Capítulo 34 - Eu vou te matar!

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GIZELLY

Encaro Fernanda em minha frente, ela vem até a mim e coloca seus braços envolta do meu pescoço e eu coloco minha mão em sua cintura, mas somente para afasta-la e ela me olha confusa.

- Fernanda. – Respiro fundo – Sua atitude hoje foi desprezível!

- Gi eu só me exaltei.

- Eu fiquei sabendo que essa não foi a primeira vez.

- E quem te falou isso? Luana? – Então ela estreita o olhar e sorri irônica. – Aposto que foi aquela sua ex mulherzinha, ela realmente é uma...

- Não ouse falar de Rafaella! – Falo séria e ela se cala na hora. – Estou aqui para falar sobre sua atitude, nada mais que isso.

Ela me analisa por um tempo e volta a colocar seus braços em volta do meu pescoço.

- Me desculpe Gi, eu sei que errei. – Ela respira em meu pescoço sem causar nenhum efeito. – Não vai mais acontecer. – Então tenta me beijar, mas eu a afasto.

- Fernanda não me leve a mal, mas nunca teve muito sentido.

- O que nunca teve sentido?

- Eu e você. Eu estava passando por um momento confuso e sempre deixei claro que não passaria de sexo, mas você não soube diferenciar.

- Gizelly...

- Acho melhor pararmos por aqui.

- Você está terminando comigo? – pergunta incrédula.

- Terminando? Mas nós não temos nada para terminar. – Arrumo meus cabelos e a encaro. – E além disso, você está suspensa por 2 semanas, para pensar em suas atitudes.

- O que? Você não pode fazer isso!

- Sou a dona dessa empresa, eu posso tudo. E se fosse qualquer outro funcionário que tivesse tido aquela atitude já estaria na rua, mas eu estou lhe dando uma segunda chance. Então aproveite! – Dou as costas, mas antes de sair a olho novamente. – Até daqui duas semanas senhorita Keulla.

****

Fiquei o dia todo trabalhando com Marcela, Rafaella foi embora com o nosso filho e eu não via a hora de ir para casa, mas antes tinha que passar para ver a Sofia.

- Boa noite Gizelly.

- Oi Vanessa. – Falo e olho ao redor. – Vim ver a Sofia, onde ela está?

- Ela perguntou o tempo todo de você, e quando escureceu e você não apareceu ela desistiu de esperar. – Vanessa fala.

- Eu estava ocupada com o trabalho o dia todo.  – Falo suspirando.

Depois de conversar um pouco com Vanessa, fui em busca da garota pelo orfanato. Fiquei andando, mas nada dela aparecer. Até que olho para uma das árvores e vejo uma pequena criaturinha sentada, encostada no tronco e eu vou até lá.

- Ei... – Falo assim que me aproximo dela, mas a menina nem ao menos me olha. – Posso me sentar aqui? – continua sem responder.- Vou levar isso como um sim.  – E me sento.

- Eu pensei que não viria. – Ela diz e pela sua voz percebo que ela esteve chorando.

- Mas é claro que eu viria, nunca deixaria de ver você Soso.

- Pensei que você seria mais uma das pessoas que me abandonaram. – Ela diz limpando os olhos.

- Você acha que se eu fosse te abandonar eu te daria um celular com o meu número? – Pergunto sorrindo. 

Depois de um bom tempo brincando com ela, a deixei em seu quarto e caminhei rumo a saída. 

- Gizelly! – Olho em direção de quem está me chamando e vejo Vanessa me encarando.

- Sim? 

- Se você for abandoná-la não venha mais.

- Mas...

- Ela é nova, mas já sofreu muito e eu não vou deixar que outra pessoa a machuque.

- Eu nunca a machucaria.

****

Cheguei em casa ainda pensando nas palavras de Vanessa, qual será a história de Sofia? O que será que a pequena passou?

- Mama! – Assim que chego na sala Gabriel pula do sofá para meus braços.

- Oi filho. – Falo o rodando em meus braços. – Onde está sua mãe?

- Na cozinha. – Ele diz me soltando e voltando para o sofá.

Vou até a cozinha e encontro Rafaella com a cara suja de farinha e com uma tigela na mão, na outra uma colher de pau mexendo a mistura na tigela, e assim que me vê ela sorri.

- Você demorou. – diz estreitando o olhar.

- O que você tá inventando ai? – Pergunto me aproximando e olhando dentro da tigela.

- Um bolo de... – Coloco meu dedo na massa pegando um pouco e experimentando. – Gizelly???

- Bolo de cenoura. – Falo piscando e indo até a saída.

- Folgada, pois agora não vai comer também só de raiva. – Rafaella sussurra e eu paro antes de sair.

- O que você disse? – Pergunto a encarando e indo até ela.

- Que eu não vou deixar você comer – Falou empinando o nariz.

Chego perto dela e ficamos nos olhando, aproveito para pegar um ovo que estava na pia.

- Repete. – a desafiei.

- Você não vai... – Peguei o ovo e quebrei em sua cabeça, e comecei a rir da sua cara – Eu...Não...Acredito...Que...Você... Fez...Isso. – Ela fala pausadamente com os olhinhos fechados.

- Rafaella... – Paro de rir assim que suas bochechas ficam rosadas de raiva, ela coloca a tigela na pia e pega um ovo em cada mão, dou alguns passos para trás enquanto ela vem na minha direção devagar, paro assim que minhas costas colidem com a parede. – Vida calma... – Então ela pára. 

- Do que me chamou? – Ela pergunta sorrindo.

- Vida. – repito a palavra e seu sorriso se alarga.

Ficamos alguns segundos nos encarando até que eu acabei com a nossa distância e a puxei colando nossos lábios em um beijo calmo e ao mesmo tempo urgente, juntei ainda mais nossos corpos a puxando pela cintura, ela mordeu meu lábio inferior me fazendo soltar um pequeno gemido de satisfação, mas aproveito sua distração para roubar o ovo de sua mão e quebrar em sua cabeça novamente.

- GIZELLY! EU VOU TE MATAR.

Saio correndo a deixando na cozinha e ela vem atrás.

- Vem filho ajudar a mama! – Falo assim que chego na sala.

- SUPER FILHO! – Gabriel logo levanta do sofá e assim que vê Rafaella joga uma almofada nela, fazendo o ovo cair da sua mão. – Mama.... Me ajuda... – Ele sussurra assim que vê o olhar da mãe dele.

O pego no colo e corro para o seu quarto nos trancando.

- EU VOU PEGAR VOCÊS! – ela esbraveja batendo na porta.

- Mamãe está super brava. – ele fala nos fazendo rir.

- É parece que teremos que ficar por aqui um tempo. – Falei pegando alguns brinquedos e sentando no chão, logo ele senta a minha frente e começamos a brincar, esperando a fera do lado de fora se acalmar.

Continua...

Mentiras (Adaptação - Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora