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vinte e sete

CAPÍTULO VINTE E SETE

 

Quando acordo, ainda está escuro e tudo o que ouço é o ronco suave de Harry ao meu lado. Olho para vê-lo deitado sobre a sua orelha, a boca ligeiramente aberta. Parece que a orelha vai cair na boca, o que na verdade é uma das coisas mais bonitas de sempre.

Pego no seu telemóvel que está perto do seu peito e pressiono a tecla homme. O relógio do seu telemóvel indica que passa apenas um pouco das cinco, o que significa que o despertador de Harry irá tocar em breve, desde que ele perdeu o estágio na última semana, pois a sua família estava na cidade.

Desligo os fones de ouvido para que ele ouça o alarme disparar e depois vou para a cozinha para preparar o pequeno-almoço. Cerca de trinte minutos depois, ouço Harry virar-se e, em seguida, um grande bocejo. Viro-me, para ver que Harry mal consegue abrir os olhos mas lança um sorriso descansado enquanto respira de maneira uniforme, todo o seu corpo a mover-se com isso.

Ele olha para cima, então, os seus olhos caem sobre mim e o seu sorriso cresce. "Hey, Vi." Ele murmura, animando-se e dizendo excitadamente, "Será que podias fazer-me o pequeno-almoço?"

Olho para as panquecas empilhadas umas sobre as outras e dou de ombros, "Eu acho."

Ouço-o movimentar-se e volto-me para ver Harry ao meu lado. Ele estica-se e pega algumas panquecas e coloca-as no seu prato. Espero que ele se sente, mas não o faz. Em vez disso, ele apenas fica lá até que eu viro a panqueca para cima na espátula. "Queres esta ou algo assim?" Pergunto, acenando.

Antes de Harry poder falar, a panqueca voa e bate diretamente no rosto de Harry. Ela pousa diretamente no seu prato, mas a massa nos seus lábios fazem-me querer beijá-lo.

"Violet!" Ele diz. Parece um rapazinho louco por não ser capaz de ter uma bolacha antes do jantar.

Mordo o lábio para tentar manter uma risada afastada, falhando miseravelmente na tentativa de conter um sorriso. "Desculpa, sinto muito" Digo, rindo no final um pouco, mas então vejo o rosto de Harry e tento afastar o riso de novo.

Ele olha para mim, estreitando os olhos. "Não, não sentes." Ele diz em tom de acusação.

"Sim, eu sei." Digo, virando-me e atirando a espátula para a pia enquanto movo panquecas para o meu prato. Quando me viro para trás, Harry ainda está a fazer beicinho com um pequeno pedaço de panqueca preso na ponta do nariz.

"Violet!" Ele diz, mais uma vez, alongando o meu nome. "És tão má para mim, depois de tudo que faço por ti!" Ele diz sarcasticamente, girando ao redor o seu braço de forma dramática, que não contem o prato cheio de panquecas.

"Tu cozinhas, isso é tudo." Corrijo, sorrindo timidamente, "Eu cozinhei o pequeno-almoço hoje, então cala a tua estúpida boca e come." Digo, mesmo que realmente gostasse de beijar aquela estúpida boca, mas, isso não é importante.

Harry balança a cabeça, tentando esconder o seu sorriso, mordendo o lábio inferior, "Deixo-te usar os meus livros, a minha televisão e a minha cozinha." Diz incisivamente, agora, em vez de esconder o sorriso, sorri de forma inteligente, "Oh, e recentemente começaste a usar a minha cama. Então."

Reviro os olhos e caminho até à mesa, sentando-me e, felizmente, Harry segue-me: "Tenho certeza que qualquer outra pessoa que possuía este apartamento deixaria, também", digo, continuando a conversa: "Talvez não a cama, no entanto." Murmuro, olhando para as minhas panquecas, pensativa: "Eu acabaria a usar o sofá, no entanto, é o que fazia às vezes contigo; outras vezes apenas dormia no armário."

Ele sorri, "Então, estou a fazer-te um favor a deixar-te dormir num colchão quente e confortável." Harry aponta, gesticulando com o garfo com uma panqueca sobre ele, "O que, na verdade, é importante, porque todos os seres precisam de uma boa noite de sono."