jo
medo. dor. solidão. arrependimento. culpa.
o caminho do hospital pareceu que demorou mais que o normal, foi um caminho silencioso, só se ouvia nossos soluços no carro.
eu, hero e felix crescemos juntos, sempre foi nós três até que hero se afastou de mim e felix teve que ficar entre nós. ele esteve comigo nos piores dias que eu senti falta de hero, que eu me senti horrível, dias que eu não era eu. ele sempre foi um cara animado, animava todos ao seu redor mas hoje, ele está destruído. acho que todos estamos.
estamos todos destruídos pelo mesmo motivo: hero
- ele vai ficar bem, jo - felix fala entre soluços
- espero que sim...
- ele sempre fica, você sabe - felix olha rapidamente pra mim - mais cedo ele me pediu pra eu tirar uma foto sua vestida de noiva, quando eu enviei, não obtive resposta na hora, só uns 10 minutos depois já com a porra dessa notícia
- isso é culpa minha - suspiro
- não é, josephine. não é. - ele diz aperta minha mão, logo soltando
ao chegarmos no hospital, eu saio correndo sem me importar com os olhares das pessoas.
eu pareço uma louca vestida de noiva, com a maquiagem borrada, descalça e correndo dentro de um hospital enorme. quem liga? a pessoa que eu mais amo tá em estado grave e sabe lá se ele vai sobreviver.
se ele não sobreviver, eu não sobrevivo. prefiro a morte a ficar em um maldito mundo sem hero.
de longe vejo nossos pais e corro até eles
- isso é culpa minha - grito desesperadamente ao abraçar minha mãe - é culpa minha, mãe. culpa minha
- não se culpe, meu amor - ouço martha falar
martha vem ao meu alcance e me abraça
- desculpa, tia martha... se eu tivesse ouvido meu coração talvez eu e ele estivéssemos juntos e felizes. - choro ainda mais - desculpa
- nós não podemos mudar o destino, jo. as coisas tem que ser do jeito delas. paciência. - ela enxuga minhas lágrimas, tio george vem me abraçar
ficamos um tempo ali, em silêncio, cada um perdido em seu pensamento. eu não paro de pensar que era eu quem deveria estar no lugar dele, eu o fiz sofrer por anos e agora ele está entre a vida e a morte por minha causa.
- familiares de hero fiennes-tiffin - todos nos levantamos
- como ele está? - tio george pergunta
- ele acabou de sair da cirurgia, ele sofreu uma pancada muito forte na cabeça e precisamos reparar os danos. o braço dele está quebrado e devido a forte queda, algumas costelas também se quebraram. o estado é delicado e a verdade é que não sabemos quando e se ele vai acordar.
- já tem um porque do acidente? - meu pai pergunta
- segundo a perícia, ele estava embriagado. - porra, hero - daqui a pouco ele pode receber visitas, dois de cada vez por favor.
culpa minha. ele com certeza bebeu por causa do casamento.
aos poucos, as pessoas foram entrando pra ver hero, cada um passava um tempo com ele lá. meus pais foram os últimos antes de mim.
agora eu tô parada a uma porta, prestes a ver o amor da minha vida machucado. abro lentamente a porta e o encontro adormecido com a cabeça, braço e seu peito enfaixados. ele parece sereno, em seu rosto há alguns arranhões e há um tubo em sua garganta.
me aproximo lentamente dele e devagar, beijo sua bochecha. seguro sua mão livre enquanto as lágrimas não param de descer.
- oi, meu amor. - começo a falar baixinho - o que eu fiz com você, hero? era pra ser eu aqui no seu lugar. - faço uma pausa - na verdade, não era pra nenhum de nós estar aqui, era pra estarmos juntos, mas somos dois idiotas com medo de dizer o que sentimos. e sim, eu abandonei o casamento, queria que você olhasse pra mim agora - rio um pouco - tá uma cena patética, juro. eu ainda tô vestida de noiva aqui do teu lado, e com certeza você ia rir disso. fora a maquiagem toda borrada. - faço outra pausa e respiro fundo - você vai acordar, não vai? você tem, só assim eu digo o que eu sinto por você pra sermos felizes de novo. só que dessa vez juntos. nós dois, como tem que ser. mas por enquanto que você não volta pra mim, eu vou ficar aqui cuidando de você, eu prometo não te deixar ir de novo. - puxo a cadeira que tem no quarto e me sento ao seu lado.
como deve ser assim pra sempre.
ele por mim, e eu por ele.
assim seja!
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convite de casamento - herophine short fic
Fiksi Penggemareu tinha que deixá-la ir. só não sabia que deixando ela ir, ela levaria minha felicidade junto com ela. - pequena fic herophine - escrita em letras minúsculas.