Pov Emily
Enquanto o senhor Rickman dirigia, minha atenção estava toda no céu que de uma hora pra outra foi tomado por nuvens assustadoramente escuras. Pingos de chuva começaram a escorrer pelos vidros do carro, o senhor Rickman ligou os para-brisas retirando o excesso de chuva que começara a cair.
Fazia alguns minutos desde que deixamos a pequena lanchonete, mais até agora não vimos nenhum hotel pelas redondezas. Olhei para meu chefe um pouco preocupada com seu semblante aflito, sua atenção estava na estrada mais também na chuva e nos trovões que cortavam o céu, eu tinha a certeza que ele estava inseguro de prosseguir viagem, então eu precisava acalma-lo de alguma forma. Como sabia que devido a tempestade, nenhuma estação de rádio pegaria naquele momento, tirei meu celular do bolso e o liguei em minhas playlists, coloquei uma música calmante e olhei para o senhor Rickman, seu semblante frazino foi logo relaxando e ele me olhou.__Está tudo bem senhor. _sorri passando conforto à ele_-Logo chegaremos ao Hotel e ficaremos seguros por lá, eu prometo. Não precisa ter medo.
Pela primeira vez, senti os olhos dele fitando os meus com intensidade enquanto diminuia a velocidade do carro.
Sr.Rickman acenou e voltou sua atenção a estrada, porém o carro começou a falhar, ele estava com um barulho estranho e um botão no painel começou a piscar.
__O que está acontecendo?
Perguntei e o senhor Rickman segurou o volante com as duas mãos, a ponta dos dedos se tornaram brancos devido a força que fazia.
__Eu não sei, o carro está nos jogando pra direita. Isso não é bom!
Meu coração começou a bater rápido pela adrenalina. Me endireitei no banco e senti o solavanco do carro, logo um barulho de estouro e entre a chuva, podia-se ver fumaça saindo do capô.
__Senhor?
O carro parou de repente e desligou o painel. Senhor Richard ligou a luz do teto e tentou ligar o carro mais uma vez, porém, não estava adiantando.
__Essa não! _falei com olhos arregalados
__Estamos parados bem no meio de uma rodovia e pelo que parece, algo queimou no motor e uma das rodas, talvez a direita traseira deve ter estourado.
__Ai meu deus! E o que faremos agora, senhor? _peguei meu celular tentando procurar algum sinal de rede, mais nada.
__Eu não sei. _ele passou as mãos nos cabelos_-Não consigo entender: este é o meu carro novo, o levei para uma revisão mais cedo antes da viagem.
__O caminho é longo e com essa chuva, uma coisa deve ter levado a outra...
Assim que terminei de dizer, senhor Rickman tirou o cinto e abriu a porta do carro
__Senhor? O que está pensando em fazer?
__Fique aqui. Preciso dar uma olhada.
__Não! _segurei no braço dele e ele me olhou por cima do ombro._-O senhor pode pegar um resfriado se sair debaixo desta chuva, por favor, não vá lá fora.
__Preciso checar, senhorita Jones, não podemos ficar parados no meio da rua. Fique aqui.
Eu nada mais disse, apenas o vi sair do carro e fechar a porta enquanto a chuva o banhava por inteiro. Senhor Rickman foi para frente do carro, e o vi pegando a lanterna do celular para iluminar o capô, ele o abriu e ficou analisando algo por lá enquanto eu ficava aflita dentro do carro. Depois de alguns segundos demorados, ele fechou o capô e veio até a roda direita traseira, a chutou e apalpou, sentindo a pressão. Desapontado, o senhor Rickman se aproximou do meu lado na porta, abaixei um pouco o vidro da janela e ele disse:
__Foi o que eu pensei. A roda estourou e algo queimou lá na frente. Não podemos fazer muito agora, só que precisarei da sua ajuda, tudo bem?
Perguntou e eu assenti
__O que tenho que fazer senhor?
__Vá para o outro banco e tente ligar o carro e girar o volante, eu vou empurrar.
__Ok. Entendi.
Tirei o cinto e me esforcei para sentar no outro banco, senhor Rickman foi para trás do carro e se posicionou para empurrar, liguei o veículo e girei o volante, felizmente com a força que eu desconhecia no senhor Rickman, o carro começou a andar lentamente, porém a chuva piorou, agora com raios ventos e trovões, eu preisava manter a calma para que meu chefe ficasse calmo então fiz o que ele pediu e quando finalmente estavamos fora da pista, ele correu e entrou completamente ensopado se sentando no banco do carona.
__Céus, senhor... _Ele estava tremendo de frio, tinha algumas folhas em seus cabelos e sua roupa colava em seu corpo._-O senhor precisa se aquecer! _limpei as folhas dos cabelos dele e me curvei no meio do banco para alcançar minha bolsa, a abri rapidamente e retirei um dos agasalhos pesados que minha mãe colocou e meu edredom de pelinhos negro.
__Tire as blusas senhor Rickman, e vista isso, é grande o suficiente pra caber no senhor.
__Não é necessário, senhorita Jones, eu estou bem. Tenho uma mala lá atrás, posso...
__NÃO! _praticamente gritei o deixando surpreso _-O senhor não está em condições de discutir agora, aceite minha ajuda.
Ele nada disse, pegou o agasalho de neve "porque minha mãe é muito exagerada mais acaba sendo por uma boa causa" retirou suas camisas molhadas sem que eu visse seu peito pois virei a cabeça o deixando a vontade, e ele logo vestiu o agasalho.
__Você pode olhar.
Virei minha cabeça pra ele e sorri, havia ficado perfeito em seu tamanho, não era atoa que aquele agasalho era unissex, grande e confortável.
__Muito melhor! _abri o edredom e coloquei por cima dos ombros dele_-Abrace-o, isso o manterá aquecido, senhor.
Sorri quando o vi abraçando o edredom e encostar a cabeça no banco, meu chefe fechou os olhos e respirou profundamente, logo os abrindo e girando a cabeça para o lado para me olhar.
__Obrigado!
Agradeceu pela primeira vez em anos e contente, eu o olhei, também encostando minha cabeça no banco.
__De nada, senhor.
Desviei o olhar assim que meu chefe olhou para os para-brisas que voltaram a funcionar limpando o excesso da água para melhorar nossa visão a frente. Ficamos em silêncio por alguns segundos, até que ele puxou conversa me fizendo uma pergunta um tanto delicada.
__O que aconteceu com seu pai?
Suspirei e pensei por alguns segundos antes de o responder.
...
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Meu 'NÃO TÃO' Querido Chefe
RomansaEmily Jones trabalha à dez anos para um dos empresários mais arrogantes e prepotentes de uma das melhores empresas de exportação de Nova York. Ela o odiava por ser ignorante e durão com os funcionários, mais tudo passa a mudar quando ambos embarca...