- Prólogo -
"estrelas perdidas
também brilham"Eu estava encolhida no canto mais escondido do cômodo da casa. As luzes estavam apagadas e a porta trancada. Eu sentia medo, muito medo.
Respirava descontroladamente, tremia por conta do nervosismo que estava sentindo e estava me esforçando para não chorar. A fim de tentar me proteger, o que naquela situação era o meu porto seguro, me abracei na pessoa ao meu lado. Minha mãe estava ali comigo e também estava abraçada em mim, e sua situação não estava diferente da minha, só talvez um pouco pior.
Ela havia dito para mim não fazer barulho, e eu tinha obedecido. Estava um completo silêncio, a única coisa que se ouvia era a nossa respiração.
– Haeri, escuta –Ela se virou para mim e segurou minha cabeça, passando a olhar nos meus olhos – Se alguma coisa acontecer só faça o que eles pedirem, não importa o que for, entendeu? – Me perguntou, e seu tom de voz era baixo, porém tinha firmeza.
– P-por que... Eu tenho que fazer o que eles mandarem? Eles vão nos achar? Mamãe, eu estou com medo... – Minha voz saiu trêmula e em segundos comecei a chorar.
– Não chora, por favor – Ela disse botando a mão sobre a minha boca – Eu sei que você está com medo, mas nós temos que fazer silêncio.
Acenti com a cabeça e ela destampou minha boca. Voltei a abraça-la e manter silêncio.
– Eu quero que você saiba que eu te amo, ok? – Ela perguntou e eu balancei a cabeça em concordância – Certo.
Alguns minutos se passaram até que a porta do cômodo foi aberta bruscamente, fazendo com que nós duas nos assustacemos. Abracei mais forte minha mãe e a mesma me abraçou do mesmo modo enquanto protegia minha cabeça.
Ouvi passos vindo em nossa direção e por mais que nós estivessemos rezando para que ele não viesse até nós, o som dos passos aumentou, até que um homem parou em nossa frente.
– Achei elas
{...}
Eu estava caminhando em direção à algum lugar. Não sabia para onde estava indo, simplesmente só estavam me levando.
Meus passos eram devagares, quase arrastados, e depois de caminhar por um corredor com pouca iluminação, eu parei em frente a uma porta.
Os homens ao meu lado pararam e eu não sabia se era para abri-la ou não, então direcionei meu olhar à eles e sem dizer nada eles mexeram a cabeça e eu entendi como um sim. Levei minhas
mãos até a maçaneta e um pouco exitante eu a girei.Assim que abri a porta, dei alguns passos e me deparei com minha mãe sentada em uma cadeira, onde ela estava amarrada e tinha uma fita tapando sua boca.
Meu corpo congelou, mas me esforcei para continuar caminhando, e dando mais alguns passos um homem apareceu.
– Haeri, você chegou! – O homem no qual eu não conhecia disse parecendo estar animado, enquanto vinha em minha direção e parou em minha frente – Sabe, vocês duas tentaram se esconder de mim, não gostei disso.
Eu não proferi nenhuma palavra, apenas matinha minha cabeça baixa enquanto temia o homem à minha frente.
– Por mais desagradável que tenha sido esta situação, eu até relevaria ela, porém não bastaria e nem combinaria comigo.
O homen que falava passivamente e aparentava estar feliz, de repente teve sua expressão completamente mudada, e agora seu semblante se tornou sério.
Ele levou a mão até o bolso do casaco em que usava. Prendi o ar assustada e meus olhos se arregalaram quando vi a arma que ele havia em mãos e tinha estendido para mim.
O homem destravou a arma, segurou minha mão, colocou ela entre meus dedos e depois de fazer eu segura-lá de maneira correta com as duas mãos, ele virou meu corpo para minha mãe.
– Atira – Ordenou sério
– O que? –Perguntei assustada
– Isso mesmo que você ouviu. Atira logo garota! – Seu tom de voz era alto
– Mas-
Não terminei a frase quando lembrei de minha mãe falando para mim fazer o que eles mandassem, não importasse o que fosse. Mas eu não iria matar minha mãe, eu não queria e nem podia.
Meus olhos começaram a lacrimejar e minha garganta a travar. Minhas mãos que seguravam a arma apontada para minha mãe tremiam. Seu olhar assustado junto de lágrimas sobre mim me causava angústia e tristeza, eu estava com medo. Não entendia o que estava fazendo ali, e nem o motivo de tudo aquilo.
A verdade é que eram muitas coisas para uma menina de apenas dez anos entender.
Eu não sabia o que fazer, estava ficando mais nervosa e cada vez mais minha mão tremia, e daquela forma eu iria acabar puxando o gatilho acidentalmente.
– Tirem ela daqui!
O homem ordenou vendo minha situação, e logo em seguida dois homens adentraram a sala.
Larguei a arma no chão e dei as costas à eles. Tentei mover meus pés rapidamente, mas meu passos saíram devagares.
De repente eu parei e gritei quando ouvi dois disparos. Meu corpo paralisou e eu tremi no lugar. Pensei em olhar para trás, mas aquilo eu já tinha infelizmente entendido, então simplesmente continuei andando, e quando a porta foi fechada fui levada para outro lugar.
{...}
Lágrimas escorriam pelo meu rosto, meu choro era alto e eu não parava de chamar por minha mãe, mas de que adiantava? Ela não iria ouvir.
– Ela morreu? – Perguntei ao homem parado em minha frente. O mesmo que tinha efetuado os dois disparos que tiraram a vida de minha mãe.
– O que você acha? – Ele perguntou sarcástico.
Não o respondi, já tinha entendido.
– Por que você fez isso? – Perguntei.
– Sem perguntas! Se você não quiser acabar como ela, eu acho melhor você esquecer esse dia. E se por acaso a polícia pedir o seu depoimento, isso nunca aconteceu.
Ele simplesmente deu as costas para mim e foi em direção à porta, mas um pouco antes de chegar até essa, ele parou.
– E 'pro merda do seu pai, fala que isso foi o juros.
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𝖨 𝖧𝖺𝗍𝖾 𝖫𝗈𝗏𝗂𝗇𝗀 𝖸𝗈𝗎 | 𝖫𝖾𝖾 𝖬𝗂𝗇𝗁𝗈
Fanfiction[EM ANDAMENTO] Shin Haeri; chefe de uma das duas maiores gangues da Coréia do Sul. Suas atitudes não eram nada admiráveis para outros, mas ela não se importava. Não gostava de parecer tão fria quanto era por dentro, mas a vida tinha a tornado desse...