-Kacchan... eu...Te amo... - Deku me dizia isso enquanto se afastava pra longe, tentei correr e alcançar mas ele estava muito longe, ele ia sumindo e eu gritava pra ele esperar.
- Não, espera, volta, Midoriya- eu gritava estendendo minha mão a ele, mas ele simplesmente sumiu dentro de um buraco negro, pulei ofegante, com o coração batendo forte, minha boca estava seca e eu estava suado, minha mão direita estava apoiada na cama e minha mão esquerda agarrando meu peito, senti meu rosto molhar e pela primeira vez na vida eu não consegui segurar as lágrimas.
-Que pesadelo, tinha que ser minha culpa, preciso encontrar um jeito de consertar isso, o mais rápido possível, como eu pude me esquecer dos meus sentimentos por ele assim? Como sou idiota. - disse para mim mesmo enquanto limpava minhas lágrimas, péssima hora pra um pesadelo assim. Ouvi uma batida na porta do meu quarto, levantei e andei até ela, não me importava se me vissem assim, já chega de me fazer de forte.
- Fala ae Bakugou, bora correr no....o que aconteceu com você?
- Cala a boca kirishima, não grita, tô com dor de cabeça pô.
-Cara desde aquela luta sua com o Midoriya vocês estão muito estranhos, parece até que trocaram de personalidade, o que tá acontecendo cara? Me conta vai. - disse ele fechando a porta do meu quarto enquanto eu estava sentando na cadeira do meu computador.
- Sei nem por onde começar mano. - disse passando as mãos no cabelo e deixando minhas lágrimas visíveis.
- começa com o que mais te machuca. - disse ele me olhando atento.
- Eu sei que sou alguém difícil, que desde pequeno fui mimado e tudo o mais, nunca aceitei que o Deku fosse tão fraco, então eu me tornei mal com ele, o machucava sempre que ele sorria pra mim, era bom na verdade ter ele me seguindo pra todo lado, mesmo apanhando e sendo humilhado por mim, ele nunca saia de perto, me acostumei a isso, mas o problema era que na verdade eu engolia todo o sentimento que eu tinha por ele, não merecia amar ele se eu o machucava, isso foi só aumentando, até que eu percebi que não dava mais pra aguentar, mas como sempre, ao invés de falar não, eu preferi machucar, machuquei tanto que acabei com a última chance que eu tinha quando ele simplesmente não sorria mais pra mim, aquilo me abalou, tem me torturado, eu machuquei a única pessoa que realmente se importava comigo, só que agora eu não sei como arrumar essa bagunça, ele não me deixa chegar perto, não sei mais pra quem dizer, mas Kirishima - disse com o choro entalado olhando pra ele.
- Eu o amo de verdade, não aguento ficar sem ele, não quero sentir que o perdi, por favor, me ajuda. - kirishima ficou quieto, pensativo, sua mão estava fechada em punho, ele levantou da cama e me socou no rosto com toda a força que tinha, fui jogado contra a parede do meu quarto com muita força, olhei para ele em pé enquanto eu estava no chão com a mão onde ele bateu, quando eu ia retrucar ele soltou tudo o que tava na cabeça.
- Que merda de atitude é essa? Se tu fez a besteira então vá arrumar, somente chorar e dizer que não quer perder ninguém não vai resolver, levanta e corre atrás do que você quer, se você realmente ama ele então vai dizer isso pra ele, se ele te recusar então que seja, engula a dor e corra atrás do seu prejuízo, vá onde você errou e mude isso, se ele te ama ou não ninguém pode te dizer, ele te admirava muito, mas você sempre agiu como se ele estivesse atrapalhando, se não quer perder então lute, pense, você ainda tem tempo, não aja como se o Midoriya estivesse morto caramba, agora não me venha com esse papo furado, quer ajuda? Engula o orgulho e pergunte pra quem o conhece no que você pode mudar. - ele estava muito nervoso, afinal ele também ama alguém só não teve a oportunidade de dizer, mas eu entendi o que era pra ser feito, nem que leve anos, mas vou ter ele de volta a todo custo, me levantei do chão e agradeci ao Kirishima por me trazer a realidade, eu não vou desistir tão fácil.