~~~~~~~~~~~~Mal Bertha~~~~~~~~~~
- aonde você vai de novo?.
Suspiro fechando os olhos quando ouço a voz da minha mãe atrás de mim. Me viro calmamente e concerto a mochila do meu pai em minhas costas, já que a minha teve um fim que eu ainda não sei qual.
- conseguir dinheiro, mãe. Estamos já sem nada na dispensa - murmuro sabendo que isso será o suficiente para ela me deixar em paz. Dito e feito, ela apenas faz um muxoxo com os lábios antes de fazer um gesto mandando eu ir embora. Sorrio sem vontade e me viro para a porta, saindo logo antes que meu pai saia do banho matinal e as brigas de sempre comecem.
Dessa vez saí mais cedo de casa, três horas antes da última vez. Que foi anteontem. Pois é, nem faz tanto tempo, mas preciso voltar lá e conseguir colher essas flores e outras ervas que uso para meus cremes. Geralmente faço isso em etapas, mas devido ao último acontecimento quero colher tudo o que preciso de uma vez.
Antes de seguir em direção direto para a floresta, paro na loja de Jay para pegar algumas coisas que perdi junto com a minha mochila.
- e aí - cumprimento meu amigo que sorri sem muita vontade, olho para Evie no fundo da loja. Não estamos nos falando muito mas não tenho nada contra ela por agora. - oi Evie.
- oi - ela se limita a dizer antes de entrar na casa de Jay que revira os olhos com nossa interação robótica.
- ela que é esquisita.
- você pichou o cabelo dela no verão passado, queria que ela sorrisse para você? - dou de ombros sem me importar muito com ele. - do que precisa?.
- de uma corda grande e um canivete daquele que você me deu da última vez que vim aqui - digo passando o olho pelas prateleiras abarrotadas de coisas.
- você perdendo canivetes? que milagre é esse? - me questiona enquanto vai atrás do que pedi.
- aproveita e me dá essa tesoura grande aí - não respondo ele que me trás tudo e sorri com deboche. - a primeira pessoa que vou pagar será você, prometo - murmuro fazendo ele rir por já saber que eu faria isso. - diz a Bluebarry que pode parar de fazer drama - murmuro vendo ele revirar os olhos enquanto guardo tudo na mochila para logo depois me virar para ir embora.
- cuidado, Bertha - me alerta.
Sigo meu caminho tentando não acelerar muito para não cansar. Mesmo sabendo que seria uma previdência e garantia de ajuda, eu não passo por onde os aldeões ficam, vou direto pela ruína do castelo. Então o senhor que sempre fica atento a minha localização nem sabe que estou indo para a floresta, não deixo ele saber pois não quero que ele impeça minha ida, algo que ele já havia me dito que faria caso me visse ali aquela semana.
Mas não posso me dar ao luxo de esperar mais tempo em casa, preciso ter tudo para preparar os cremes para vender.
Quando vejo as ruínas dessa vez fico um tempo encarando tudo, me perguntando como essa família vivia, e o que de fato ocorreu ali para aquele enorme e majestoso castelo ser abandonado dessa maneira. Depois de uns minutos observando o lugar, sigo em direção a floresta, no mesmo lugar em que eu fui anteriormente. Sigo dessa vez mais atenta, mantendo a mochila bem firme em minha costas e os ouvidos bem abertos para caso aquele esquisitão apareça.
Ando o tempo que andei da última vez até chegar no local onde tem flores a disposição, porém como eu cortei da última vez, a dois dias atrás, nesse exato local não tem mais, por isso sigo mais em frente indo em um lugar que eu sei que tem aos montes, tendo inclusive ervas que eu uso também.
Quando chego na espécie de clareira que é certo ter flores, sinto minha alma querer sair do corpo e minhas pernas fraquejarem quando vejo todas as flores esmagadas e ficando murchas.
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Flower Of Love (Descendentes)
Hayran KurguEste é um conto MalEn. Se a tristeza muitas das vezes nos aprisiona, imagina um sentimento tão forte e negativo quanto o ódio?. Este é um pequeno conto de romance que retrata a história de um príncipe, Benjamim Florian, e de uma jovem meio atípica...