CAPÍTULO 02

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Ando a passos curtos sentindo o vento frio em minha pele, sempre gostei do frio, me sinto livre, como se nada e nem ninguém pudesse me ferir.

Vejo às criança todas empacotadas para se livrar do frio enquanto elas correm e grita, por momentos como esses que paramos e pensamos, apesar de tudo nossa vida não é tão ruim assim.

Vivemos em uma aldeia, simples e muito aconchegante. Como eu disse não temos luxos, mas, vivemos bem. Temos nossos empregos, e as crianças tem o direto de estudar até os 15 anos, a partir daí elas tem que parar para conseguir um emprego, e se sustentar.

Nós moramos separados dos puros, eles mora em outra aldeia. Que é umas 4 horas de distância daqui, assim, podemos viver tranquilo, por que não precisamos ficar perto daqueles que nos trata como lixos, eu mais ainda, já que encontrei os puros e eles, não esconderam seu nojo ao notarem meu cheiro.

Mas nem sempre foi assim, mestiços e puros, moravam na mesma aldeia. E isso ocasionou em muitas mortes, vindo ambos os lados. Até que a realeza decidiu nos exilar. Ficamos na parte mais afastada, onde devemos andar horas para chegar, nas minas, ou nos pontos de construção. Mesmo que seja difícil em certas coisas, é melhor viver assim do que passar a vida sendo humilhado a cada vez que você coloca o pé para fora de sua casa.

Sento em um dos bancos que tem na praça, e vejo, alguns homens indo em direção a barreira... Certo, a barreira. Deixa eu explicar, a barreira que o povo da nossa aldeia construiu se baseia em um portão enorme de madeira, e com pontas afiadas, e enormes em cima. Essa mesma barreira é levantada uma vez a cada 1 mês, onde os puros se transforma, e saí de sua aldeia.

Antes dessa barreira ser criada eles acabava entrando aqui e acidentalmente, ou propositalmente. Matava muitos dos nossos, então, ela foi criada para esse propósito, evitar a entrada deles aqui. Agora escutamos eles correndo, e parando na frente da barreira mas, nunca forçaram a entrada.

Todos os puros se transforma na lua cheia, os: Leão, ursos, raposas, coiotes e lobos. Todos saem, mas se dividem em grupos. Cada com sua espécie. Mas, todos aqueles que saem na lua cheia evita eles, os lobos! Por que todos sabe como a lua cheia aumenta os instintos primitivos dos lobos. E são justamente eles que estão no topo, dos topo. Eles são a Realeza, a matilha que carrega dentre eles o mais poderoso de todos, o grande rei alfa Khalil Al-Abadi.

Nenhum de nós mestiços já viu ele, e pelo o que eu soube os puros que não são lobos só vê ele de longe. Parece que para chegar perto dele, deve ser um lobo puro. Se ele tem preconceito, até com quem ele diz ser puro, imagina com aqueles não são!

Depois de um tempo volto para minha casa, em dia de lua cheia todos pegamos folga, para nos preparar para o que está por vir!


Acordo sentindo uma dor no estômago, e meu corpo todo trêmulo e suado. Olho para o relógio do meu quarto e são 19:30 da noite, cheguei em casa e só deitei na cama e simplesmente apaguei. Não lembro de me sentir mal, durante o dia.
Me levanto coloco meu casaco, meu chinelo, e vou até a casa da minha amiga ela sempre anda com umas ervas milagrosas, às vezes, alguma delas pode me ajudar.

Ando a passos curtos, enquanto meu corpo treme, e meu estômago dói cada vez mais. Solto um suspiro de alívio ao ver a porta da casa de Yasmin. Bato na porta sem parar, até ela abrir, e me olhar preocupada:

— O que aconteceu com você, Zayn? – Pergunta preocupada, e me puxa para dentro. Me sento no sofá com a mão no estômago.

— Tem alguma... Erva pra me dar? Meu estômago dói! – Digo ofegante, por causa da dor.

Yasmin corre até a cozinha e, começa a pegar vários fracos com óleos e folhas, coloca dentro de uma potinho de barro, começa a mexer de forma ágil. E logo vem na minha direção:

— Levanta a blusa, e me mostra exatamente onde está doendo! – Faço o que ela pediu, e assim, ela pega a mistura em uma das mãos e começa a passar na minha pele. De imediato meu corpo relaxa, mas, a dor não sumiu por completo! — Eu te aconselharia ir até a colina, o ar que emana de lá, é limpo e às ervas em volta, são ervas relaxantes. Vai te fazer dormir em questão de segundos e assim, não vai sentir a dor, quando acordar já vai ter melhorado. – Concordo com a cabeça e agradeço ela.

Depois de melhorar um pouco mais, vou até a colina. O caminho é fácil e rápido para mim, já que sempre posso venho aqui, a colina fica dentro da nossa aldeia, daqui podemos ver ela, e as luzes que ilumina nosso lar. Sem contar da visão que temos da floresta!

Chego, na colina e o cheiro das ervas, entra direto no meu nariz, meu corpo fica mole, me deito em cima da grama, enquanto sou rodeado pelas ervas, meus olhos pesam, a sensação de relaxamento, e uma estranha inquietude toma conta do meu ser.

LUA NEGRA (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora