12° Capitulo

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Alina Dias

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ALERTA GATILHO

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“ — João eu já vou indo — Aviso ao gerente

— Tem certeza? Eu posso te levar se você quiser — O mesmo aparece com um avental amarrado no corpo

— Não precisa obrigada — Peguei a minha bolsa colocando sobre meu corpo — Boa noite — Sorri e acenei

— Boa noite — Acena de volta — Cuidado! — Grita

O tempo estava um pouco frio por causa da chuva de ontem, estava um tempo bom para dormi. As ruas estavam vazias só alguns carros passavam de vez enquanto, maldito dia que resolvi sair sem a minha faca. Maldito seja o dia em que, naquele dia, não aceitei a carona de João.

Sentia olhares em mim, eu olhava para trás e não vai ninguém por que as ruas estavam escuras mas eu jurava por todos os Deuses que havia alguém atrás de mim. E todo mundo sabe que quando se é mulher no Brasil e andar desconfiada até da própria sombra é não é coisa da sua cabeça, pode ter certeza que não.

— Olha que gracinha — Um homem loiro de olhos azuis entrou na minha frente.

— Saia da frente seu monte de merda — Tentei passar mas outro homem entrou na minha frente novamente.

Foda-se merda. Foda-se, eu estava com tanto medo mas tanto medo que não tinha comparação com nada.

— Ela tem garras amigo, cuidado — Tentou tocar em mim mas me esquivei

— A gatinha aqui vai socar a sua cara até você dizer chega

— Gostei... — O homem loiro tentou tocar em mim mais uma vez, soquei a sua cara.

Ambos me agarraram. O loiro segurou minha cintura me erguendo enquanto o moreno segurava minhas pernas me levando para um beco fedorente. O pânico tomou canto de mim então comecei a me mexer para tentar me soltar.

— Vamos lá você está pedindo para ser fodida — Não eu não estava.

Caralho eu estava usando calça uma blusa de manga e um moletom. Não, eu não estava pedindo para ser fodido mas eles não me ouviram.

— Por favor não façam isso por favor... — Implorei

Eles rasgaram as minhas roupas ali mesmo. A único coisa que lembro foi a dor alucinante que senti, os impulsos que meu corpo fazia enquanto estocava, os pedidos de ajuda, as palavras sujas que eles falavam de mim e aqueles olhos azuis. Aqueles malditos olhos azuis.

— Olá querida que bom que acordou — A primeira coisa que vi foi uma enfermeira ao meu lado sorrindo

— Onde estou? — Minha voz estava rouca e meu corpo dolorido

— Você se lembra de alguma coisa? — Então as memorias da noite passava veio a tona. Não me contive e chorei, chorei como nunca — Eu sinto muito querida.

— Meus pais...

— Eles estão ai fora e já sabem — A mulher tocou meu cabelo — Vou chamar o medico e depois seus pais irão vir

O medico havia falado que minhas partes intimas estavam machucadas, o meu útero principalmente.

Eu havia sido encontrada em um beco sujo nua com esperma sobre meu corpo e nas minhas partes intimas desmaiada com machucados e cortes superficiais. Naquele dia eu chorei como uma criança no colo da minha mãe e do meu pais. ”

— Ta viajando pretinha? — Sai dos meus pensamentos — Vamo pô faz um tempão que você ta ai igual uma besta olhando pro nada — Ri

— Vamo logo começar menino — Havia se passado uma semana depois daquele encontro no beco com o cara e ele não havia invadido mais. Eu não quis falar nada com o Felipe, ainda não. Nesse tempo ele vem me ensinando mais sobre as armas me dando o espaço que precisava.

Felipe pegou uma arma de porte grande e se afastou de mim.

— Se acontecer alguma coisa parecida naquele dia tu precisa aprender a usar uma dessa morô? Não é todo lugar que tu vai achar uma pistola

Concordei. Ele colocou três garrafas uma ao lado de outra, logo depois ergueu a arma continuando a falar.

— Isso aqui é um AR. Um Rifle AR 15, feito nas gringa nos estados unidos. — Se aproximou de mim — Esse botão aqui é o ejetor — Tirou o pente me mostrando as balas — Você coloca as balas bem aqui e depois coloca o pente de volta e depois puxa a alavanca, a trava de segurança puxa pra baixo destravada puxa pra cima travada — Posicionou e atirou acertando na garrada — Tenta ai pretinha.

Ele me entregou o Rifle e fiz do jeito que ele falou. Tirei o pente verificando as balas puxei o ejetor já com o rifle destravado e posicionei mirando.

— Não gatinha — Felipe tocou minha cintura se aproximando — Você precisa coloca aqui contra o seu ombro — Beijou meu ombro — Atirei mas havia passado longe do alvo. — Assim não pretinha, tu precisa deixar os dois olhos abertos usa seu olho dominante por que se tu manter mechado não vai conseguir enxergar o alvo.

Fiz o que ele mandou, respirei fundo e  atirei acertando direitinho.

— Ai tu me deixa com maior tesão com essa pose de braba — Gargalhei

— Ta muito safado em Ret — Entrei o rifle pra ele

— Só com você pretinha — Beijou no canto da minha boca

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Alina, Tudo Por Nós DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora