Janelas abertas e portas destrancadas

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S/n pov's

O disparo foi feito, acertando em cheio a vidraça de uma janela, desviei a tempo e avancei, derrubando sua pistola para longe.

— Você não deveria ser tão confiante assim, Min Eunji. - Ditei, segurando seus braços com força, tentando pegar o pendrive. Seus punhos estavam totalmente cerrados, e sua raiva transparecia.

— E você não deveria me subestimar. - Com um golpe rápido, Eun me prensou contra a mureta da sacada, via o céu acima de mim e as estrelas mais brilhantes, o vento fazia meus cabelos se esvoaçarem, e eu soava frio, tentando me manter firme. — Olhe pra baixo, querida. - Eunji me virou com força, segurando meus cabelos e deixando com que eu visse o chão e pensasse no que uma queda dali poderia me causar. —  Está vendo aquele chão? Você em breve estará a sete palmos dele. - E foi nesse momento, que eu juntei todas as forças que continha, afastando a garota com um golpe inesperado e rápido, e então, começamos uma luta física.

Socos e puxões de cabelo, até que Eun tentou alcançar novamente a arma, eu a chutei, e a pistola caiu para fora da sacada, Min Eunji olhou enfurecida e partiu para cima, eu a empurrei com toda a força, fechando meus olhos arduamente ao ouvir um impacto forte.

— Não, não, não! - Praguejei amedrontada, abri meus olhos e corri até a mureta, já podendo ouvir gritos no andar debaixo, olhei para o chão receosa e aos prantos, vendo que a garota estava caída, com uma poça de sangue saindo de seu corpo, seu corpo estava ali, provavelmente sem vida. Eu matei alguém.

Eu. Matei. Alguém.

Escorei-me, sentando no chão e abraçando meus próprios joelhos, chorando desesperadamente, sem saber o que fazer, a porta da sacada foi aberta com um estrondo, revelando a imagem de Yoongi, vindo até mim rapidamente e me abraçando com força.

— Eu matei ela, Yoongi, eu matei! - Soluçava, seus braços me envolveram e uma carícia foi deixada em meus cabelos.

— Não, calma S/n, você se defendeu, fique calma, a polícia e ambulância já estão a caminho. - Ele dizia, tentando me acalmar. — Eu não consegui chegar a tempo, céus... como sou um imbecil, Doyoung me impediu de chegar, aquele canalha estava armando de Eunji. - Beijou o topo de minha cabeça.

Estava em estado de choque, o soar das sirenes logo invadiram meus tímpanos, Yoongi se manteve comigo, dando suporte, nenhuma palavra mais saía de minha boca. Os polícias chegaram até a sacada, junto com uma equipe médica, me levando para dentro de outra ambulância, Min Yoongi esteve ao meu lado, e contou à polícia tudo o que aconteceu.

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— Beba alguma coisa, você precisa. - Yoongi me estendeu um copo d'água, estávamos no hospital, checando meus ferimentos. — Eles acharam o vídeo, ela ainda estava segurando ele, quando caiu...

— Ela não caiu. - Disse inexpressiva, bebendo um gole.

— S/n... foi legítima defesa, todos sabem disso. - Passou seus palmos por minhas costas, demonstrando apoio. — Além do mais... ela está viva.

— Mas está em estado grave, Min Yoongi, você viu o que eu sou capaz de fazer? Eu sou um monstro! - Exclamei, nada tirava as últimas cenas da minha cabeça.

— Pequena, vai ser difícil superar isso, mas aconteceu, de alguma maneira... Eunji teve o que mereceu. - Sentou-se ao meu lado. — Já interrogaram todos envolvidos, inclusive Yuna.

— Yoon... sinto que piorei as coisas, mais do que já estavam. - Falei, meu olhar se fixava em meus dedos, que se entrelaçavam e desentrelaçavam a medida que o tempo passava.

— Não, a polícia lançará um comunicado oficial, nos jornais e sites de informação, não se preocupe com isso, estamos em paz agora. - Balançou meus cabelos, sorrindo pequeno, buscando alguma maneira de me reconfortar. — Aos poucos, tudo voltará a seu devido lugar, concentre-se em melhorar agora.

Meses depois || narradora pov's

Cinco meses após esses acontecimentos se passaram, Yoongi ajudava S/n a lidar com o trauma sofrido, e também a lidar com o seu próprio passado, as coisas estavam melhorando, e finalmente Min teria juntado coragem para pedir sua amada em namoro, que obviamente, foi aceito de braços abertos, já que era nítido a paixão e amor entre os dois, superando tantas coisas juntos.

Yuna por outro lado, seguiu com sua vida, a mesma vida fútil de antes, mas sem mensagens anônimas.

E Eunji... Eun se recuperou do acidente, talvez por um milagre, que ninguém sabe explicar, mas como dizem; vaso ruim nunca quebra. Analisaram o caso dela, e constataram problemas mentais, a trancafiando num hospital psiquiátrico, bem longe da cidade.

Radley psychiatric hospital 📍

— Eles acham que acabou, a pobre Eunji vai para o hospício, e os pombinhos apaixonados vão para casa dormir com as janelas abertas e portas destrancadas, eles não sabem que é isso que queremos?

Fim, ou talvez não.

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