Fogueira improvisada e nostalgia

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O restante do dia não havia sido muito desastroso, a maioria dos que haviam ido para o shopping, ao chegar em casa, voltaram para seus quartos para dormir novamente, e apenas saíram de lá na hora da janta.

— Bando de esfomeado, parece que as lombriga tem relógio pra acordar esses cachorro na hora de comer — Ace resmungava, enquanto mexia em quatro panelas diferentes no fogão, fazendo sua maior especialidade na cozinha. 

— Ei, o que tem de bom aí? — Kid perguntou, tentando averiguar o que seria o jantar de uma distância segura.

— Miojo — o sardento respondeu, se virando para a mesa, deixando uma das panelas em cima da mesa de madeira com toalha de renda branca. — Cada prato tira umas duas horas de vida, pode comer à vontade.

— Ah... O que são umas trinta horinhas de vida a menos? — Bonney disse sorrindo, pegando com um garfo o equivalente a umas três porções de comida.

— Por que ninguém me acordou...? — Killer apareceu na porta da cozinha, com a voz sonolenta e cara de quem não havia dormido muito bem, com os cabelos ainda mais desordenados que o comum.

— Meu deus... É a Cuca — Luffy disse, parando de comer — por mais incrível que pareça — para observar por alguns segundos o estado do loiro.

— Vou me arrepender se pergutar quem é "Cuca"? — Killer questionou, pegando um prato em cima da mesa e se direcionando para o fogão para pegar um poco de comida diretamente da panela, pois se esperasse ela ser colocada na mesa provavelmente não iria sobrar muita coisa.

— É um ser do folclore brasileiro — o rapaz com chapéu de palha o respondeu antes de voltar a enfiar comida em sua boca descontroladamente.

— Ah, é! Eu... — Sabo exclamou, antes de ser interrompido por seus irmãos.

— AH, É! — os dois morenos berraram em meio a risadas.

— Eu mereço... — o loiro murmurou, suspirando. — Então, eu tinha esquecido que queria apresentar pra vocês o nosso folclore.

— Eu ouvi falar que o folclore brasileiro é bem interessante — Koala comentou com um sorrisinho provocante enquanto encarava Sabo, pelo simples fato dele ter lhe enchido o saco antes da viagem sobre o quanto que queria que ela soubesse sobre as lendas de seu país, mas só as contaria quando estivessem em território brasileiro.

— É cada bicho mais estranho que o outro. Tem um que tem uma rola... — Ace falou, largando seu garfo e abrindo os braços o máximo que conseguia, antes de ser interrompido por Sabo.

— O Luffy gosta bastante do Saci! Né, Lu?! — o loiro exclamou rapidamente, antes que seu irmão difamasse a cultura deles para os gringos.

— Sim! Também gosto do Curupira, da Caipora... — o mais novo respondeu, parando alguns segundos para pensar, antes de começar a enfiar ainda mais comida em sua boca o mais rápido que conseguia, se levantando e correndo para a sala assim que viu seu prato vazio.

— Eu tenho certeza absoluta que faz mal para a saúde comer tão rápido assim — Nami comentou, vendo Luffy começando a mover os sofás no cômodo ao lado. — Já pensaram em levar ele pra um hospício?

— Já, mas sempre que a gente falava sobre isso, ele dava um jeito de fugir de casa e ia pro meio do mato falando que ia morar com os bichos, já que a gente não queria ele — Ace a respondeu, falando como se fosse a coisa mais comum do mundo.

— Ele dizia que ia sobreviver de caçar onça; não tem onça no Rio de Janeiro — Sabo concluiu a explicação do mais velho.

— Sabo, cadê a minha luminária? — Luffy questionou, parado na porta da cozinha, encostado no batente.

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