Capítulo 16 - Papéis do Divórcio

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Presente de Ano Novo pescoçudas...

Boa leitura!

GIZELLY

Estou na minha sala olhando algumas papeladas sem ao menos prestar atenção. Amanhã Gabriel irá finalmente receber o transplante, estou ansiosa para isso a única coisa que vem a minha mente é ver meu filho bem, tanto que nem ao menos consigo dormir direito e isso preocupa um pouco a Bianca que me deixou morar com ela enquanto eu não acho um lugar para ficar. Sou tirada dos meus pensamentos pelo toque do meu celular.

- Bicalho. – Atendo sem ao menos ver quem era na chamada.

- Bom dia Gizelly! Aqui é a Juliette, eu tô te ligando pra avisar que os papéis do divórcio já estão prontos, é só sua mulher assinar. 

Suspiro pesado com essa notícia, algo doloroso mas preciso.

- Claro... é... eu quero entregar para ela pessoalmente, será que eu posso? – Pergunto.

- Sim, venha até o meu escritório, pegue os papéis e me traga-os depois de assinados.

- Tudo bem, daqui a pouco eu chego aí. – Suspiro. – Até Ju.

- Estou no seu aguardo. – desliga. 

Assim que desligo, vou até o sofá em minha sala e me jogo nele com os olhos marejados. 

(Flashback on)

- Senhores, esse será um grande negócio, dificilmente vocês irão achar um preço tão baixo igual eu estou oferecendo. – Falo olhando para cada um na sala de reunião.

- Sim, mas a demora será demais. – Um homem loiro diz.

- Mas estará no prazo. – rebato seu argumento.

- Mas eu quero algo rápido e a empresa inteira dedicada somente ao meu projeto.

- Isso é impossível! – Eu falo. – Eu não posso parar toda minha empresa só para você Senhor. – Falo tranquila.

- Então senhora Bicalho... – O homem se levanta e os outros se juntam a ele. – Eu irei procurar alguém que atenda minhas necessidades. Sinto muito.

- Acompanho os senhores até o elevador.

Então eles se vão e eu sigo em direção a minha sala em passos largos.

- Luana. - Ela me olha espantada pelo meu tom. – Eu não quero ninguém me incomodando hoje, ninguém! – Falo.

- Sim senhora. – Ela diz.

Entro na minha sala e retiro meu blazer jogando na mesa, abro alguns botões da minha camisa social e me jogo no sofá. Esse contrato iria levar a empresa para outro nível, mas eu não podia me dedicar somente a eles, há vários outros projetos e eu não poderia larga-los assim.

Sou retirada de meus pensamentos pela porta se abrindo com certa força, mas não levanto a cabeça para ver quem é.

- Senhora... Por favor. – escuto Luana.

- Luana eu não vou deixar de ver minha mulher! – Então escuto a voz de Rafaella e olho em direção as duas. Luana está com uma cara um pouco preocupada e Rafa decidida.

- Desculpe Senhora. – ela fala olhando diretamente para mim.

- Tudo bem Lu, pode ir. – Ela balança a cabeça em afirmação e nos deixa sozinhas.

- Ouvi dizer que alguém aqui está meio chateada. – Rafaella fala se aproximando do sofá.

- Eu estou bem. – Falo desviando o olhar.

- Ei? – Ela se senta no pouco espaço ao meu lado e acaricia meu rosto. – Eu te conheço melhor do que ninguém.

- Tudo bem Rafa... é só uma droga de contrato que eu não tive capacidade de fechar! – Falo a fitando.

- Não se menospreze dessa forma meu bem. – Ela diz com uma voz séria. – Quando você assumiu essa empresa ela não era nem a metade que é hoje!

- Ah para com isso...

- To falando sério Gizelly, você não vai ficar assim por conta de uma droga de contrato que não fechou né? Isso acontece amor. E tantos que você já conseguiu? Isso não conta?

- Claro que conta, mas...

- Mas nada Gizelly! – Ela segura meu rosto com as duas mãos e desce deixando nossos rostos próximos. – Você é incrível, já conseguiu vários e vários contratos "impossíveis" e não ficará assim por conta disso ok? – Ela diz e em seguida me dá um selinho demorado. Assim que separa nossos lábios eu dou um sorriso que ela logo retribui. 

- Você é a única que consegue me deixar bem. – Eu falo a puxando e tomando seus lábios em um beijo calmo.

(Flashback off)

- Senhora Bicalho? – A voz de Fernanda me tira de meus devaneios e a olho confusa. – Desculpe incomodar, é que Luana não estava em seu lugar então entrei para entregar esse processo que a senhora tinha pedido ontem com urgência.

- Ah tudo bem Fernanda. – Falo me sentando. – Lu deve estar tomando café.

- Quer conversar? – Ela pergunta se aproximando. – A senhora está chorando.

- Oh Deus! – Levo a mão até o rosto e seco as lágrimas que eu nem ao menos percebi caírem.

- Posso? – Ela pergunta apontando para o sofá e eu confirmo, então Fernanda se senta ao meu lado. – Às vezes desabafar é bom.

- Fernanda...

- Eu sou uma boa ouvinte Gi. – Ela diz sorrindo. – É sobre sua esposa? – Ela pergunta.

- O que? Como você...

- Rádio corredor. – Ela diz meio sem graça.

- Ah claro. – Dou uma risada pesada. – O que estão comentando?

- Sobre a senhora está se separando. Pois você nunca tirou a aliança para nada e sempre está com sua mulher, mas ultimamente as coisas parecem ter mudado.

- Os papéis do divórcio chegaram hoje,  agora é só assinar. – Falo suspirando pesado.

****

Eu e Fernanda ficamos muito tempo conversando, sobre várias coisas.

- Bom, o papo está legal mas eu tenho que sair. – Falo me levantando.

- Claro! – ela se levanta em seguida próxima demais.

- Foi boa a conversa, obrigada. – Sorrio e ela logo retribui.

- Boa demais mesmo... – Ela sussurra. 

Ficamos nos olhando sem dizer nada por um breve momento até que seu olhar desce para minha boca e a vejo umedecer os lábios, e em seguida dá uma pequena mordida neles. Coloca as mãos nos meus ombros lentamente, se aproxima mais, tanto que eu sinto sua respiração quente nos meus lábios, então Fernanda fecha os olhos e faz menção de acabar com o pouco espaço entre nós tentando capturar minha boca mas eu seguro sua cintura a afastando a tempo.

- Desculpe, mas enquanto a Rafa não assinar os papéis eu ainda sou casada e devo respeito a ela. E ainda a amo. – falo com pesar.

- Eu que peço desculpas senhora... eu não...

- Não peça desculpas. – Levo minha mão até seu rosto a puxando e lhe dando um beijo demorado na bochecha. – Não peça desculpas por favor.- Ela me lança um grande sorriso. – Agora vá trabalhar. – Falo um pouco séria.

- Sim senhora. – Ela diz sorrindo me dando uma piscadinha, saiu me deixando sozinha.

Respiro fundo, está na hora de pegar os papéis e assim que a Rafa assinar, acabou. 

Continua...

Mentiras (Adaptação - Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora