🌹Capítulo 6🌹

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~~~~~~~~~~~~Mal Bertha~~~~~~~~~~

Alguns dias depois....

- hum, você está me fazendo comer tantos morangos que possivelmente em uma outra vida eu terei alergia a eles - Benjamim murmura quando eu ofereço mais um morango a ele que nega, mas claro que eu o forço a comer.

Primeiro que se eu amo morangos, ele tem que amar também. Segundo que eu adoro quando o beijo e sinto seus lábios doces por causa da fruta.

- cruzes! Bate na madeira - procuro uma madeira em nossa volta porém não encontro, fazendo ele rir antes de se deitar na toalha que colocamos no chão.

Estamos na floresta, obviamente, em uma parte em que sempre ficamos para relaxar, próximo a margem do rio.

- eu estive pensando - puxo assunto quando paro finalmente de comer. Olho para Ben que está de olhos fechados porém resmunga alguma coisa sobre eu sempre está pensando em algo - já que ninguém consegue te ver e tals, por que você não vem morar comigo?. - em minha mente essa proposta soava bem melhor.

- não sou um bichinho de estimação, Bertha - me retraio quando percebo que isso mexeu com ele.

- claro que não, mas... Eu pensei...

- pensou em você, não em mim - o tom de voz rude acompanhado com o olhar seco dele me faz desviar o olhar e me concertar para não ver ele mais.

Um silêncio desconfortável se instala até que eu vejo, pelo canto do olho, ele se levantar. Observo ele em estado pensativo até se aproximar mais de mim.

- eu não posso sair da floresta - ele diz em um sussurro e eu desvio o olhar - de alguma forma eu não consigo sair. É mais uma dessas coisas sem explicações - engulo em seco quando nossos olhares se encontram, fico em silêncio até que ele me puxa devagar e me envolve em seus braços, percebo que é o seu pedido de desculpas por ter sido grosso comigo. Apesar da minha parcela de culpa pela proposta sem noção. - se está difícil para você vir sempre aqui, não tem problema se quiser parar por um tempo.

- não - nego rápido e me concerto para olhar em seus olhos - não quero ficar longe de você - seu sorriso fraco me acalenta. - eu só tenho achado o dia curto de mais, queria passar as 24horas com você, mas se não é possível, eu não vou insistir - explico e sorrio aliviada quando percebo em seu olhar que ele compreendeu o que quis dizer. Logo nossas bocas se encontram e repuxo seu lábio inferior durante o nosso beijo calmo.

- posso te fazer uma pergunta? - questiono em um sussurro deixando claro em meu olhar que é uma pergunta na categoria "sem noção da Bertha". Como ele apelidou a um tempo atrás quando eu o questionei se ele fazia xixi. Até hoje não obtive respostas.

- faça. - aperta levemente meu queixo em um gesto fofo que eu amo quando ele faz.

- você não pode sair da floresta por que... Você...- não consigo terminar porque a falta de vida nele mexe muito comigo.

- sim, fui assassinado aqui na floresta - o olhar duro de mágoa e rancor volta a brilhar, sua íris chega a escurecer.

Desde que nos conhecemos eu venho percebendo que a cada dia que passa seu olhar de ódio e angústia vem diminuindo, tem dias que não o vejo naquele estado mórbido, ele diz que eu estou ajudando a cicatrizar toda a dor que ele sentia todos os dias. Fico feliz com isso, mas acabo de perceber que tocar no assunto mostra que ele ainda guarda toda essa raiz de amargura dentro de si.

Flower Of Love (Descendentes)Onde histórias criam vida. Descubra agora