugar mais "habitável", o calor já estava insuportável, ainda tínhamos o risco de cair em uma daquelas lavas no chão. Com muita dificuldade encontramos um local um pouco melhor para ficarmos, entre umas montanhas negras, tão altas que suas pontas desapareciam entre as nuvens também negras que cobriam todo o céu acima de nós. O que nos aguardava não demorou para se apresentar, não nos deram tempo nem para habituarmos com o lugar. Enquanto eu olhava para o céu de nuvens negras, ouvi passos pesados próximo de onde eu e o garoto estávamos, acordei Peterson e fomos verificar o que foi preparado para tentar nos matar. Por tudo que passei, as criaturas que eu enfrentei, todas as dificuldades que tive que superar, por tudo isso que me foi imposto, eu quase não sentia mais medo ou desespero, só desejava que tudo aquilo passasse logo.

PROJETO 091 ( Finalizada E Revisada )Onde histórias criam vida. Descubra agora