Desconfiança

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{Eu velejei...! Pra outra dimensão...! E naveguei...apenas com um mapa na mão...!}

Chega Adrien! Você está me irritando!

{Eu me sinto um capitão! Com a minha tripulação! A nossa embarcação... Nunca vai para....!}

Hágata você me paga.

[Eu não sabia que ele ia gostar tanto.]

{Eu velejei...!}

Se você não calar a boca e parar com essa cantoria, eu vou te colocar em um barco e te mandar para Cuba!

{Viu... Nem cantar eu posso.}

Cante a vontade, quando estiver dentro do banheiro em casa. Ele tem revestimento acústico por um motivo.

{Era por eu cantar? Pensei que fosse pela sinfonia que fazíamos quando estamos...}

Adrien! Cala a boca, pelo amor de Deus!

[Será que ainda tem chá preto, gelado?]

Viu só. Quebrou a menina com a sua cantoria.

{Foi você, com esses seus gritos.}

Eu mereço... Deixa eu começar logo com isso antes que eu perca a paciência e tranque você no banheiro.

{Rude.}

Vamos lá. Vou começar um pouco antes da partida do Adrien da Grécia.

Eu já estava na minha segunda cessão de fotos para a revista de Primavera da Vogue. Eu ainda estava um pouco instável. Minha alimentação estava péssima, por eu não ter fome e estar sempre enjoada. Eu dormia no máximo quatro horas por noite. Então...na hora das cessões, tacavam um quilo que maquiagem na minha cara de zumbi.

As luzes sobre mim e o flash da câmera estava fazendo a minha cabeça rodar. Sorrir para a câmera estava ficando cada vez mais difícil. Minha respiração estava ficando presa na minha garganta.

-Esperem um pouco. - ouvi a voz de Luka - Vamos dar uma pausa.

-Estamos fazendo isso a duas horas... - disse o fotografo - É bom fazer uma pausa. Dez minutos! - gritou para a equipe.

Respirei aliviada. Senti alguém segurar o meu braço e então vi Luka ao meu lado, me olhando preocupado.

-Vamos comer alguma coisa. Você está pálida. - disse ele.

-Consegue ver isso, com esse quilo de maquiagem na minha cara? - brinquei.

-Estou falando sério. Você mal está conseguindo ficar em pé e está gelada.

Ele me levou para a mesa do café, e me deixou sentada em um banquinho. Indo até a mesa ele montou um prato com alguns lanches e voltou para perto de mim. Ao ver aquele monte de coisa, meu estômago embrulhou.

-Come. - disse ele - E não adianta fazer essa cara. Você não tomou café da manhã e nem almoçou, então vai comer tudo o que está aqui.

Respirei fundo e peguei o prato. Ele ficou olhando para mim esperando eu começar a comer.

-Você é muito chato.

-Se você não cuida de você mesma, então eu cuido.

Bufei e comecei a comer. Comecei pelo pequeno bolo branco, que parecia ser a coisa mais leve ali. Depois de engolir a força dois enroladinhos de presunto, eu senti meu interior se revirar.

-Chega, Luka, não aguento mais. - disse entregando o prato a ele.

-Mari você precisa comer.

-Eu não aguento mais. E...a cessão já vai começar.

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