A verdade

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-O que você esta fazendo aqui?-Sua voz emitia aquele tom que nunca mostrava como ele se sentia. Claro, seu rosto estava surpreso, mas sua voz não dizia nada sobre se ele estava bravo, desconfortável ou indiferente por você estar aqui. Você não sabia.


Você olhou para ele enquanto esperava por uma resposta. Não havia saída disso. Abaixando sua cabeça em derrota enquanto você toma fôlego.

-Eu vi você entrar e sair daqui um monte de vezes e não queria invadir sua privacidade, mas acho que a curiosidade levou o melhor de mim-você admite, suspirando-Eu só ... não gostei disso você estava guardando segredos.

Bruno encara você, entrando na sala:

-mi cielo, você deveria ter me contado.

Lá vai ele de novo, usando aqueles apelidos que acendem uma chama dentro de você que dá aquela sensação quente e suave sem se queimar. No entanto, esse sentimento reconfortante misturado com a culpa de você estar aqui não parecia tão bom.

-Sinto muito-você murmura, incapaz de olhar para ele, com medo de que ele esteja desapontado com você. Ele provavelmente estava.

Ele balançou a cabeça, mas não disse nada. Suas mãos brincavam uma com a outra enquanto suas sandálias se arrastavam desajeitadamente contra o chão de madeira. Ele parecia mais envergonhado de estar aqui do que você, desconfortável por você estar em um lugar que ele esperava que você nunca encontrasse.

-O que é tudo isso?-Você pergunta a ele, tentando aliviar a tensão silenciosa na sala.

-É onde guardo minhas visões, não tenho exatamente outro lugar para colocá-las e não acho que mamá ficaria feliz se eu mantivesse os maus presságios de outras pessoas pela casa- ele responde, caminhando em direção a uma das pilhas para olhar para ele.

-Então, você apenas os mantém nas paredes?

Ele balança a cabeça:

-Há muito mais espaço nesta casa do que você pensa, você provavelmente poderia morar nas paredes, se quisesse. Existem muito mais buracos e cômodos nessas paredes do que você pensa.

-Há quanto tempo você os armazena aqui?- Você pergunta, tentando listar todas as perguntas que tem de cabeça, perguntando o que vier à sua mente primeiro.

-Há algum tempo, muito antes de você vir aqui- explicou ele- embora recentemente eu os tenha mudado um pouco, mantendo-os em ordem.

-ordem ?- Você olha em volta, para você eram apenas pilhas de comprimidos. Bruno, por outro lado, parecia ter um sistema.

-Sim, você sabe como as visões que já aconteceram, visões na ordem de quando eu acho que vão acontecer, visões que continuo recebendo, visões que não entendo, tudo isso- lista ele, apontando para as diferentes torres de tão verde quanto ele.

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