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No dia seguinte, me encarreguei das programações do Resort durante o dia todo, já que o BTS estaria livre. Como eles já tinham um tradutor-segurança com eles, não precisavam dos meus serviços nos momentos de descanso.

Era hora do jantar, e, os meninos decidiram descer até o restaurante. Apenas soube porque justo naquela noite eu teria que cobrir uma das garçonetes e os vi sentando numa mesa, com seus pratos devidamente cheios com as comidas deliciosas do buffet.

O que eles não sabiam é que aquela noite era especial. Carina faria um número de dança. Mais tarde, ocorreria o show que normalmente ela se apresenta, mas, a pedido de uma hóspede, cujo a mãe estava em condições frágeis de saúde e não poderia comparecer ao show, já que era longe e tumultuoso, ela pediu para que trouxessem um pouquinho da apresentação até a senhorinha.

Quando o restaurante já estava cheio, a música começou a tocar e Carina apareceu vestida com seu traje de balé, dançando pelo salão. A senhorinha a olhava, sorridente, amando o espetáculo.

Pude ver os meninos confusos com a agitação, mas, apreciando a apresentação quando viram do que se tratava. Eles olhavam Carina dançar, sem tirar os olhos dela, principalmente Jimin, que observava cada movimento, talvez por também apreciar o balé e, claro, ser um dançarino profissional.

— Ela dança muito bem. — Pude ouvir Hoseok, enquanto atendia uma mesa próxima a deles.

— E é muito bonita. — Acrescentou Jungkook. Naquele momento, me amaldiçoei por entender coreano, não sei o por que, mas ouvir Jungkook elogiando Carina me deixou com um leve ciúme. Os outros meninos concordaram, o que automaticamente me fez pensar que era óbvio que a achariam bonita, todos a acham, além de ser super talentosa. Ela chamava atenção por onde passava, e atendia ao padrão de beleza que homens como Jungkook apreciavam.

Enquanto Carina tirava fotos com a senhorinha e sua família, e outros hóspedes que se aproximavam dela, acabou se encontrando com os meninos, que a parabenizaram pela apresentação. De longe, pude ver Tae, ouvindo-a atentamente, sorrindo e olhando para ela como se fosse uma estrela.

O jantar chegou ao fim, o último hóspede havia saído do restaurante, era o fim do meu turno da noite.

Assim que saí do restaurante, decidi tomar um pouco de ar. Me lembrei da noite que conheci Taehyung, do quão bem ele me tratou. A lua no céu estava brilhante, assim como as estrelas. Resolvi tomar o caminho mais longo, e, passar por aquele lugar de novo, no fundo, com esperança de vê-lo.

Chegando até a piscina, com as memórias a tona em minha mente, comecei a ouvir vozes.

— Ah, não foi nada demais! — Era Carina, rindo.

— Foi um belo gesto, sua dança foi linda. — Eu não queria acreditar que era a voz dele. Seu sotaque misturado com o inglês era inconfundível, tão lindo, tão profundo, e tão doloroso ao saber que não eram palavras dirigidas a mim.

— Você fala muito bem em inglês.

— Obrigado, eu tento. — Dizia ele, orgulhoso.

Me aproximei um pouco mais e pude ver que Carina e Tae estavam conversando frente a frente. Ele a olhava, com um sorriso no rosto, assim como ela. Pareciam íntimos, rindo em meio a conversa e trocando olhares, de um jeito que, mesmo vendo rápido, pude sentir um aperto no peito.

Funcionários não deveriam conversar com os hóspedes famosos, era uma regra, mas, Taehyung parecia não se importar com ela.

No dia seguinte, eu deveria acompanhar o BTS em um comercial. Era de uma marca de sucos, e seu novo lançamento teria a carinha do BTS estampada, com sabores novos como Kombucha.

Tudo estava pronto para começar as filmagens. Taehyung, graças aos céus, chegou na hora certa, deixando o manager aliviado, me parabenizando dando tapinhas fortes demais nas minhas costas, mal sabia ele que eu nem havia trocado um olhar ou palavra sequer com Taehyung naquela manhã, ele já estava animado o suficiente para acordar sozinho.

Inclusive, ele estava animado até demais.

Os meninos começaram as filmagens. Eu os atendia conforme o necessário, e, por mais que tudo não passasse de algo profissional, não conseguia olhar Taehyung nos olhos.

Jimin percebeu meu humor mixuruca e resolveu perguntar se havia algo errado. Droga! Eu não queria que ninguém reparasse, mas, ele não tirava os olhos de mim, parecia estar me analisando o tempo todo, ao contrário de Taehyung, que sempre desviava o olhar.

Coloquei em minha mente que não deveria misturar as coisas, e, aquele era um trabalho e eu deveria ser profissional, não importa o que se passasse na vida pessoal deles ou na minha.

Recuperei meu humor e ativei o modo Emília-Recreadora-Simpática novamente. Era apenas uma manhã de gravação, eu dava conta.

Ou achei que daria conta, até Carina aparecer. Ela estava passando pela piscina, pude ver que Taehyung acenou para ela, um pouco disfarçado, mas eu percebi. Ela acenou de volta, com um sorriso no rosto.

Quando as gravações chegaram ao fim, corri até o banheiro para tomar um ar. Meu coração estava doendo, meus sentimentos confusos, eu não sabia o que estava acontecendo, mas todas as vezes que pensava em Taehyung, sentia pontadas no peito.

As lágrimas escorriam pelo meu rosto, involuntariamente. Me senti uma idiota por ter passado pela minha cabeça que Taehyung e eu tínhamos tido alguma conexão, eu não passava de mais uma garota com quem ele foi simpático e acabou confundindo as coisas. Ele apenas havia sido amigável, nunca me olharia de outro jeito, bastou Carina dar moral para ele, para logo me descartar e fingir que nem existo.

Não imaginei que Taehyung fosse esse tipo de cara, não queria acreditar, mas os pensamentos eram mais fortes que eu.

Depois de alguns minutos soltando tudo o que estava acumulado, saí do banheiro e dei de cara com um garoto, usando moletom, capuz, óculos escuros, máscara, totalmente disfarçado.

— Ei, Mili. — Sua voz era familiar. O encarei, tentando adivinhar quem era. Ele me lembrou Taehyung naquela noite, mas, não era ele. O pouco que podia ver da sua pele era mais clara, e a voz era mais fina. — Sou eu, Jimin. — Ele abaixou um pouco o óculos, mostrando seus olhos.

— Jimin? O que foi? Precisa de algo? — Perguntei, o puxando para mais perto da entrada do banheiro, era como se fosse um mini cômodo escondido no corredor.

— Quero falar com você. — Sussurrou ele. — A sós, é importante. Ninguém pode nos ver.

— Ok, mas... — Olhei em volta, não havia ninguém. — Entra.

— Espera, esse é o banheiro feminino. — Ele hesitou.

— Eu sei, mas não tem ninguém ali, e nesse horário raramente passa pessoas por aqui. — Ele encarou a porta do banheiro, mas, não concordou com a ideia.

— Vamos para o meu quarto. — Meus olhos se arregalaram quando ele disse isso.

— Mas isso é muito mais arriscado! — Exclamei, tentando não falar muito alto.

— Estamos perto, é só tomar cuidado. Qualquer coisa, diga que estou passando mal e você foi levar remédios pra mim. — Concordei com a cabeça. — Eu vou lá, espere alguns minutos e vá logo em seguida, ok?

— Ok.

My Famous CrushOnde histórias criam vida. Descubra agora