Bakugou desceu com Eri para o espaço de luta corpo-a-corpo que a UA passou a permitir que os alunos usassem livremente. Já no terceiro ano e ainda vivendo nos dormitórios, era como se a escola já fosse uma casa. E, para Bakugou, era a casa que ele mais gostava, então foi fácil guiar Eri até ali e novamente se aproveitar de um fim de semana em que provavelmente ninguém mais estaria ali.
A menina usava uma roupa confortável, mas parecia mais que ia para uma aula de dança do que defesa pessoal. Ela era muito fofinha. E Katsuki sabia que ela podia usar isso contra um oponente na vida real, e o trabalho dele era ensiná-la a fazer isso.
Já fazia um mês que ele treinava a Eri. Aos poucos, ele a ajudava a criar consciência corporal e respeitar os próprios limites, algo que ele gostaria de ter aprendido bem mais cedo, todavia, não havia quem lhe ensinasse. Todos os treinos iniciavam com yoga e meditação, e então ele decidia quais movimentos ensiná-la, já que a esse ponto da graduação ele aprendera diversos estilos de luta.
Apesar de sua individualidade ser mais focada no combate à distância, Katsuki Bakugou jamais se deixaria ter uma fraqueza tão grande quanto depender apenas de sua individualidade para se defender. Além disso, Kirishima e ele treinavam muito juntos nesse mesmo local, e Eijirou ficava cada vez melhor nas mais diversas lutas já que sua individualidade exigia conhecimento em lutas corporais e ele precisava treinar a resistência para permanecer com a individualidade ativada o máximo de tempo possível.
Hoje, era a primeira vez que ela vinha para aquela pequena academia, já que os dois costumavam treinar no quarto de Katsuki.
— Fez o dever de casa? — Bakugou perguntou, provocando.
Eri revirou os olhos. A pirralha tinha que parar de andar com ele.
— Sim, eu pratiquei. — Ela resmungou.
Bakugou riu, admirando o pequeno monstrinho que estava criando. Ele conectou seu celular às caixas de som do local e um rock pesado começou a tocar. Ele trocou por uma música tradicional japonesa, o som rítmico do Koto ecoando pelo local. Eri fez biquinho e Katsuki franziu o cenho.
Ele realmente estava criando um monstrinho.
Katsuki iniciou o alongamento com base na Yoga, passando pelas poses com fluidez e calma. Eri acompanhava com toda a flexibilidade assustadora de uma criança de oito anos, e invejava quando as poses mais desafiadoras não faziam algo dela estalar. Mas ela ainda tinha muitos anos de exaustão física pela frente se quisesse ser heroína, e um dia seu corpo soaria tão crocante quanto o de Katsuki.
Eles pararam na posição de lótus para meditar, ainda ao som da playlist de música tradicional. Quando os primeiros sons do taiko começaram a ressoar, Bakugou soube que o tempo da meditação estava completo, e eles se levantaram devagar. Quando o som dos tambores ficou mais acelerado e alto, os dois começaram a correr ao mesmo tempo, Eri seguindo os passos de Bakugou com naturalidade. Ao som do taiko, Bakugou guiou todo o aquecimento, vendo os primeiros indícios de suor despontarem nele e em Eri.
Quando a música acabou, ele percebeu que o tempo do aquecimento tinha acabado. Eri era uma menina quieta por natureza, mas o silêncio concentrado dela durante as práticas era impagável e deixava Katsuki com um coração quentinho, como um pai orgulhoso. Agora sim, ele mudou a playlist de volta para os rocks pesados que ele escutava para treinar e Eri começou a dançar, cantando em alguma língua entre o japonês, o inglês, o mandarim e o latim, praticamente inventando o próprio idioma.
Rindo, Bakugou abaixou o saco de areia para prática de Boxing até que ficasse na altura dela, e então pegou de sua bolsa as luvas que tinha comprado para Eri. Cuidar dela estava tendo impactos em sua carteira, mas não era como se fosse algo muito grande.
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Eri em: missão cupido de natal
FanfictionBakugou acaba sendo praticamente obrigado a cuidar da Eri e o que começa como algumas horas e muita confusão (sem ter a mínima ideia de como lidar com uma criança), acaba se tornando muitas horas de aprender a ser alguém melhor e ensinar a Eri, junt...