A verdade

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Chungja havia levado Felix ao quarto dela, onde ninguém poderia ouvi-los ou atrapalha-los, lá eles conseguiriam esclarecer todas as dúvidas.

-Por que te mandaram? -perguntou primeiro a general.

-Meu superior disse que eu tinha que fazer o Hyunjin se apaixonar em cinco meses, senão eu seria expulso.

-E você conseguiu algum progresso?

-Não, ele não se interessa por ninguém! Ah, eu realmente devo ter matado alguém na minha vida passada pra ter essa sorte.

-Você não vai ao menos tentar novamente?

-Eu acho que, dependendo do que você me contar, eu vou tentar.

-...-ela estava hesitante, era nítido- Por que quer tanto saber? Isso pode te prejudicar intensamente.

-Eu sei, mas eu não quero mais ser enganado, por favor, me conte.

-É uma longa história, mas resumirei para você, no começo, os céus era um lugar incrível, cheio de amor e compaixão, todos se apoiavam e confortavam, mas um dia, generais, comandantes e superiores do submundo invadiram e atacaram milhares de anjos, cupidos, generais de todas as áreas e soldados, muitos saíram feridos, foi um episódio de pura agonia e desespero, mas quando estávamos prestes a perder, surgiu um general que conseguiu nos ajudar, a presença dele nos fez vencer, por gratidão, o nomeamos o comandante dos céus abaixo dos Deuses, mas não foi uma escolha certa.

-Mas ele os salvou, por que não seria uma boa escolha? -perguntou envolvido na história.

-Quando ele foi nomeado, tudo foi apenas paz, mas com o passar do tempo, todos ficaram mais egoístas, maliciosos, terríveis, não se importavam com mais ninguém, eu fui a única que percebi, então tentei achar a fonte daquilo.

-Era ele?

-Era. Eu não sei como, mas ele mudou a todos dali, e não é só isso, a invasão, foi culpa dele, ele planejou aquilo para os outros o reconhecerem, e adorarem, mas no final, ele era um traidor.

-Como alguém é capaz de fazer tal crueldade?

-Eu não sei, mas atualmente ele trabalha para alguém, um general da morte, ele passa as informações sobre os céus para ele, vários já foram torturados e mortos por eles.

-Mas por que ele trabalha para um general da morte?

-Por poder, eles permitem que ele comande o submundo e destrua os céus aos poucos, até não sobrar nenhuma gota de bondade lá.

-Ele quer transformar os céus em um novo submundo, sem ninguém perceber...-ele estava em choque, tudo o que sabia era uma mentira contada para o manipular até que ele se tornasse tão mal quanto os outros.

-Agora, você sabe o segredo dos céus, tenha cuidado, se não souber esconder bem, pode correr perigo.

-Eu não posso esconder... eu preciso avisa-los! Não posso deixar que eles passem por tudo isso e nem percebam!

-E você tem força para fazer isso, ainda mais, sozinho? -perguntou preocupada.

-... -ele hesitou por alguns minutos- Eu não tenho nem ao menos força para me reerguer...o que eu faço? -aquilo foi como um pedido de socorro, que soava agoniante em sua garganta, suas lágrimas queriam rolar sem parar, mas ele simplesmente não conseguia parar de impedir que elas viessem para fora, então ele se inundava por dentro.

Era fato, nem mesmo um terço dos céus o tratavam bem, mas ele não podia deixar tudo seguir aquele ramo, não quando sabia de tudo.

-Desculpa, não posso ajudar, mas você também não pode agir sem pensar dessa maneira.

-...

-Acho que a única coisa que você pode fazer agora, é tentar ser feliz, como nunca foi antes, eu sei que você quer isso.

-Como? -perguntou um pouco surpreso.

-Eu era uma general dos corações partidos, consigo percebe-los de longe, você quer ser feliz, mas tem medo, você está se apaixonando, mas se nega, por medo do que acontecerá se alguém dos céus descobrir -foi sincera- Você tem medo das punições injustas.

-Eu...devo enfrentar esse medo? -ele viu uma esperança em meio a tanta escuridão, por mais que soasse egoísta, ele queria mais do que tudo, viver sem medo de se apaixonar, de sentir, de ser feliz.

-Enfrente-o, se deixe levar pelos sentimentos na medida certa, se algo acontecer, eu tenho certeza que tem amigos para te apoiar, e além deles, tem a mim, por mais que eu não vá o ajudar muito, eu quero ao menos tentar.

O cupido não se impediu de sorrir largamente, aquele sorriso de gratidão iluminava todo o ambiente, era tão incrível.

De repente, algumas batidas foram ouvidas na porta, e logo depois a mesma se abriu revelando um Hyunjin com os longos fios castanhos molhados e uma calça moletom, sem camisa.

Ao vê-lo daquele jeito na porta, Felix não pode se impedir de olhar para ele e logo depois olhar para o chão envergonhado. Chungja ao perceber a ação do loiro, não se impediu de rir um pouco, mas logo depois começou a 'reclamar' com o filho: -Jinnie! Cadê a sua camisa?! Tá parecendo aqueles cara que vai pra academia só pra pegar alguém.

-Mãe! Não seja assim, eu quero saber onde está minha camisa, e por que vocês estão aqui e não na sala?

-Sua camisa está no varal, vai ter que ir lá fora pegar, bonitão, e estamos aqui conversando com privacidade, por que eu sei que você é fofoqueiro e ia querer escutar a conversa inteira.

-Nem é para tanto, vou lá no varal.

-Ah! Cuidado! Aquela velha safada estava lá na janela te observando quando você chegou.

-Velha safada? -perguntou o Lee um pouco confuso.

-É a vizinha, ela gosta de mim e fica me perturbando o tempo inteiro, é completamente nojento, se bobear, ela já deve ter tirado foto minha até mesmo tomando banho.

-Credo! E você vai lá fora assim mesmo?

-Vou, qual o problema?

-Fique aqui -disse com um tom de autoridade- Qual a camisa? Eu vou lá buscar! Você não vai lá fora assim nem fudendo -se levantou e foi em direção a porta.

-É uma camisa preta! -gritou a mãe do garoto.

-Beleza, valeu tia!

-Tia teu cu! Não sou velha!

Enquanto tudo acontecia, Hyunjin ainda estava extremamente confuso sobre o que estava acontecendo e o que raios eles conversaram dentro daquele quarto.

Oh cupido! Vai longe de mim! -HyunLix-Onde histórias criam vida. Descubra agora