A noite finalmente chegou, estava próximo do meu horário, eu havia ficado a tarde toda procurando algo interessante pra fazer na sala, mais não encontrei muito, então dei graças aos céus por poder voltar pra casa no fim do expediente.
Peguei minha bolsa, desliguei meu computador e me levantei saindo da sala sem nem me dar conta de que o senhor Rickman havia voltado em algum momento. Assim que fechei a porta e me virei, assustei-me com ele sentado à mesa escrevendo algo em um caderno de atas. Me aproximei lentamente de sua mesa, sabendo que ele não iria olhar para mim e respirei fundo antes de dizer:
__Senhor? já deu o meu horário, se não precisar mais dos meus serviços estou indo pra casa.
O senhor Rickman parou sua caneta sobre a folha e apenas ficou olhando pra ela enquanto eu esperava alguma resposta que demorou muito a chegar.
__Vá. Porém, quero a senhorita amanhã às oito em ponto, teremos reunião com os outros empresários e o diretor Willians. Desta vez você terá que participar.
Franzi o cenho e fiquei pensando sobre isso por um momento. Desde que entrei, nunca participei de uma reunião de negócios junto com os outros empresários e o diretor. Era sempre com funcionários do meu setor. Percebendo que não tinha o dado uma resposta, sr. Rickman largou a caneta e cruzou os dedos sobre a mesa me olhando com uma sobrancelha erguida, ao percebe-lo voltei minha atenção para ele.
__A senhorita me entendeu?
__Ham...sim! Entendi. Estarei aqui às oito em ponto_como se eu já não chegasse esse horário _- Tenha uma boa noite senhor.
Fiz um movimento de cabeça antes de me virar para sair, porém a voz de veludo dele me parou próximo a porta.
__Srt. Jones? _girei nos calcanhares e o olhei, meu chefe segurava o copo que eu o tinha entregue quando cheguei_-Quem é... Edith Walter? _ele olhou do copo pra mim e eu gelei em meu lugar
_É ...uma amiga da cafeteria senhor.
_Uhm... estranho que ela tenha colocado seu número no meu copo de café. Qual as intenções dela com isso?
Passei a mão direita na nuca me lembrando que Edith havia perdido seu celular à dois dias e como não teria tempo para ela me passar o novo número, acabou o escrevendo no copo. Que maravilha! Eu agora teria que dizer a verdade.
__Bem, senhor... na verdade, este era o meu copo. O seu derramou antes que eu conseguisse entrar na sala.
Sr. Rickman olhou para mim como se eu tivesse duas cabeças
__Você toma café com canela e leite, sem açúcar?
Perguntou levantando novamente uma sobrancelha.
__É por aí. Gosto da mistura. _ele entortou a boca ainda não convencido do que eu tinha falado_-O senhor não está pensando que peço o mesmo café que o senhor para no caso se o seu derramar, né?_sorri nervosa_-Isso é apenas uma mera coincidência.
__Claro! _falou seco e indiferente e colocou o copo na lixeira, sem nem se quer perguntar se eu gostaria de anotar o número de minha amiga. _-Dá próxima vez, não derrame meu café. Agora a senhorita pode ir.
Não disse mais nada, saí da sala com a raiva me consumindo...só então quando cheguei a saída do prédio que eu comecei a gritar e esperniar sem me importar com os olhares das pessoas ao meu redor.
__Filho da mãe! _gritei olhando pro prédio mais senti uma pessoa encostar no meu ombro.
__Emi? O que foi?
Era o Hugo e sua voz me fez alcamar um pouco, olhei pra ele por cima do ombro e vi Edith próximo a nós também, então me virei para olha-los.
__O idiota do nosso chefe...Aquele...Aquele... Aquele TERRORISTA! Ele vai me enlouquecer.
__Nossa! O que aquele ser fez desta vez pra ter lhe deixado assim?
Edith perguntou preocupada
__Ele descobriu seu número no copo, Edith.
Minha amiga arregalou os olhos
__Emi, eu sinto muito. Não imaginei que ele descobriria.
__Não foi sua culpa... só que o café dele derramou hoje mais cedo e eu tive que dar o meu pra ele.
__Derramou porque a ôxi da Alice colocou o pé no caminho de propósito .
Hugo falou e Edith fechou a cara
__Aquela vaca vai se ver comigo.
__O problema não é só esse._falei chateada_-Aquele pesadelo de homem nem se quer importou em me entregar o copo para que eu anotasse seu número, ele simplesmente o jogou na lixeira próximo a sua mesa. Hgh...
__Também não lhe agradeceu, né?
Hugo perguntou já sabendo a resposta.
__Orgulhoso como é, acho que nunca receberei agradecimentos da perte dele.
__Que cara idiota.
Assim que Edith falou, nos viramos ao mesmo tempo e começamos a caminhar para longe do hall de entrada do prédio já que o sr. Rickman estava saindo com o telefone no ouvido. Por sorte ele não nos viu,ou se viu, não tinha diferença.
__Alguém deveria dar uma lição nesse cara.
Edith disse enquanto olhávamos a rabo de olho para o homem que entrava no seu carro que havia sido entregue pelo manobrista.
__Um dia... não sei quando, ele também terá o que merece. E minha praga pega,amigas.
Hugo falou, por um resquício de tempo, senti uma certa pena do homem, mais ele precisava ser menos arrogante e ignorante. Por bem ou por mal.
__Você sabe Emi, eu conseguiria um trabalho na cafeteria pra você e não precisaria mais passar por todo esse constrangimento ao lado desse rabugento que vocês tem como chefe.
__Eu agradeço novamente a sua boa vontade Edith. Mais eu não posso sair do meu trabalho.
__Querendo ou não, Emi se prepcupa com o chefe.
__Eu não me preocupo com ele... só...
__Você sim Emi. Afinal, o que ele seria sem sua assistência dentro daquela empresa? Depois de ficar dois meses fora, ele deixou tudo em sua responsabilidade, quando chegou encontrou tudo pronto e organizado, apenas se sentou lá e fez sua ata idiota.
__Bem... eu acho que querendo ou não, você o considera de alguma forma, Emi.
Edith disse pegando seu telefone e pedindo o meu que peguei para salvar seu número.
__Você me lembra de jamais anotar nada em ambos os seus pedidos. Assim evitará outras situações como a de hoje,amiga. Eu sinto muito.
__Tudo bem, Edith. Já passou. Obrigado pelo número.
Edith me abraçou e chamou um táxi, sua casa não ficava muito longe de onde trabalhávamos, a de Hugo também, então eles iam embora juntos no mesmo carrinho amarelo. Já eu teria que esperar um pouco mais sabendo que nem todos os táxis faziam a rota para minha casa por ser um bairro "perigoso"
Alguns minutos depois, vi o carro de númeração conhecida que por sorte estava vazio então fiz um sinal ele parou e eu entrei finalmente indo pra casa para ver minha mãe depois de um dia chato e entediante.
...
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Meu 'NÃO TÃO' Querido Chefe
RomanceEmily Jones trabalha à dez anos para um dos empresários mais arrogantes e prepotentes de uma das melhores empresas de exportação de Nova York. Ela o odiava por ser ignorante e durão com os funcionários, mais tudo passa a mudar quando ambos embarca...