Mundo de Tinta

Meu Melhor Amigo

Cadê o Adrien?

[Na cozinha com o Louis. Acho que está fazendo mamadeira.]

Ótimo! Vou continuar aqui então.

Depois que o Adrien foi embora, fiquei esperando o Luka chegar. Vi o carro dele chegando e estacionando ao lado da casa. Me levantei do sofá, peguei um poff, o coloquei perto da mesa e me encostei na mesa com os braços cruzados. Assim que ele entrou, ele olhou para mim e suspirou.

-Senta. - mandei com seriedade.

Sem dizer um único piu, ele se sentou no poff e colocou as mãos dentro dos bolsos de sua blusa de moletom. Estava me segurando para não dar um soco na cara dele, ou então pisar no pinto dele.

-Manda bala. - disse ele.

- Que merda você tinha na cabeça de falar aquilo para o Adrien? Sei que você cresceu em um circo, mas nem por isso tem que agir como um palhaço!

-Eu não menti.

- Não é sobre isso, Luka. Você, assim como todo mundo, estava ciente do que eu estava fazendo com o Adrien. Então você não tinha o direito de dizer aquilo para ele. Você deixou ele completamente confuso. Não podia fazer aquilo.

-Por que não? Está claro que ele está interessado em você. E eu não estou nem um pouco a fim de ver a história se repetir.

-É por esse motivo que estou fazendo tudo isso. Você não pode simplesmente começar a manipular a mente de um cara, só porque ele parece estar interessado em mim.

-Posso, se eu achar que isso vai te prejudicar. - ele se levantou e me encarou - Não vou deixar um garotinho filhinho de papai, te usar como uma fuga e depois te descartar.

-Eu sei me virar muito bem, Luka, todos vocês sabem disso.

-Mari, entenda... - ele se aproximou de mim e apoiou as mãos na mesa, uma de cada lado do meu corpo - você é uma das pessoas mais importantes que eu tenho na minha vida, e não sou capaz de ver que algo pode te machucar e ficar parado. Eu amo você, e não vou ficar parado, assistindo você provavelmente cometer o mesmo erro, por causa de um rostinho bonito, curioso, que deu uma provadinha no nosso mundo e decidiu degustar.

Respirei fundo e levando minha mão ao cabelo dele, arrumei algumas das mechas que estavam bagunçadas por causa do vento forte do lado de fora.

- Dei a ele um prazo. - disse enquanto ajeitava o cabelo dele.

-Um prazo?

- Ele tem até sexta para escolher se vai ou não entrar no nosso mundo. Ele tem duas opções. Ou aceita tudo que somos e como somos, ou então se afasta completamente e trata nossos encontros como um mero acaso. - Ele me olhou surpreso e eu sorri, colocando minha mão sobre a bochecha dele - Sei que se preocupa comigo, e eu também te amo, de todo o meu coração. Mas você tem que passar a confiar em mim, e acreditar em mim.

-Confio, e acredito. Mas me assusta tanto a ideia de te ver...daquele jeito. - ele deitou a testes no meu ombro e respirou fundo - Desculpa. Não queria te chatear.

Passei meus braços por baixo dos braços dele e o abracei, deitando minha cabeça no ombro dele.

-Sei que foi com boas intenções. Mas você tem que parar de me tratar como aquela garotinha, que pulava de qualquer penhasco sem pensar nas consequências.

-Você se tornou uma mulher muito forte. - ouvi ele dar uma risada nasal - Mas não dá para esquecer a Mari que chutou o saco do Ministro de Educação.

[Você fez o que?!]

A culpa não foi minha! Ele que começou a dar em cima da minha mãe quando meu pai não estava perto. Tarado sem vergonha. Achava que só porque ele tem um pal pendurado no meio das pernas, toda mulher tinha que dar mole para ele.