Capítulo 8: Terceira Fase

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  Passamos dias vagando no deserto, sem rumo, sem saber para onde íamos, apenas seguíamos em frente. Até um dia em que a caixa se materializou em nossa frente. Isso nos deixou apreensivos, estávamos começando a nos cansar de tudo aquilo, pensando até quando iria durar aquele tormento, eu já estava chegando ao limite. Sempre correndo o risco de morrer, tendo que lutar e lutar contra todas aquelas aberrações, sem nem saber o motivo dessas coisas.
 
  A caixa terminou de se materializar, e logo as palavras surgiram;

RESULTADO: APROVADOS
FASE 2: COMPLETADA
FASE 3 SERÁ INICIADA EM 1 MINUTO

—Para onde será que vamos agora? Eu chuto que será em algum lugar bem frio, tipo Alasca—Disse Cassandra
—Do calor para frio, bem previsível, acho que eles não seriam tão previsíveis assim—Respondi tentando descontrair um pouco, estávamos tão nervosos.
 
  O minuto se passou, novamente tudo ao redor começou a desaparecer, nos deixando em um completo nada. Não demorou e a nova paisagem se iniciou. E Cassandra acertou em cheio, estávamos em um lugar muito frio. Estávamos rodeados por grandes montanhas cobertas de neve, para onde olhávamos, só víamos o branco. Um pouco próximo de onde nos encontrávamos, havia roupas para o frio, estavam bem dobradas, parecia que a tinham colocado ali a poucos minutos, pegamos elas rapidamente e vestimos, cabendo perfeitamente em nós.

—Uau, e não é que eu acertei—Falou Cassandra quebrando o silêncio.
—Ora ora, temos alguém conosco que prevê o futuro, que sorte a nossa—Respondi rindo.
—Eu sei, eu sei como vocês são sortudos por estarem comigo—Ela respondeu rindo.
 
  Logo começamos a procurar um abrigo, e levamos um bom tempo para achar. Encontramos uma caverna não muito grande, deixamos o garoto nela, eu e Cassandra fomos procurar coisas para fazer uma fogueira, e conseguimos achar, não muito, mas serviu bem.

—Eu faço a fogueira, sou o mais rápido fazendo uma—Disse o garoto alegre para faze-la
—Que exibido, mas eu sou mais rápido, eu que te ensinei—Respondi dando um tapinha na cabeça dele.
—Nada a ver, eu que sou—Peterson responde rindo e jogando um graveto em mim.
—Vamos ver então, Cassandra, conta quantos minutos ele vai levar para fazer a fogueira—Eu falei rindo.
—Deixa comigo, mas vocês sabem que eu que sou mais rápida né?—Disse Cassandra rindo de nós.
—É verdade kkkk. Melhor fazemos logo essa fogueira, estou morrendo de frio já—Falei esfregando minhas mãos.

  A fogueira foi feita, e sentamos bem perto dela, fazia muito frio, as roupas pareciam que não esquentavam nem um pouco. Permanecemos próximos a fogueira, conversando sobre coisas aleatórias. Me levantei e fui para a entrada da caverna, Cassandra permaneceu sentada imersa no seus pensamentos, e o garoto adormeceu perto da fogueira. Fiquei olhando aquele infinito de neve, depois sair da caverna e ergui meu rosto ao céu para sentir a neve cair nele.
 
—No que está pensando?—Pergunta Cassandra me dando um pequeno susto.
—Se um dia vamos conseguir sair desse lugar e voltar para nossas casas. Tento ser positivo em relação a isso, mas tem sido difícil—Respondo dando um suspiro.
—Eu também tenho tentado ser positiva, e sei como é difícil fazer isso, deixar o desespero tomar conta só vai fazer tudo isso ficar pior, você pode acabar desistindo, e perder a chance de sair daqui—Falou Cassandra.
—Você está certa. Me pergunto o propósito de tudo isso, tenho minhas teorias, e é a única coisa que podemos fazer, criar teorias para explicar todas essas coisas—Digo olhando para o nada.
 
  Após esse diálogo ficamos um tempo em silêncio, só olhando as montanhas ao longe, era uma visão maravilhosa, digna de admiração.
 
—Vou tentar caçar algo para comermos, o garoto logo vai acordar, certeza estará com fome—Disse Cassandra escolhendo qual direção ir tomar.
—Tome cuidado, não vai para muito longe—Respondi.
 
  Ela retornou com duas lebres, Cassandra era uma ótima caçadora. Eu fiquei com a função de assar a caça. Comemos e ficamos um tempo conversando coisas bobas novamente, depois fomos dormir. Não foi nada fácil adormecer naquele frio, não estávamos acostumados a tão grande frio. Mas após horas tentando, conseguir. Acordei quando o sol estava nascendo, Peterson e Cassandra ainda dormiam. Saí da caverna e fiquei apreciando o sol se levantar. Depois fui verificar os arredores, nisso achei não muito longe da caverna, pegadas, aparentemente humanas pelo que pude perceber, e de quatro pessoas. Voltei apressadamente para contar essa descoberta a Cassandra. Quando cheguei na caverna ela e o garoto já tinham acordado. fomos até o local onde estava as pegadas.
 
—O que acha? Vamos seguir o rastro?—Perguntei a Cassandra
—Podemos seguir, mas se eencontramos essas pessoas, se forem realmente pessoas, vamos observar elas primeiro, antes de nos apresentarmos, podem ser pessoas perigosas, temos que tomar cuidado—Ela respondeu.
 
  Seguimos o rastro, as pegadas eram recentementes, assim foi bem fácil seguir elas. Chegamos em uma parte, em que havia sangue, bastando sangue espalhado, e as pegadas iam para todos os lados. Tudo indicava que foram atacados por alguma coisa. Ao observar a área, uma dessas pegadas seguia em linha reta para uma direção, parecia que alguém tinha sobrevivido, porém essa provável "pessoa" parecia estar ferida, tinha muito sangue pelo rastro deixado por ela. Decidimos continuar seguido, apertamos o passo, esse alguém que aparentemente escapou, poderia estar precisando de ajuda. Não demorou muito e avistamos ao longe a tal sobrevivente andando letamente. Era uma mulher, chamamos ela, mas assim que nos viu, começou a acelerar o passo, até que acabou caindo. Corremos para alcança-lá. A mulher tinha desmaiado, tinha um grande corte na lateral do corpo, abaixo das costelas, amarramos um pano no local, depois carreguei ela e voltamos para a caverna.

PROJETO 091 ( Finalizada E Revisada )Onde histórias criam vida. Descubra agora