Capítulo 13 - Durma

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MARI

Estava no meu escritório, sentada em minha mesa revisando o caso do Gabriel, agora com o aparecimento do pai biológico ele já está com o tratamento para logo receber a medula. Manu estava deitada no sofá do escritório e percebi que ela soltava inúmeros suspiros demonstrando insatisfação e impaciência.

- Virou touro para ficar bufando tanto assim? – Pergunto sem tirar o olhos dos papéis.

- Eu estou com dores nas costas. – Ela diz bufando de novo. 

- Tome um remédio. – Digo a olhando arqueando a sobrancelha.

- A qual é Mari – Ela diz levantando. – Quando eu vou parar de dormir no sofá? – Ela pergunta vindo até minha mesa.

- Por que está ruim? - Recebi um olhar cortante dela. - Mas você mesma comprou o sofá e disse que ele era o mais confortável da loja. – Falei afastando um pouco minha cadeira e cruzando as pernas.

- É... – Ela desviou seu olhar para minhas pernas, descobertas por conta da saia que levantou um pouco com meu ato. – Mas não é nossa cama. – Ela diz voltando a me olhar com um bico enorme.  

- Manuela você fez parte dessa enganação toda desde o começo. Gizelly também é sua amiga, você não deveria ter feito parte disso.  – Ela ia debater mas levantei minha mão para que ela se calasse. – E ainda queria que eu participasse disso.  

- Eu já pedi desculpas. – Ela diz cruzando os braços. – Você pelo menos poderia me deixar dormir no quarto de hóspedes.

Segurei o riso pela sua carinha triste. Eu tranquei os dois quartos de hóspedes para que ela só tivesse o sofá como escolha.

- Não é para mim que você tem que pedir desculpas. – Falei me levantando.

- Eu sei... – Ela suspira. – Eu só estou esperando o momento certo, e criar coragem de falar com a Gi. Eu sei que também errei.

- Crie coragem logo e vá falar com ela. – Falei me aproximando. 

- Eu vou. – Manu dá um meio sorriso.

Cheguei até ela e a puxei pela cintura  tomando seus lábios, Manu colocou suas mãos em meu pescoço e logo começou a me empurrar até o sofá sem quebrar nosso beijo, assim que chegamos perto dele parei o beijo e ela me empurrou me fazendo cair sentada, em seguida sentou com uma perna em cada lado ficando de frente pra mim. Levei minhas mãos até sua bunda enquanto ela agarrou meus ombros.

- Isso significa que vou voltar para nossa cama? – Ela pergunta esperançosa entre o beijo. 

- Hmmm. – Finjo pensar. – Sim! – Falo e ela sorri. – Mas...

- Mas? – Ela pergunta estreitando o olhar.

- Você será minha completa passiva agora! – Falo sorrindo de lado.

- Eu sou o que você quiser mulher! – Ela diz e logo me puxa atacando meus lábios.

****

GIZELLY

Assim que entrei no quarto do meu filho, olhei com tristeza pois o mesmo está entubado e sedado. Vi Rafaella dormindo na mesma poltrona de sempre. Ela precisa descansar.

- Droga... – Sussurro e me aproximo dela. – Rafaella? – A chamo e ela não acorda, então me agacho ficando na sua altura. – Rafaella. – Tiro uma mecha do seu cabelo que esta caído em seu rosto. – Acorda Rafa.

- O..o que? – Ela abre os olhos devagar. – O Gabriel está bem? – Ela faz menção de se levantar, mas eu a paro.

- Ele está bem. – Falo segurando seu ombro. – Você precisa descansar e dormir em uma cama de verdade. – Falo preocupada.

- Eu estou bem. – Ela diz me olhando, mas seu olhar é cansado.

- Vamos lá Rafa, vá para casa e descanse.

- Eu não vou deixar meu filho. – Ela fala o olhando com tristeza.

- Vem Rafaella. – Falo levantando e pegando em sua mão. – Não há nada que possamos fazer agora, ele logo receberá o transplante e ficará bem. E você precisa estar bem também para cuidarmos dele. – Falei a levantando, sem soltar sua mão. – Venha.

A guio pelo hospital ainda segurando sua mão até o carro. E dirijo em direção a nossa casa.

- Vá tomar um banho... – Falei assim que entramos em casa. – Eu vou preparar algo para você comer.

- Gizelly não precisa.

- Vai logo para o banho Rafaella – ordenei.

Então ela me dá um olhar triste, e segue em direção ao nosso banheiro. Vou até a cozinha e preparo um lanche natural para ela e um suco de laranja. Me encosto na bancada perdida em pensamentos.

Assim que ela termina o banho vem até a cozinha somente com um blusão que vai até suas coxas.

- Eu preparei um lanche natural, e um suco. – Falei colocando os mesmos na bancada. – Come, você precisa.

- Obrigada. – Ela diz pegando o prato e o copo, e começa a comer.  

- Eu vou tomar um banho também, assim que terminar de comer tente dormir um pouco. – Falei quase em uma súplica.

- Eu não vou conseguir dormir. – Ela fala mastigando um pedaço do lanche.

- Tente,  por favor. – Fui abrindo meu cinto. – Eu vou tomar banho.

Cheguei até o banheiro já retirando minha roupa colocando no cesto, e entrei no chuveiro. Fiquei tempo demais pensando em tudo que está acontecendo e em como será daqui para frente. Olho meus dedos e eles já estão ficando enrugados, então resolvo sair.

Saio somente de toalha e vejo Rafa se remexendo na cama. Suspiro e vou até o closet, visto uma cueca branca e coloco um short de moleton do Batman que Gabriel havia me dado, junto com uma blusa regata. Assim que volto, Rafaella continua se remexendo, ela está com dificuldade pra dormir. Vou até a cama, me deito e a puxo para os meus braços encostando sua cabeça em meu peito.

- Durma. – Falo fazendo carinho em seus cabelos. Ouço seu primeiro soluço e sinto suas lágrimas começarem a molhar minha blusa. – Shiuu... dorme um pouquinho, não vou sair daqui. – Tentei acalma-la.

Eu sei que ela está chorando pela dor, dor de seu erro, dor do nosso filho, dor do nosso casamento indo embora, pela nossa dor.

E fico assim até que sinto sua respiração leve. Meu coração está em pedaços, pois sinto que não há futuro para o meu casamento mesmo ainda a amando muito. Continuo o carinho em seus cabelos na intenção de fazê-la relaxar e me perco em pensamentos.

Continua...

Mentiras (Adaptação - Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora