7. Promises

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Bom dia!

Só faltam TRÊS para o fim, quatro com o epílogo😭

Boa leitura❤️

🏰

Outubro chegou a Northumberland com manhãs ainda mais frias e noites mais longas, o outono ficava mais profundo à medida que se aproximava do inverno e o período de colheita se estendia por algumas semanas a mais. Dentro das paredes grossas e gélidas do castelo, as lareiras passavam um bom tempo acesas para aquecer os cômodos e o crepitar da lenha era um som muito confortável e bem-vindo nas primeiras horas do dia. Harry sorriu manhoso ao se virar na cama, mal tinha aberto os olhos e apenas sentia o cheirinho do quarto e do seu alfa, impregnado nos lençóis. Tateou à procura de Louis e não o encontrou, embora o colchão estivesse quentinho.

Abriu os olhos, preguiçoso, e piscou vagarosamente, o dia já havia nascido há um tempo e a claridade entrava pelas janelas em formato de fenda. Apesar disso e da lareira que ardia em chamas, o quarto estava em uma penumbra gostosa e aquecida, os cobertores grossos completavam o conforto e ele coçou os olhos, manhoso ao acordar. Viu Louis em uma das cadeiras diante da lareira, inclinado ao desenhar alguma coisa na folha, vestia sua camisola longa sob um xale preto e seus cabelos estavam desgrenhados, concentrado em seu trabalho.

Harry sorriu, adorava vê-lo desenhar, coisa que Louis escondia de praticamente todos e geralmente só fazia na intimidade. Sabia que seu marido tinha um sonho e sempre quis ser artista, mas aquilo lhe foi tirado por causa dos deveres de senhor feudal, e ficava triste por ver seu alfa esconder todo aquele talento nas gavetas da escrivaninha por achar que era bobo e sem propósito. E quem era ele para mudar a cabeça daquele homem teimoso? Louis era tão maleável como uma pedra quando colocava algo em mente, então não tinha muito o que o ômega pudesse fazer.

Apenas assistiu o marido trabalhar silenciosamente, alheio ao fato de que o ômega já tinha acordado e era seu observador. Harry puxou os cobertores mais para cima, usava apenas uma camisola de linho, coisa que ele até tinha se desacostumado a usar para dormir porque geralmente pegava no sono ainda nu, depois de um sexo intenso e gostoso, mas naquela noite não haviam se tocado, Louis estava morto de cansaço por ter treinado os soldados o dia todo e quando deitou na cama já pegou no sono, sem chances de qualquer toque.

A vida íntima dos dois era interessante, naqueles dois meses - um pouco mais que isso, mas ainda não chegava a três - de união, ambos estavam se descobrindo, Harry exercia o papel de esposo, para o qual foi preparado durante toda a sua vida e tinha que confessar que não era as mil maravilhas que sua mãe tinha dito que seria. Primeiro que conviver com Louis era complicado, não porque ele era um homem ruim, longe disso, mas ele era teimoso ao extremo e Harry não ficava muito atrás, ambos eram ciumentos e só com aquilo já era possível perceber que suas discussões, frequentemente por motivos bobos, eram acaloradas - chegaram a brigar no salão principal uma noite e todos que moravam no castelo testemunharam o vexame - e na maioria das vezes se resolviam com um sexo selvagem com direito a tapas, apertos, mordidas, puxões de cabelo e xingamentos.

A bolha cor-de-rosa de seu primeiro mês desaparecia aos poucos e dava lugar a um casal real, sem a máscara do encantamento dos contos de fadas. Os dois se gostavam muito, nutriam algo intenso um pelo outro e certamente estavam encaminhando para o amor, mas ainda eram pessoas que, apesar de terem convivido com certa proximidade entre suas famílias, tiveram criações diferentes e experiências distintas que moldaram sua concepção de mundo. Eram orgulhosos e não dariam o braço a torcer tão fácil, mas estavam dispostos a aprender com seus erros, afinal um casamento era assim. Deveriam se acostumar com os hábitos um do outro e se adaptarem da melhor forma possível, discordâncias aconteceriam e, felizmente, na maioria das vezes resolviam conversando. Mesmo que em alguns dias mais estressantes acabassem descontando sua irritação no cônjuge e aquilo se transformava em uma briga acalorada, sem motivo aparente.

The Dark Castle • Larry Stylinson Onde histórias criam vida. Descubra agora