🌹Capítulo 3🌹

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~~~~~~~~Benjamin Florian~~~~~~~~

O som da chuva é a única coisa que me faz saber que ainda estou nesse mundo, o clima escuro lá fora mesmo cedo já de manhã deixa tudo muito mórbido. Faz um tempo que eu não consegui mais ver a garota lá na sala agonizando, me sinto um covarde por ter a deixado lá, mas o que mais posso fazer?.

Não posso buscar por ajuda e muito menos comprar remédios pois ninguém pode me ver, preciso me manter em segurança.

- Benjamin...

Penso está ouvindo fantasmas, o que é irônico, e me levanto da cama para chegar mais perto da porta e ter a certeza de que não é outra coisa. Quando escuto novamente uma voz fraca me chamar, eu me dou conta que é Lale, ou melhor, Mal, me chamando.

Quase suspiro aliviado por saber que ela não se foi.

Ainda.

- Benjamin?...- quando chego na sala a encontro suando e se mexendo um pouco. Durante a noite eu precisei tirar a blusa que ela estava vestida por causa da febre, ao menos não deixar ela esquentar mais do que já estava era uma boa ideia, mas fazer isso me lembrou de coisas que eu não queria, nem podia.

- estou aqui - murmuro sem está arrependido por eu ter dito meu nome a ela, achei que ela iria morrer, mas pelo menos ainda está firme e forte, ela é mais forte do que eu imaginei.

- estou com fome. - escuto ela dizer e seguro na mão dela antes de verificar a temperatura. Quase me surpreendo ao ver que a febre baixou milagrosamente sozinha.

- vou trazer sopa para você - murmuro sem saber se ela está me escutando, pela cara dela de nojo tenho dúvidas se sim ou não.

- você realmente é um idoso. - reviro os olhos antes de levantar.

- e você pelo visto já está melhor - a olho mais uma vez e sorrio mesmo que ela não esteja me vendo pois ainda está de olhos fechados.

Pego um prato e coloco um pouco da sopa que preparei para ela mesmo, pois não tenho vontade alguma comer, como por comer, apenas para não... Sei lá, para continuar vivendo mesmo.

- você consegue se sentar? - pergunto colocando o prato com a sopa no chão para ajudar ela a se sentar no sofá. Quando ela consegue e abre os olhos, a primeira coisa que faz é sorrir sem deixar de me olhar.

- seu sobrenome é horroroso - a encaro sem acreditar no humor que essa garota tem, durante toda minha vida nunca encontrei alguém como ela. E também pela possível e óbvia falta de informação que ela tem.

- você lembra.

- achou que eu fosse morrer e me disse, azar o seu - murmura pegando o prato com a sopa, mas antes olha para si mesma e logo depois para mim ao perceber está com o sutiã amostra pois eu tirei sua blusa.

- queria cozinhar ainda mais? - questiono incentivando ela a pegar o prato da sopa, a vejo revirar os olhos e se concertar no sofá antes de pegar o prato e começar a tomar a sopa devagar. Consigo ouvir ela me chamando de tarado, mas permaneço em silêncio em relação a esse insulto. - seus pais devem está preocupados com você.

- não estão, provavelmente devem está ocupados demais tentando se matarem - murmura antes de colocar uma colher de sopa na boca - e os seus? Vem te visitar ou é você que vai visitar eles?.

- é vem você com mais perguntas - me levanto para que ela não veja meu semblante. Falar de mim me faz lembrar de tudo o que aconteceu, e ao lembrar de tudo, a amargura que sinto volta a corroer minha alma me deixando com um péssimo humor e mais ódio do que quando tudo aconteceu.

Flower Of Love (Descendentes)Onde histórias criam vida. Descubra agora