Dói Olhar

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Vou continuar com essa parte, porque quero deixar a Mari um pouco fora desse assunto. Ela se faz de forte, mas acaba sofrendo durante a noite. Podemos até aceitar a morte de alguém especial, mas a dor ainda permanece, não importa o tempo que passe.

Bom...desci do carro e dando a volta nele pela frente, abria a porta do motorista. Desliguei o carro e peguei a chave. Tirando o cinto dela, a peguei no colo, fechei a porta do carro e o travei.

-Adrien...eu sei andar. - disse ela com a voz baixa.

-Fica quietinha. Você pediu para eu te fazer esquecer. Então vou fazer isso. Então fica quieta e deixa eu cuidar de você.

Não queria olhar para ela. Se visse o rosto abatido dela, poderia perder a coragem. Senti as mãos dela abraçarem meu pescoço. Suspirei e continuei subindo as escadas até a casa. Assim que cheguei, abri a porta e entrei. Dei de cara com Pierre e Vovô Max sentados a mesa. Assim que nos viram eles se levantaram preocupados.

-O que aconteceu? - inquiriu Pierre.

Não parei de andar e segui para o arder de cima.

-Nada. Apenas... não entrem no quarto...por umas duas horas.

Agradeci aos céus por eles não terem ido atrás de mim, pedindo explicações. Eu não saberia como me pronunciar.

Assim que chegamos no quarto, a coloquei sobre a cama. Assim que ouvi a cama ranger, entendi que ali não daria muito certo. Fui até a porta e passei a chave. Fui até ela a fiz se levantar. Puxei o colchão e o joguei no chão. Quando olhei para ela, vi ela parada no centro do quarto me olhando inexpressiva. Fui até ela e a centímetros dela, levantei a cabeça dela pelo queixo fazendo ela olhar para mim.

-Não sei se vai funcionar...mas é a única coisa que consegui pensar. - disse colocando o cabelo dela atrás da orelha dela - Quer mesmo que eu faça isso?

-Só pensa em safadeza, não é seu modelinho safado?! - disse ela com um sorriso forçado.

Aquilo me doía, mas do mesmo jeito sorri e acariciei o rosto dela com as costas dos meus dedos.

-O que posso fazer se você me provoca desde o dia que nos conhecemos? - disse e já fui descendo meus dedos pelo pescoço dela - Você é capaz de enlouquecer um santo.

-Mas isso é algo que não é, não é mesmo modelinho?

-Santo? - sorri - Quer tirar a prova, princesa?

-Me mostra o que você tem, Agreste.

A empurrei pelos ombros até ela bater as costas na parede. Fiquei a centímetros dela, com os meus lábios roçando nos dela.

-Se eu começar... não vou parar até me satisfazer. - informei - Acho melhor achar uma nova opção.

Olhei nos olhos dela, esperando um resposta. Na realidade...queria que ela me impedisse.

-Me destrói Agreste! Acaba com isso de uma vez.

Confesso, estava em conflito. Queria aquilo. Estava explodindo de tesão. Mas... não queria fazer com ela daquele jeito. Era a segunda vez que estávamos naquela situação. Eu duro como pedra, louco para tomar ela totalmente para mim, e ela vulnerável, totalmente entregue. E como da primeira vez, meu orgulho e meu caráter estavam em conflito com meu desejo carnal.

Estava para avançar e beijar ela, ignorando todas as minhas dúvidas, quando uma raiva tomou conta de mim. Raiva de mim mesmo, por ter imagino transar com ela naquele estado de fragilidade. Gritei irritado e com a mão fechada em um punho, bati na parede atrás dela com os olhos fechados.

Mundo de TintaOnde histórias criam vida. Descubra agora