Maxwell
Ouvi meu celular tocando do meu lado e peguei ele. Ninguém nunca me ligava,a não ser que outra pessoa estivesse morrendo.
- Quem é?
- Como quem é seu filho da puta? Sou eu, Scott.
- Ah oi,o que você quer?
- Você tá de sacanagem? Não viu o que tá rolando naquela merda de site de fofoca da escola?
- Não e não vou ver,boa noite.
- Você vai ver sim porque é do seu interesse.
- É porno?
- Quase.
- Hm - não estava com disposição pra olhar nada - só fala o que é.
- Você se pegando com uma certa demonia.
Quase engasguei e comecei a rir. Que merda ele estava dizendo?
- Que porra você está falando?
- Olha pra quem está deitada do seu lado que você já vai entender.
Olhei pro lado e só vi um cabelo ruivo. Não,não não. Puta que pariu.
- Nem fodendo.
- Pois é,pode acordar sua princesa porque a merda é grande pros dois.
- Eu vou ver essa porra,já te ligo.
Vi que tinha um milhão de mensagens no meu celular,incluindo um vídeo de uma festa. Imagino que seja isso. O vídeo mostrava a Kath me puxando pela gravata até um canto e me beijando,depois eu a coloquei contra a parede e beijei seu pescoço e ombros. Ela inverteu as posições,prensando aquela adaga que estava na sua coxa na minha garganta e eu coloquei as mãos para cima,rendido. Depois ela começa a me beijar,primeiro minha boca e depois meu pescoço e peito. Agarro uma de suas coxas e logo em seguida sua nuca. Pulei pro final do vídeo porque aquilo estava me dando enjôo,ela estava enroscada na minha cintura enquanto eu subo as escadas.
Sacudi ela mas aquilo não acordava nem com uma furadeira na sua orelha. Sacudi com mais força e a virei de barriga pra cima. Vi que ela abriu os olhos e quase infartou quando me viu sem camisa em cima dela.
- Que porra!
- Eu que digo!
- O que você está fazendo aqui?
- Imagino que seja por isso.
Entreguei o celular pra ela e dei play no vídeo. Ela assistia aquilo como se estivesse vendo filhotes sendo assassinados. Seus olhos estavam perto de saltar pra fora. Ela terminou de assistir o vídeo e seu celular tocou.
- Fodeu.
- O que foi?
Ela mostrou a tela do seu celular,seu pai estava ligando.
- É melhor você calar a boca agora ou eu quebro você.
- Você que manda.
Ela levantou e vi que estava só de calcinha e sutiã,olhei pra mim mesmo e vi que também só estava de cueca. Estou rezando pra que nós não tenhamos feito nada mais grave. Fiquei prestando atenção nela na esperança de ouvir o que seu pai falava do outro lado,mas ela estava bem irritada.
- Pai não foi minha culpa - ela afastou um pouco o celular do rosto e ouvi uma voz grave praticamente gritando - você nunca fez nenhuma merda na adolescência?
- Eu sei que isso vai dar um problemão mas o que eu poderia ter feito? Eu bebi.
- Se vocês estivessem aqui nunca teriam deixado eu dar uma festa - ela tirou o celular da orelha e colocou no vivo a voz.
- Nós somos a porra da família Banasiewicz Kathleen, é óbvio que nós não teríamos deixado. Precisamos manter as aparências e você nunca colaborou muito com isso. Mas isso? Logo ele?
- Você fala como se tivesse sido a minha escolha.
- E não foi? Ou eu vi o vídeo errado? Você foi até ele Kathleen,a culpa é sua. Só não volto pra Los Angeles agora mesmo porque as coisas que estamos resolvendo aqui são mais importantes.
- Como a mãe reagiu?
- Oi Kath querida - sua mãe - olha seu pai está sendo dramático demais,coisas assim acontecem ok? Não se preocupe. Isso vai dar um escândalo mas nada que nós não possamos controlar.
Ouvi seu pai reclamando no fundo e deixei escapar um risinho.
- Quem está aí com você?
- Ninguém importante - ela me olhou e soube que estava muito fodido.
- Você é uma péssima mentirosa. Maxwell Dierksheide, é um prazer.
Não sabia o que fazer então fui até ela e peguei seu telefone. Merda,o que eu faço agora?
- Digo o mesmo Senhora Erika.
- Senhora não,não estou tão velha assim. Enfim,tenho que ir agora você e minha filha conseguem ajeitar as coisas por aí não é?
- Sim,sim, claro. Nós vamos dar um jeito.
- Ótimo,tchau.
Ela desligou e nós nos olhamos. Ela voou em cima de mim nos jogando no chão e agarrou meu pescoço,ficando em cima de mim.
- Você fodeu com a minha vida seu merda.
- Você não é a única que vai ter problemas ok? Agora pode sair de cima de mim?
Ela saiu e se encostou na cama.
- Acho melhor nós não irmos pra escola hoje - sugeri.
- Péssima ideia.
- Por que?
Ela olhou direto nos meus olhos.
- Porque vai parecer que o que quer que tenha rolado aqui significou alguma coisa para nós. O que é uma mentira - ela deu uma pausa - pelo menos pra mim.
- Pensando por esse lado até que faz sentido.
- O negócio é o seguinte, nós vamos pra escola normalmente e qualquer engraçadinho que falar alguma coisa,a gente cai pra cima.
- Não vou espancar ninguém.
- Nem pra salvar sua pele?
- Nem pra isso.
- Você é decepcionante.
Ela levantou e se enfiou no banheiro. Fui até o mesmo que usei pra me trocar ontem,minha mochila provavelmente ainda estava lá. Encontrei o lugar naquela mansão gigante e por sorte minha mala continuava no mesmo lugar com minhas roupas e tudo. Tomei um banho rápido e me troquei. Guardei meu terno e dei uma checada na minha aparência no espelho,eu estava parecendo um condenado. Havia olheiras escuras debaixo dos meus olhos e tinha um corte pequeno no meu lábio,como se alguém o tivesse mordido. Quase levei uma portada quando Kath basicamente invadiu o banheiro.
- Caralho,você não sabe bater?
- Minha casa esqueceu?
- E se eu estivesse tomando banho?
- Você não tem nada que eu nunca tenha visto.
- O que você quer aqui?
- Vim te chamar,achei que tivesse morrido.
- Pra sua infelicidade eu continuo aqui. Agora da licença que eu tenho coisas a resolver.
- No banheiro?
- É.
Empurrei ela e fechei a porta,comecei a caçar alguma coisa que pudesse melhorar essas olheiras mas não achei nada.
- O que você está procurando aí?
- Você ainda está aqui? - abri a porta e ela estava lá parada - escutando as coisas?
- Você não tem nenhum assunto interessante que valha a pena escutar.
- Já que você invadiu o banheiro,da um jeito nisso aqui - apontei pras malditas olheiras - eu pareço a porra de um guaxinim.
- Senta aí e cala a boca.
Sentei na privada e fiquei olhando o que ela estava fazendo,a mesma rapidamente pegou um tubinho comprido e venho na minha direção.
- O que é isso?
- Corretivo.
Aquilo tinha uma esponja na ponta, parecia caro. Ela pegou meu maxilar e inclinou minha cabeça um pouco pra cima,passando aquela coisa bem debaixo dos meus olhos. Depois pegou aquela coxinha rosa e bateu ali. Dei uma olhada no espelho e fiquei satisfeito com o resultado. Saímos do banheiro sem dizer mais nada e fomos embora juntos.
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- Porque você está com essa cara? - Ethan surgiu do nada.
- Tem alguma coisa errada aqui - disse olhando pro celular - vai rolar um evento da Wystz' e eu sou um convidado vip.
- Wystz' não é a marca de jóias da mãe da Kath?
- Pois é.
Ela veio e sentou do meu lado pra olhar a tela.
- O que diz aí?
- Senhor Maxwell Dierksheide,você é um dos convidados vip do nosso próximo evento que acontecerá na sexta-feira.
- Só isso?
- Só.
- Estranho.
Fiquei ali pensando nesse convite, talvez fosse alguma brincadeira de merda. Ethan jogou um pedaço de papel vermelho no meu colo.
- O que é?
- Abre.
Peguei o papelzinho e desdobrei; tinha uns círculos estranhos que eu não fazia a mínima ideia do que significavam.
- Onde você achou isso?
- Tava no bolso da minha mochila.
- Você tem alguma ideia do que significa?
- Nenhuma,e você?
- Nem imagino o que seja.
Felix entrou na sala quase nos matando de susto e jogou um papel exatamente igual ao que Ethan achou.
- Pelo visto você recebeu essa merda também.
- Tava no bolso da sua mala também? - Ethan perguntou.
- Sim.
Os dois olharam pra mim e eu entendi que deveria olhar na minha própria mochila. Peguei e olhei os bolsos, realmente tinha um papel vermelho ali. Peguei o meu e os outros dois e os coloquei lado a lado. Vi Felix se aproximar pra ver o que eu ia fazer. Analisamos os três pedaços de papéis e percebi uma coisa.
- Eles devem ter uma sequência.
- Por que? - os dois perguntaram ao mesmo tempo.
- Olha - mexi no papel do Felix - esse aqui só tem 1 circulo, e o seu - apontei pro do Ethan - tem 4 e o meu 5.
- Mas esses números não fazem sentido.
- Realmente,se fosse uma sequência os números seriam consecutivos.
- Mas quem disse que não são? Podem ter mais papéis.
- E por que teriam mais papéis?
- Não sei - pensei um pouco e me lembrei de uma coisa - a cor desse papel é muito parecia com aquela coisa vermelha que nós vimos ontem. Pode ser que as meninas também tenham recebido um.
- E aí isso formaria a sequência? - Felix entendeu o meu raciocínio.
- Sim.
- Tá mas mesmo que essa coisa seja uma sequência,nós ainda não sabemos o que isso significa.
- Verdade,mas vou ver se as meninas tem isso aqui.
Peguei meu celular e liguei pra Kath,a mesma atendeu incrivelmente rápido.
- Achei que tinha te bloqueado.
- Pelo visto não fez isso.
- O que você quer?
- Preciso que você,Aisha e Akira venham aqui no 2° andar com suas mochilas.
- Que merda você vai fazer?
- Só vem, é importante.
- Tá vou dar meu jeito aqui,nós estamos no meio da aula.
- Achei que estivesse matando aula hoje.
- Eu ia,mas estou precisando de nota nessa merda aqui.
Dei risada,claro que ela estava precisando de nota.
- Acha um jeito aí e vem aqui.
Desliguei e coloquei o celular do meu lado de novo.
- E aí?
- Elas estão em aula,mas a Kath disse que vai dar um jeito.
- Claro que vai,sua namoradinha consegue se livrar de qualquer coisa.
- Ela não é minha namorada. Nós mal nos falamos.
- Não precisou de muita conversa pra rolar aquele vídeo.
- A nem fodendo.
- É cara,eu vi.
Só vi o Ethan quase morrendo sem ar de tanto rir do meu lado enquanto eu olhava pro Felix. Se eu achasse quem gravou aquela porra de vídeo eu juro que não responderia pelos meus atos. Voltei a mexer no celular pra evitar voar em cima do Ethan que não parava de rir e depois de uns 10 minutos as 3 entraram na sala.
- Achei que não fossem vir - Ethan disse.
- Da próxima vez você enrola aquela puta. - Aisha disparou.
- Só você pedir.
Kath veio até mim e jogou sua mochila no meu colo.
- Vê se tem o que te interessa.
Olhei nos bolsos mas não tinha nada,abri o zíper e procurei lá dentro,achei o papel no fundo da mochila. Ela viu o mesmo na minha mão e sentou do meu lado, o arrancando da minha mão.
- Que porra é essa?
- Sei lá,a gente tem um desse também.
- Aí Max - Felix jogou mais dois papéis pra mim - acho que sua teoria estava certa.
Seis papéis,cada um com uma quantidade de círculos. Eles formavam uma sequência e aquilo significava alguma coisa. Estávamos todos concentrados quando ouvimos um grito.
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Too drunk for your love
RomansaKathleen Banasiewicz é uma jovem de 17 anos que presencia um homicídio junto com seus amigos e precisa contatar a polícia de Los Angeles. A única coisa que não sabe é que o assassino viu seus rostos e agora sairá a sua caça. Várias coisas acontecem...