esse é o primeiro capítulo

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não, eu não sou o sapo que vai prever o seu futuro e nem aquele que gosta de moscas quaisquer.

sou um sapinho muito profundo, sério, sábio e claro, poético. por isso, não me subestime.

odeio letras maiúsculas e tanajuras. por isso, não me venha me dizer que sou burro porque eu faço isso por c-h-a-r-m-e.

a primeira história que vou contar vai ser de quando eu era ainda um mero girino ingênuo, quando me perdi em alto mar da minha criadora poeta.

tão jovem, tão pequeno e indefeso. eu estava perdido no mar, só que mais perdido ainda em meus devaneios devaneados.

"mamãe? mamãe?" eu perguntava. ela não me ouvia, tinha sumido. ó mamãe, por que nunca mais voltou??

papai também não aparecia, estava em uma importante viagem à trabalho e estava longe demais dali naquela hora.

meus irmãos girinos sequer notaram minha ausência.

mamãe não apareceu, então eu comecei a vagar pelo mar sozinho.

mamãe sempre disse "não ande sozinho, seu filho de eu"

eu desobedeci ela pela primeira vez, mas também foi a última porque depois nunca mais a vi.

daquele dia em diante, comecei a andar com minhas próprias pernas, ou seriam nadadeiras?

tão jovem, tão ingênuo... eu achei que seria fácil aquela vida de girino independente.

vaguei pelo alto mar até mudar de forma e me tornar um incrível e reluzente...

sapinho.

mas há coisas que precisam ser contadas, muito mais...













o sapo poeta precisa agora tomar um Dorflex, até logo

Crônicas do Sapo PoetaOnde histórias criam vida. Descubra agora