Uma beleza admirável, uma evolução notável

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Ao perceber o que estava fazendo, Felix rapidamente se soltou dos braços do garoto e começou a encarar o chão envergonhado: -Ah...Desculpa -por um momento sentiu algo 'estranho', mas que era impossível não reconhecer, ao sentir aquilo seu rosto queimou levemente em ansiedade.

-Não se preocupe, não vou contar a ninguém que você encaixa perfeitamente no meu abraço -provocou.

-Desgraçado -xingou ignorando tudo o que estava sentindo.

-Tire os sapatos -falou o mais novo.

-O que?

-Venha -o puxou para um banco perto dali- Sente.

O cupido sem pensar duas vezes o obedeceu, mas depois pensou consigo: 'por que estou fazendo isso?'.

Antes que pudesse falar alguma coisa, o garoto começou a tirar os sapatos do loiro com cuidado, e logo após tirou os seus também e guardou-os no carro.

-Agora podemos ir, sem sujar os sapatos, inclusive, por que você veio de roupa branca? Vai casar? -provocou novamente, era como se ele estivesse se divertindo ao ver o mais velho com raiva.

-Casar? Vai sonhando! Você nem ao menos me avisou que iriamos para a praia, se tivesse me avisado, eu não teria vindo com essa roupa.

-De qualquer forma, vamos nos divertir um pouco.

-Mas... nós vamos descalços? -perguntou hesitante.

-Está com medo de se sujar? -ele tinha novamente um sorriso travesso no rosto.

-Medo de me sujar? Não! Mas se tiver...-nem ao menos conseguiu terminar sua frase quando o garoto o pegou no colo, estilo noiva e o levou em direção ao mar- O que você está fazendo?! Eu estou de saia, porra!

Mas o garoto ainda assim não o colocou no chão, só o colocou quando finalmente chegaram no mar: -Pronto, algodão doce, até que você é bem leve, parece até um boneco de pano.

-A água tá fria! -reclamou.

-Não reclame, olhe pro céu -disse docemente e o Lee obedeceu.

O céu tinha uma mistura de laranja e um pouco de roxo, as nuvens dançavam lindamente, enquanto o vento batia gentilmente no rosto de ambos e bagunçava seus cabelos de maneira graciosa, o som do mar fazia tudo aquilo ficar cada vez mais mágico, era encantador, por um momento, Felix esqueceu da temperatura da água e passou a admirar aquilo tudo com cuidado e medo de perder qualquer mínimo detalhe.

Os olhos do loiro brilhavam intensamente como se possuíssem galáxias inteiras dentro deles.

-É tão lindo... -disse hipnotizado com a beleza de tudo aquilo.

-Realmente -respondeu olhando admirado a beleza do outro que estava ao seu lado- É muito bonito.

Por mais que ele não quisesse ser clichê perto do cupido, o garoto nem ao menos conseguia pensar em algo criativo e novo, mas isso não importava, não agora, quando tudo que ele queria era proteger o garoto em seu abraço.

-Hyunjin -chamou.

-Hm? O que foi, algodão doce?

-Pare de me chamar de algodão doce, desgraça! Mas... o que eu queria falar era: eu te perdoo por me acordar de madrugada, mas só por que você me trouxe aqui, senão eu já teria te afogado.

-Quanto amor, mas eu sei, de nada.

-De nada? -ficou um pouco confuso- Ah, entendi, 'de nada' por ter me trazido aqui?

-Exatamente.

-Você é realmente convencido...oh! Peixinho! -apontou para o seu pé onde tinha um peixe solitário nadando perto de si.

-Que fofo, por falar em peixe, vamos comer alguma coisa? -perguntou inocentemente.

-Credo! Não fala assim! -reclamou enquanto se abaixava um pouco para falar com o peixe- Não escuta ele peixinho, nós não comemos vocês, ele é sem noção -aquela cena para o garoto era extremamente adorável, ele era como uma criança, e essa criança estava falando com um peixe!

-Algodão doce -chamou.

-Mas que desgraça! O que você quer?! Você não vai comer o Juninho!

-Juninho? É o nome do peixe? -perguntou e o outro afirmou com um aceno- Você tem quantos anos? Três?

-Não! Eu sou mais velho que você, por mais que não pareça -a fala dele fez o garoto rir levemente e logo depois segurar a mão dele e o puxar.

-Vem logo, vamos comer.

Então ambos saíram da água e foram até uma pequena loja de conveniência ali perto, compraram alguns lanches e voltaram para o carro, comeram e logo depois voltaram para a praia, onde se divertiram durante horas sem pausa.

Nesses momentos que ambos passaram juntos, Felix sentiu algo diferente do que sentia antes em relação ao garoto, não era mais aquelas borboletas inquietas ou aquele calor confortante que o incomodava, agora, ele sentia como se estivesse em casa, como se o garoto fosse o seu lar, a sua paz, e que queria o manter sempre por perto, agora já não sentia o seu rosto queimar quando o Hyunjin estava ao seu lado, e sim, uma vontade imensa de sorrir independente da situação que estivesse passando.

As borboletas continuavam lá, mas agora, elas tinham entendido que aquilo não era motivo para se agitarem, e sim para pararem e admirarem com cautela tudo o que estava por vir, sem perder nenhum detalhe.

Aquele sentimento novo para o cupido o intrigava, nunca tinha sentido aquilo, nem mesmo quando estava vivo, mas não era algo ruim, era bom, e que não queria abrir mão.

O sentimento de antes tinha evoluído para algo mais sério e duradouro, o cupido sabia disso, e tinha medo, mas não ia reprimi-lo, por que no momento em que viu toda aquela inquietação se transformar em calmaria, fez a difícil decisão de seguir o conselho da Chungja, e se permitir, finalmente, ser feliz.

Oh cupido! Vai longe de mim! -HyunLix-Onde histórias criam vida. Descubra agora