Final

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Felipe Ret

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Respiro fundo encarando minhas mãos com sangue da minha pretinha, quando eu toquei mas suas costa por cima do colete ele estava melado de sangue. Eu não sei onde o tiro foi acertado, caralho como ela levou um tiro se tava de colete?

— Papa! — ouço o grito fino da minha filha. Olho pra trás vendo o velho com ela nos braça — Mama xadali.

— Mamãe ta dodói minha bebezinha ela daqui a pouco melhora — pego ela no colo depois que limpei o sangue que tava na minha mão.

— Dodói?

— Sim. — um bico forma na boquinha dela deitando a cabeça no meu peito chorando.

Suspiro sentando na cadeira arrumando Ruby nos meus braços. Ouço a porta se abri vendo um medico sair por ela.

— Parentes de Alina Dias. — num pulo já to de pé encarando ele — O senhor é o marido dela?

— Sou e como ela ta? — Ele fica me encarando e olhando pro bagulho na mão dele — Fala porra para de enrola! — falo altão.

— O tiro foi acertado na coluna vertebral, especificamente na espinha perto da nuca — ele suspira — Retiramos a bala a cirurgia foi um sucesso é um milagre ela esta viva.

— Ela vai poder andar?

— Só saberemos quando ela acordar senhor, por agora ela esta em coma induzido.

Meu Deus por favor cuida dela faz esse favor pra um traficante apaixonado...

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Alina Dias

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Abro os olhos olhando ao redor do quarto de hospital, sinto meu corpo pesado e dolorido. Olho ao redor e vejo um botão vermelho, aperto ele e em poucos minutos uma moça vestida de branco entra no quarto.

— Oh, você acordou mais rápido do que pensei — ela sorri educada — Vou chamar o medico responsável por você. — apenas balanço a cabeça.

Tento me senta mas não consigo minhas pernas pesam, tento mexer mas não sinto nada toco elas mas realmente não sinto nada. O que está acontecendo? Meu deus... dou alguns tapa mas nem uma arrepio fisgada nada.

— Por que não sinto minha pernas? — sinto meus olhos encherem de lagrimas — Merda, isso não pode ta acontecendo — me desespero batendo sem parar — Se mecham droga! —grito.

— Senhorita calma por favor — o medico entra rápido junto com a enfermeira.

— Eu não sinto minhas pernas e você pede calma? — choro desesperada cobrindo o rosto com as mãos — Eu vou ser a merda de uma invalida!

— Pretinha o que foi? — Filipe entra desesperado correndo ate mim.

— Senhora se acalme ou vou ter que sedar você — o medico suspira. Vejo ele pegar uma agulhar se aproximando até a cama levantando o lençol — Está sentindo isso? — pergunta.

— Não. — respondo.

— E isso?

— Também não.

— Mande trazer a cama e iremos fazer alguns exames aprofundados — ele diz para a enfermeira que em seguida sai rápida do quarto.

— O alguém pode me falar o que porra ta acontecendo? Eu to ficando puto.

— Pelo o que posso ver a sua esposa esta paraplégica, não sente as pernas por causa do tiro que levou na espinha — ele suspira escrevendo algo na prancheta.

— O que? Que merda é essa? — ele me olha e eu desvio o olhar — Ela vai ficar de cadeira de roda pra sempre?

— Ainda não sabemos se é definitivo senhor, depois que os exames ficarem prontos iremos saber com clareza — o medico sorri simpático — Com licença.

Filipe respira fundo se sentando na poltrona com os cotovelos apoiados no joelho e com as mãos nos olhos.

— Filipe...

— Agora não Alina. — sai do quarto me deixando sozinha.

Não julgo por ele esta assim. O morro foi invadido e por pouco não foi tomado, nossa filha quase foi morta, ele também, eu também quase morta e agora to sem andar. Sei que a partir  de agora vou ser um peso pra ele e todo mundo, não vou mais poder brincar com a minha filha correndo pelos cantos.

— Esta na hora de fazer os exames — a mesma mulher entrar junto com maia dois homens vestidos de branco e uma maca — Onde esta seu marido?

— eu não sei, ele saio quando soube da noticia — gemo quando o homem me coloca na maca deitada — provavelmente foi embora — sinto minhas lagrimas caírem.

— Acha que ele abandonou você? Ele não pareceu esse tipo de homem quando chegou desesperado perguntando de você

— Não me importo e eu não quero falar sobre isso por favor — ouço ela suspirar mas não fala nada.

Os exames foram muito demorados, principalmente o raio-x. Quando me levou de volta para o quarto Filipe tava sentado na poltrona de braços cruzados, ele me viu mas não falou nada assim como eu.

— Os exames estão pronto — o medico entra no quarto.

— Vou ficar assim pra sempre?

— Talvez não — o olho sem entender — A região em que o tiro foi acertado é um lugar bastante perigoso a senhora podia esta morta mas não felizmente não aconteceu mas, não deixou de ter complicações como as suas pernas ficarem sem movimento por exemplo.

— Então ela vai ficar assim pra sempre? — Filipe perguntou me causando arrepios, mas não olhei pra ele.

— A uma grande probabilidade, se você fizer fisioterapia.

Talvez tenha uma chance se eu fizer o tal exercício e voltar a andar. Obrigada Deus.

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Alina, Tudo Por Nós DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora