🌹Capítulo 4🌹

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~~~~~~~~~Benjamin Florian~~~~~~~

Nunca comece o que você não vai terminar, pois quando você não termina algo, aquilo vai voltar para lhe perseguir.

Isso é o que minha mãe sempre me dizia quando eu era pequeno, agora eu consigo ver o quanto isso faz sentido, desde que neguei Mal e não continuamos o que nossos corpos claramente queriam, eu não paro de pensar nela.

No seu cheiro, na sua pele, no seu corpo, no gosto dos seus lábios, em tudo, cada pedaço, cada detalhe. Não consigo deixar de ver ela ali na minha cama, abaixo de mim gemendo e suspirando a cada contato nosso.

- mas que inferno! - exclamo jogando os papéis com palavras cruzadas que eu estava tentando fazer para ocupar a mente no chão. Toda hora vem ela na minha mente, suas perguntas, sua voz, argh! Estou vendo Mal em todos os lugares, em tudo!.

Me levanto da cadeira e vou em direção a janela de vidro, observo o céu azul e me pergunto se ela virá hoje, mesmo torcendo para que não. Já faz quase uma semana que ela não vem, não sei o que pensar, tantas coisas me vem a mente ao mesmo tempo em que tento não pensar.

O mantra que eu tento manter é que não posso me permitir fazer isso com ela, não posso sentir de novo o que já senti por aquela pessoa maldita, não posso.

- não posso - murmuro sentindo meus lábios tremerem e o choro vir, não sou nada do que pareço ser, apesar dos sentimentos e do meu olhar mostrar meus piores sentimentos e dores, eu não sou isso. Nunca fui. Mas precisei me tornar. Precisei desde que percebi o que havia acontecido comigo, desde que a confusão e o medo me tomou.

Desde que eu percebi que havia morrido e me tornando uma nova pessoa, uma pessoa bem diferente daquele Ben amoroso sonhador. Aquele Ben morreu dentro de mim e agora eu não sei quem está no lugar, tendo me consolar e dizer a mim mesmo que tudo aquilo não vai se repetir, não tem como se repetir, mas a traição sempre me enoja me fazendo me manter longe de tudo e de todos.

Mas Mal chegou do nada e está me fazendo voltar com esses pensamentos, essa tortura, mesmo sabendo que no fim minha decisão será sempre a mesma.

Quero continuar sozinho.

[....]

Pego um pedra e jogo no rio, observo ela afundar antes de espichar água. Me sinto como ela, afundando enquanto destrói tudo ao redor. Minha vida está sendo tão confusa, guardar tudo isso para mim me sufoca, mas também não posso contar a ninguém, mesmo que minha mente agora tenha alguém para tentar me convencer a dividir tudo.

- humm, tentando matar o peixes com o seu amargor?.

Deixo de jogar mais uma pedra quando ouço uma voz atrás de mim, permaneço virado sem querer olhar para Mal pois sei que verei além do que quero.

- achei que você tinha uma vida para cuidar. - murmuro sem querer deixar aparente que estou feliz em ver ela ali.

- você também não tem, quer discutir isso comigo? - ela diz chegando finalmente ao meu lado, ainda não a encaro. - não vai me cumprimentar ou agir como um ser humano normal? Pensei que tínhamos subido um degrau no que se diz respeito a nossa interação social.

- deveríamos?. - jogo enfim a pedra que já estava em minhas mãos.

- não é óbvio?.

- por que?.

- você já viu até meus peitos, precisa de um motivo maior que esse para evoluir o nosso grau de intimidade? - quase me engasgo com a facilidade com a qual ela fala isso, mas não me surpreendo pois de Mal eu espero tudo. Enfim vendo que a pedra ja afundou, eu me viro para Mal que esta me encarando com desdém. - eu andei pensando...

Flower Of Love (Descendentes)Onde histórias criam vida. Descubra agora