Meu caro Benjamin - Livro 1

Capítulo quinze

No dia seguinte, acordo antes de todo mundo e logo após de fazer minhas higienes matinais, resolvo ir para a cozinha fazer panquecas. Resolvo fazer de três tipos diferentes panqueca normal, com blueberry e com gotas de chocolate, assim que acabo de fazer -acho que ao todo foram umas 15- monto a mesa do café.

Do nada sinto mãos em volta da minha cintura, me dando um leve susto que vai embora quando me viro e vejo que se trata do Mik -com uma cara sexy de quem acabou de acordar-.

"Agora estamos quites amor" ele diz com um sorriso sacana 

Eu escutei direito? Ele acabou de me chamar de amor? Vou fingir naturalidade e que ele não disse isso, por que não quero ter uma conversa sobre o que nós somos agora.

"Estamos"

Ufa! Ele não percebeu o meu ataque interno.

"Você fez panquecas, não precisava"

"Fiz como agradecimento por você ter deixado eu ficar aqui."

"Se eu for acordar e tiver um banquete assim, com uma mulher linda assim, você pode passar a noite aqui todos os dias que você quiser" ele fala enquanto ainda está com seus braços na minha cintura

"Interesseiro" digo e sou pega de surpresa por um beijo dele, é um beijo calmo e ao mesmo tempo cheio de tesão guardada

Ele intensifica o beijo cada vez mais, da mesma forma que ele faz nas preliminares. Com medo dos filhos dele aparecerem, paro o beijo e abaixo a minha blusa -nem percebi que ele tinha começado a tirá-la-.

"Estou com medo dos seus filhos aparecerem aqui, é melhor a gente deixar isso para mais tarde."

"Então quer dizer que vai ter um mais tarde? Você vai dormir aqui de novo?" ele pergunta mordendo o lábio inferior

"Não quis dizer que irei dormir aqui, mas que teria um mais tarde." ele me puxa para mais perto ainda de seu abraço

"Dorme aqui de novo, por favor" ele faz uma carinha de cachorrinho pidão

"Ok, você venceu! Vou dormir aqui de novo."

Ele da um beijo na minha testa, depois desfaz o abraço apertado que estava me dando e faz um soco no ar, como se fosse um sinal de vitória -tão convencido-.

"Eles ainda estão dormindo?" pergunto me referindo aos seu filhos

"Sim, mas vou acordar eles ago..." antes dele terminar de falar, os dois adentram a cozinha com uma cara de sono

"Acordamos com o cheiro das panquecas" diz o mais velho

"Vem, a mesa já tá pronta"

Depois que cada um escolheu o que iria beber -todos escolheram leite-, nos sentamos e começamos a comer e para a primeira vez que eu faço essa receita -sem usar uma receita, só com o que eu lembrava dos meus amigos fazendo, ficou muito bom-.

"Essa panqueca tá muito boa. Foi você que fez tia Tati?" pergunta Marco

"Foi sim e como você sabia?"

"O papai não costuma fazer panquecas, só em aniversários ou quando tem uma notícia triste."

"Porque você dá notícia triste com panquecas?"

"É que acaba amenizando a dor da notícia."

"E também faz com que eles acabem esperando uma notícia triste quando tem panquecas e não é o aniversário de nenhum de vocês."

"Isso é verdade meninos?"

Ambos fazem que sim com a cabeça

"Prometo que irei parar com isso então, não posso deixar vocês com trauma de panquecas."

Ficamos comendo e conversando sobre várias coisas diferentes, sobre os amigos dos dois, sobre qual era o super-herói favorito de cada um -o do Marco é o Homem de ferro, do Brando é o Thor, do Michele é o Gavião arqueiro-esquisitão- e o meu é o Capitão América vulgo o melhor-. Quando todo mundo acabou, tiramos a mesa juntos e agora estamos na sala decidindo se jogamos 'UNO' ou 'Quem sou eu?'.

"Obrigado Tia Tati"

"Pelo o que Marco?"

"Não lembro a última vez que vi meu pai tão feliz assim com uma mulher, e eu e meu irmão gostamos muito de você queríamos que se tornasse nossa madrasta."

E nesse momento percebo que posso ter ido longe de mais ficando aqui e entrando dessa forma na vida dele, um relacionamento desse pode ser o que muitas mulheres querem ou sei lá, porém depois de tudo que eu já passei eu sei que não estou pronta para dar esse passo e eu acabei iludindo duas crianças tão fofas no caminho. Mas pra mim não dá mais, isso não funciona pra mim, não nesse momento e não está certo magoar eles dois no caminho. Sou puxada de volta para a realidade com a ligação do meu agente dos EUA.

"Eu .... preciso atender."

Nesse momento sinto que quebrei o coração dele, para não começar a chorar vou para outro cômodo atender a ligação.

"Alô"

"Oi Tati, que bom que você atendeu." ele diz todo animado

"O que aconteceu?"

"O melhor comeback que você poderia fazer é o que aconteceu."

"Como assim?"

"Acabei de receber uma proposta para você ser a protagonista e esse filme tem tudo para ser indicado ao Oscar!"

"Sério?"

"Super sério"

"Ai meu DEUS! E quando que começa as gravações e tudo mais?"

"Semana que vem. Você não precisa voltar agora, mas a gente sabia que esse tempo na Itália não iria durar muito."

"Eu sei. Quer saber, compra a passagem pra hoje."

"Certeza? Você não precisa vir agora, pode curtir mais um pouco aí."

"Eu tenho toda a certeza do mundo. Vou fazer minha mala e o meu apartamento daqui já era mobiliado, então não tem quase nada para colocar em caixas. A maior parte das minhas coisas estão na minha casa em Beverly Hills."

"Ok, então vou comprar e te mando as informações."

"Obrigada"

Assim que desligo e olho para trás, vejo Michele me encarando e ele não parecia estar feliz.

O que será que vem agora? Vocês acharam que o espetáculo de família feliz iria durar mesmo? kkkkkk se acharam são iludidos.

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