| filmes de terror parecem legais.

154 26 23
                                    

— Esse é o ponto, não é? Sentir medo de algo que nem é real, ou é. — se aproximou de Rosé.

— Sim, é. Mas são assustadores e sempre bem sexualizados. — Rosé revirou os olhos enquanto fazia um estalo na boca, não sabe bem como definir aquilo.

— Uma cena de sexo não faz mal. — Jennie se intrometeu, quando o assunto é sexo, ela sabe bem. — E você não assiste por causa disso, você só é medrosa.

— Sim, eu sou. Esse é o ponto do filme, não é, Lisa? — se olharam rindo — Sentir medo. — falaram juntas e debocharam da frase.

Essa conversa de estendeu bastante, enquanto Jennie tentava, de alguma forma, expor que Rosé era medrosa. Algo que ela já tinha confessado, mas estava bêbada o bastante para não entender o que estava acontecendo.

Enquanto isso, Lisa a defendia — mesmo não tendo argumentos —, o que era engraçado, até porque ela se esforçava bastante para tentar surpreender o Rosé o mínimo que fosse. E surpreendeu.

— Lisa, pare! Você nem tem argumentos mais. — Jisoo fez gestos com as mãos para que parasse.

— Isso foi suficiente? — a loira perguntou a Rosé. — E podemos ver um filme de terror depois de tudo isso?

— Muito. — ela respondeu enquanto acenava com a cabeça. — E talvez! — não sabe bem o motivo da enrolação, ficou animada com a ideia, mas mesmo assim ainda estava "assustada" com Lisa.

Não sabe bem ao certo se Lisa a enxergava ou só fora coincidência, e acreditava bem mais em ser apenas uma coincidência. Por isso, só admitiu que aquilo tudo, mais uma vez, não era genuíno.

Nunca foi, certo?

— Preciso ir. — Rosé, levantando-se, disse e ajeitava seu moletom enquanto isso. — Até mais.

Jennie até a questionou, mas não insistiu. Ela sabe bem o quanto Rosé não gosta desse tipo de saídas, não suporta isso. Não mais e não como antes.

O sino tocou quando ela abriu a porta para ir embora, até pensou que Lisa ou bem, Jennie viriam atrás dela, mas não.

Você não é o centro de tudo, Rosé. Pelo menos, não agora.

Quando a garota chegou, tirou as roupas jogando-as no canto do quarto. Suas vestes eram só suas partes de baixo. Um sutiã e uma calcinha de algodão branco, seus sapatos desarrumados no chão já tinham deixado seus pés livres com meias, também de algodão branco.

Dedicou seu tédio à vídeos de mukbang, o que é estranho, porque isso não a relaxa ou satisfaz. Só a deixa com fome, muita fome.

Passou horas vendo vídeos desse tipo ou só caçava alguns vídeos engraçados, de resgate de animais e de vlogs de viagens pelos mundo. Uma coisa que, particularmente, Rosé desejava mais que qualquer coisa.

"Oi, acabei de chegar, Rosé"

Essa fora a notificação que acabara de receber. Número desconhecido, então, só visualizou a mensagem no aplicativo.

"É a Lisa, medrosa! Não diga que me esqueceu"

Ah, Lisa. Era ela. Talvez a reação de Rosé não tivesse sido tão boa pelo fato de que, na verdade, ela tenha ficado enjoada imaginando que a garota não enxergasse. Era só uma coincidência mesmo.

As coisas que ela descreveu são coisas simples, inclusive seu sinal, que por mais seja um pouco grande e nunca comentado, continua sendo simples e normal.

"Lisa! Não esqueci, você é boba demais para esquecer tão facilmente"

"Você jura que me engana com esse papo, garota? Você saiu do bar sem mais e nem menos"

Era um bar, Rosé tirou sua dúvida só agora.

"Aquilo era um bar? Achei que fosse mais um restaurante"

"E por que não os dois? Par é legal!"

"Nem sempre!"

"O que você tem, Rosé? Saiu frustrada de lá, pareceu mais que tinha tido um pesadelo acordada"

"E tive, tenho, literalmente"

"Sinistra"

Não sabia muito bem o que conversar com Lisa, no máximo, discutiram sobre filmes de terror e só.

Isso já era o bastante para iniciar-se uma conversa, mas Rosé não sabe bem distinguir o que sente quando percebe que não vive nada real de verdade. Nojo, insegurança, angústia ou o que fosse aquilo, ela não sabe mesmo.

Deixou o celular de lado, ignorando mais três mensagens que apitaram no celular, talvez fossem de Lisa, e correu para o banheiro.

Escolheu se banhar com água gelada, lavou tudo e seus cabelos ficaram pesados. Seus finos eram finos, molhados daquela forma ficavam cheios e extremamente lisos.

Seu sabonete de lavanda era seu favorito, na verdade, quase tudo seu tinha aroma de lavanda, menos seus produtos de cabelo. Seu perfume cheirava a pele de bebê pós-banho ou de uma vovó pós-banho. Eram dois extremos.

Voltou para o quarto enrolada com duas toalhas, uma em seu corpo e outra nos cabelos em um coque. Estava com chinelos e coçava seu nariz quando seu celular apitou.

5 mensagens de Lisa.

"Não leve a mal, você é confusa"
"Isso é ótimo, gosto de confusão"
"E mais que isso, gosto de desvendar tudo isso"
"Estou assistindo um filme no notebook, está afim?"
"Posso te ligar no Skype ou algo assim!"

Ela é tão comunicativa.

Rosé adora isso e adora ela, por mais que seja falso.

"Eu quero"

Não foi preciso id algum para a chamada, Lisa a convidou para um bate-pato em grupo — qual só tinha as duas".

Câmeras desligadas e microfones também, só se comunicavam pelo chat do aplicativo e enrolaram bastante até realmente darem o play, e não foi conversando.

Na verdade, Lisa estava preparando pipoca por isso pediu alguns minutos de espera antes de verem o filme.

Rosé pensou em fazer o mesmo, mas estava com preguiça. Estava usando uma camisola, cheirava a lavanda e seus cabelos estavam refrescando-a. Por isso, desistiu de fazer algo para comer e sobreviveria de bombons no seu quarto.

"Tenho bombons, esse é meu cardápio!"

"Que tipo de cinema é esse, Rosé?"

"O tipo Rosé, oras! Tem algo melhor que chocolate?"

"Óbvio que tem, só não direi o quê"

"Sem graça, Lisa!"

mandela | chaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora