Capítulo 10 - Ajudinha

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RAFAELLA

Mari está brincando com o Gabriel, tentando anima-lo pois ele anda cada vez mais para baixo. Gizelly está de pé perto da cama do nosso filho de braços cruzados, e eu estou na poltrona com a visão pesada por conta do cansaço.

- Vá para casa, tome um banho e come alguma coisa. – Gizelly diz mas eu não a olho.

- Eu não quero ir. – Respondo.

- Já é a quinta vez em menos de 1 minuto que você boceja, vá descansar. – Ela diz.

Mesmo depois de tudo ela ainda está preocupada comigo?

- Você também está, sempre vem do trabalho para cá. – falo me espreguiçando.

- Mamãe? – Gabriel me chama com uma voz fraquinha.

- Sim meu amor? – Me levanto e me aproximo do meu filho.

- Quando iremos para casa? – Ele pergunta.

Olho para Mari sem saber o que responder, mas ela nada diz. Então meu pequeno faz uma cara de choro, e logo Gizelly se aproxima.

- Hey campeão! – Gizelly diz pegando sua mão. – Não chore! Logo tudo isso vai passar... – Ela beija sua testa demoradamente. – Eu prometo.

- Eu... tenho que ir. – Mari diz com os olhos marejados e sai.

Ela e Manu sempre estiveram ao lado de Gabriel e eu sei que para elas, o ver assim dói tanto quanto em mim e em Gizelly.

GIZELLY

Estou fazendo carinho no meu filho e segurando as lágrimas, o vê-lo dessa forma é torturante, ver ele piorar e não poder fazer nada, saber que a vida dele depende de alguém que eu nem ao menos conheço. Bianca ficou de me ligar mas ainda nada, eu já entrei em contato com ela e sua resposta foi que de que Rodolffo ainda não havia dado notícias.

Olho para Rafaella e ela estava na poltrona, perdida em seus próprios pensamentos. Ela nunca descansa, se alimenta mal, vai para casa toma banho e já volta, seu corpo está puro cansaço. Volto a visão para o meu filho e sua respiração já está pesada por conta do sono.   

Suspiro pesado e olho para o relógio, tenho que ir para a empresa. Dou um beijo na testa de Gabriel, e saio sem ao menos falar com ela. 

****

Estou no meu escritório vendo algumas papeladas e projetos. Disco o número de Luana.

- Sim senhora? – Ela diz logo atendendo.

- Luana a papelada do campus que foi construído, você sabe me dizer se Fernanda entregou? – Pergunto.

- Comigo ela não deixou nada, mas se quiser eu vou perguntar.

- Não precisa, eu falo com ela. Obrigada! – Falo e logo desligo.

Preciso esticar as pernas mesmo, então me levanto e vou até a sala da nova advogada. Bato em sua porta, mas nada dela, então bato novamente.

- Um minuto! – Escuto ela gritar, mas logo em seguida escuto um alto estrondo e entro.

Encontro Fernanda no chão com alguns papéis e... só de roupa íntima?

- Aí droga! – Falo e fecho os olhos.

- Me desculpe senhora Bicalho. – Ela diz.

- Pode me dizer por que está só de roupas íntimas senhorita Keulla? – Pergunto ainda de olhos fechados.   

- Eu realmente sinto muito, é que o zíper do meu vestido emperrou e eu tirei para ver se conseguia arrumá-lo. – Ela diz com a maior naturalidade do mundo.

- Mas não podia ir até o banheiro ou trancar a porta? Afinal aqui é o seu local de trabalho não? – Falo um pouco mais firme – Ah quer saber... esqueça! Já está vestida? – Pergunto.

- Oh sim senhora, mas eu não consigo fechar o vestido. – Ela diz.

Abro os olhos e ela está em pé, segurando o vestido com as mãos para ele não cair. 

- Me desculpa mesmo. – Ela diz. – Será que poderia me dar uma ajudinha? – Diz virando e expondo suas costas nuas. Engulo seco e vou até a mesma, pego o zíper e o subo sem dificuldades alguma. – Ué? Como conseguiu subir tão rápido? Não entendo. – Ela diz se virando para mim e ficamos próximas uma da outra.

- Preciso da papelada que eu pedi, do campus. – Falo.

- Ah claro senhora Bicalho. – Falou a frase quase como um canto. Em seguida ela se vira e agacha para pegar os papéis do chão, quase encostando sua bunda em mim, mas dou alguns passos para trás. – Aqui está! – Me entrega.

- Obrigada senhorita Keulla. – Falo olhando os papéis mas logo me viro pra ela - E...por favor não faça mais...a...isso. Digo, se trocar em sua sala... é...bom a senhorita entendeu.

- Claro doutora, pode deixar. – Ela diz exibindo um sorriso tímido.

Deixo sua sala e vou para a minha revisar a papelada.

No meio de minha análise, o toque do meu celular me desperta do que estava fazendo.

- Alô. – Atendo sem ao menos olhar o visor.

- Gizelly Bicalho? – Uma voz masculina fala.

- Sim, ela mesma, quem fala?

- Aqui quem fala é Rodolffo Matthaus.

Continua...

Mentiras (Adaptação - Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora