a nightmare named Luke Hemmings

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(...)

- Vou pegar as chaves do audi.. - disse luke -E por segurança a mochila fica comigo.

Não demorou e Hemmings apareceu com as chaves rolando nos dedos e a mochila ainda nas costas.

- Vamos Halley Johnson, seu cometa nos espera!

Entramos no audi r8, que por sinal era a coisa mais maravilhosa do mundo, principalmente para mim, que sou apaixonada por carros mas não tenho nada além de uma velha bicicleta rosa, que não tenho nada do que reclamar. É, ela me proporcionou momentos emocionantes mas agora não passa de um pedaço enferrujado de aço cor de rosa.

- O carro não é nada comparado ao dono!- disse o mesmo notando minha completa cara de panaca vidrada no interior do audi, que tinha detalhes avermelhados entre o preto que predominava por todo o painel.

-Com esse carro e esse rostinho você deve pegar todas... Principalmente pelo carro.. Puta que pariu olha esse carro! - ele gargalhou voltando a olhar para a estrada.

- Pode acreditar que o rostinho e o resto é melhor do que o carro! Todas me dizem isso depois de uma noite!

- Ah tenho certeza que elas estão pensando no carro e em como seria ótimo uma carona nessa máquina, quando falam isso!

- Então Johnson você sairia comigo e meu carro?- disse com uma voz que mais parecia de um bêbado do que sedutora.

- Acho que você já sabe a resposta!- ele gargalhou novamente, mordendo logo em seguida o piercing preto que tem entre os lábios.

Lembro-me de estar ouvindo the beatles no meu toca discos, quando o senhor Tom Hemmings o expulsou de casa, justamente pelo piercing. Ele gritou a todo ouvidos que aquilo era algo de satanás e que não permitiria ter aquele pedaço de metal dentro de sua casa.
Como minha mãe o senhor hemmings era religioso do tipo que não frequenta a igreja mas segue a risca em sua própria casa. E como Luke não se rendeu senhor hemmings se viu brigado a aceitar.

O silencio prevaleceu por alguns minutos, aquilo era muito constrangedor e eu só poderia contar os metros até finalmente sair de tão perto dele.

"Eu odeio tudo nele, odeio Luke Hemmings" - pensei

(...)

Dei as ultimas coordenadas ao Luke e quando enfim chegamos ao campo, ele me olhou de uma forma a contestar minha sanidade mental. Mas não excitou em sair do audi ao ver eu apanhando a mochila do carperte preto e bater suavemente a porta do carro.

- Você costuma andar no cemitério de noite?- perguntou pondo-se ao meu lado.

Somente assenti. Vendo o mesmo seguir minhas pegadas, contornando e passando por baixo do maldito arame farpado que dava ao campo.

- Cuidado com o arame.- alertei-o

O campo como costumo chamar é uma pequena faixa de terra atrás do cemitério local, com imensas árvores de raízes cobertas por grama verde e flores roxas.
Aquele local era tranqüilizador para mim, desde os 15 anos de idade quando ganhei meu primeiro telescópio, eu frequentava aquele ambiente, seja pelo silencio ou pelos ventos mais vorazes do que no resto da cidade.

- Você não tem medo?- perguntou

- Não há nada para temer aqui.- respondi

Casey ja havia me perguntado inúmeras vezes sobre isso, mas não é nada assustador para mim, afinal todos que moram aqui estão dormindo em um sono profundo.

- Bom faltam exatamente 15 minutos para montar o telescópio e esperar Halley passar o que pode demorar a noite e talvez a madrugada toda.

- Tão inconveniente quanto você, entendi a do nome agora- disse gargalhando

Dei um "haha" como resposta, jogando a mochila no mesmo em seguida.

- Luke pode me passar a lente- disse agachada e com um dos olhos observando o céu através do instrumento.

- qual delas aqui tem umas 10?- Olhei para o mesmo e apontei para a lente correta.- me conta mais sobre seu nome!- disse sentando ao meu lado, sorri.

- minha avó viu esse mesmo cometa quando ainda era criança e bem ela sempre comentava como era maravilhoso e como aquilo havia mudado a vida dela mesmo tendo na época pouco anos de vida, e quando eu nasci ela disse á minha mãe que meus olhos azuis lembravam a cauda do Halley, e bem ela estava mal de saúde quando isso aconteceu por conta de uma pneumonia mal curada...

- Sinto muito Halley..

- Não Hemmings, ela viveu como gostava todo esse tempo, não tem porque lamentar, eu aprendi isso lendo suas cartas.

- Ela parecia ser uma velhinha "dahora"- gargalhei com aquela idiotisse.

(...)

- Hemmings acorda, vamos!- disse sacudindo o mesmo que estava dormindo sobre a grama.

- Hey, Halley.. - disse o mesmo com uma voz mais grossa do que o normal.

- Se quiser pode ir Hemmings você não tem nenhuma obrigação de esta aqui. E além do mais com esses seus roncos até os mortos podem se incomodar!

-Não mesmo, eu vou ficar e ver o tal de Halley.- disse enfregando os olhos nas mãos que por sinal estavam vermelhos, sentando-se novamente ao meu lado.

- Então pega um cobertor na mochila e deite sobre ele.. Fica mais confortável..- " experiência própria". Mesmo não gostando do Hemmings vê-lo jogado daquela forma, não me deixava me concentrar no ponto central de tudo aquilo: O cometa!

- Você não vai descansar?- disse
Extendendo o cobertor no chão

-Claro que não. Se eu descansar eu perco a única oportunidade de ver o cometa e ele só vai passar daqui uns 75-76 anos, nem sonhando eu vou pregar o olho essa noite, e pra isso eu trouxe chocolate e café, muito café!

Ele me puxou para levantar e sentar sobre o cobertor. Eu não recusei por inúmeros motivos:
1) As formigas ali eram terríveis (Aprendi isso da pior forma)
2) meu traseiro doía pelo contato direto com o chão.
3) estava um pouco frio, e com essa troca constante do tempo eu não tinha nada planejado ou anotado no papel sulfite. Droga!
(...)

- Eu poderia comer um mamute agora..-disse Luke com a mão sobre a barriga. Fiz um sinal de "espera" e fui até a mochila e peguei duas barras de cereal, dois chocolates e a garrafa térmica de café.

- Toma, ajuda a enganar a fome.- disse dando 1 barra de cereal, e 1 chocolate. - e sobre o café eu só trouxe um copo então você sentirá o gosto da minha saliva! - ele fez uma careta.

Comemos aos poucos. Eu bebi o café e dei o copo ao Luke.

- Não é tão ruim, o gosto da sua saliva, e cheira a melância!- gargalhei, que merda hemmings!

- Isso se chama gloss labial seu idiota, e sobre minha saliva cuidado ela pode se tornar um vício- olhei para ele, e dessa vez nós dois caímos na gargalhada.

Ele olhou com seus olhos azuis ainda lacrimejando de encontro aos meus e eu senti um formigamento na barriga no qual não sentia a muito tempo.

Desviar, e não sentir- pensei, mas se tornou impossível não olhar para aqueles olhos de um azul acinzentado.

Ele se aproximou mais de mim e com as palmas das mãos envolveu minha mandíbula. Era isso? Eu estava sedendo aos encantos de Luke hemmings?

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