Capítulo XIII

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                              Pepe González:

Meses depois:

        Eu não podia ter sentimentos por aquela mulher, afinal ela era apenas uma traidora que tinha me aberto algumas portas no mundo da máfia, nada além disso, mas, desde que ela tinha se mudado para a minha casa, sua presença constante estava afetando as minhas emoções e eu não gostava nem um pouco daquilo. Ela tinha conquistado os meus filhos, até Gael estava mudando aos poucos por conta do seu jeito, ele já não era tão rebelde e seguia as minhas ordens, o que não acontecia desde que Nádia tinha morrido. E minha falecida esposa era a única mulher que eu tinha em meu coração, meu único e
verdadeiro amor.

— Eu quero uma árvore bem grande Sabina. – Avisou Kylian fazendo com que eu encarasse os dois descendo as escadas, aquele garoto parecia um macaquinho, sempre que eu o via ele estava grudado no pescoço dela. — A maior que eles tiverem e luzes, muitas luzes.

— E onde iremos conseguir tudo isso? – Perguntou ela sorrindo, eram raras as vezes que eu tinha a visto sorrir tão lindamente, acho que apenas quando ela estava com as crianças, a maioria dos seus sorrisos eram falsos e frios, apenas para conter as más línguas. — Você não está sendo muito exigente senhor González? E em tão pouco tempo?

— Não podemos deixar a casa escura ou o Papai Noel não vai aparecer. – Resmungou Kylian escondendo a cabeça nos seus cabelos. — Você não me contou que ele não esquece de nenhuma criança do mundo, mas, nós temos que deixar biscoitos e leite para ele ou o pobre velhinho não vai ter forças para passar em todas as casas. Como é o natal na Rússia, Sabina?

— É muito, muito frio. – Respondeu ela colocando o gorro de meu filho sorrindo, os dois ainda não tinham me percebido ali e eu passaria horas apenas observando os dois, Kylian estava fascinado pelo país da minha esposa, sempre que ele tinha uma oportunidade a enchia de perguntas.

— Mais frio que em Nova York? – Perguntou ele ajudando-a a calçar as suas botas. — Vocês também esperavam pelo Papai Noel?

— Muito mais frio, um dia eu irei levar você para conhecer a Rússia, Kylian. – Prometeu ela beijando a sua testa carinhosamente, era como se os dois fossem mãe e filho, eu sabia que Nádia cuidaria tão bem do nosso caçula quanto Sabina fazia naquele momento. — Quando eu era pequena nós passávamos todos os natais em família na Rússia, eu era apenas uma garotinha, mas, eu adorava ver a neve cair do lado de fora sentada no parapeito das enormes janelas da nossa casa e eu gostava ainda mais quando nana me colocava no seu colo e me contava histórias sobre os natais passado, eu sempre ficava sentada na sua perna direita e Any na esquerda, Sina ainda era um bebê então não passava muito tempo conosco, mas, essas são as minhas lembranças mais bonitas do natal. E as luzes, eu adorava as luzes, eram brilhantes e fascinavam a todos e nós sempre tínhamos uma enorme árvore de natal, mas, mama nunca deixou com que nós a enfeitássemos, pois, podíamos quebrar um dos seus preciosos enfeites.

— Você não vai deixar com que eu enfeite a arvore? – Perguntou ele arregalando os seus olhos e fazendo um beicinho e eu tive que gargalhar chamando a atenção dos dois. — Papai!

— Olá campeão. – Saudei pegando-o no colo quando ele pulou nos meus braços e bagunçando os seus cabelos por cima do gorro. — Sobre o que você e Sabina conversavam com tanto entusiasmo?

— Nós estamos indo comprar uma árvore de natal, papai. – Respondeu ele sorrindo e aconchegando-se no meu colo. — Mas, Sabina disse que deveríamos esperar Aisha acabar de se arrumar. Você quer ir conosco papai? Vamos comprar a maior e mais bonita árvore e muitas luzes, pois, Sabina gosta de luzes, então eu também gosto e a nossa casa vai ser a mais bonita do quarteirão.

Eterna Prisão °Livro 4 mulheres da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora