🌹Capítulo 1🌹

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~~~~~~~~~~~~Mal Bertha~~~~~~~~~~

Assim que o sol sobe pela colina e ilumina meu quarto eu acordo, deveria ter acordado mais cedo, porém ontem eu trabalhei além da conta e fui dormir extremamente tarde.

É horrível ser a provedora no sentido financeiro de casa. Meus pais parecem mais meus filhos do que o que de fato são, tutores legais que deveriam cuidar de mim, não serem cuidados por mim.

Quando me levanto da cama já vou diretamente para minha escrivania onde tem um espelho mediano colado na parede, me dando a visão do meu estado. Apesar do olhar de cansaço pelo pouco tempo em que dormi, consigo sorrir minimamente para mim tentando me convencer de que hoje será um dia bom, mesmo sabendo que estou mentindo para mim mesma.

Penteio meus cabelos roxos e os amarro em uma trança embutida que custei a aprender, porém agora faço no automático e bem firme. Pego o meu creme que uso como perfume, produto feito por mim, e passo na minha pele sentindo o aroma se espalhar pelo meu quarto. É um cheiro bastante cítrico e doce ao mesmo tempo, mas é graças a ele que eu consigo ter uma folga no fim do mês com o dinheiro que ganho ao vender esses cremes.

Hoje inclusive é dia de colheita na floresta, na verdade, quando acaba os produtos eu levo cerca de uma semana procurando na floresta tudo o que preciso para produzir em grandes porções. Nesse tempo meus pais juram que eu estou roubando com gangues por aí, mas eu prefiro fazer isso somente no inverno mesmo, quando a floresta está completamente congelada e não tenho nada para coletar.

Assim que termino de me arrumar, inclusive tomo meu banho e escovo os meus dentes, desço para a parte debaixo da casa onde fica a sala e a cozinha, de imediato escuto meus pais brigando seriamente.

- ... Seu inútil! - Malévola grita instantes antes de lançar uma jarra enorme em direção a cabeça de meu pai, que ao se abaixar para não ser atingido facilita o caminho do objeto em minha direção.

- o que foi dessa vez? - eu pergunto estressada quando preciso me abaixar também rapidamente antes de ter minha cabeça arrancada de mim.

- essa louca achando que manda em alguém além dos demônios de estimação dela - meu pai, Hades, passa por mim enquanto come um pedaço de pão velho, observo ele se jogar no sofá sem se importar com a voz da minha mãe ainda bradando da cozinha. - Mally, liga a tv aqui, esqueci de pegar o controle - meu pai me chama sem nem se quer mover um dedão do sofá onde está deitado. Fecho os olhos e suspiro ainda ouvindo as murmurações de Malévola.

- se você fosse esperta me traria veneno para matar esse inútil - minha mãe diz antes de passar por mim e subir as escadas em direção aos quartos. Vou até a sala e ligo a tv para meu pai que ainda me prende ali por uns minutos para que encontre o canal preferido dele. Quando concluo minha incrível tarefa inútil, pego minhas coisas já separadas no armário e saio sem dizer nada pois sei que os dois vão iniciar outra briga, dessa vez para saber quem vai ter o direito de escolher o que eu tenho que comprar.

Como se eu tivesse dinheiro para sanar as vontades sádicas dos dois.

Confortável com minha calça e jaqueta jeans, coloco a mochila velha mas costas e sigo em direção a floresta.

- aonde vai com tanta pressa? - Jay, um amigo, me para quando me vê passar em frente a sua pequena loja familiar.

- para a floresta, você sabe que todo mês eu tenho que ir lá.

- não sei como você consegue - ele diz rindo por eu não ter parado de andar. - cuidado com os fantasmas!.

Reviro os olhos e sigo meu caminho tendo em mente o conselho dele. Boatos dizem que a floresta é mal assombrada, nunca acreditei até porque entro nela todo mês e nunca vi nada de estranho, talvez seja por eu sempre ir pelo mesmo caminho toda vez que vou.

Flower Of Love (Descendentes)Onde histórias criam vida. Descubra agora