Capítulo 3 - Treinando com o tio Bakugou

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Bakugou desceu com Eri para o espaço de luta corpo-a-corpo que a UA passou a permitir que os alunos usassem livremente. Já no terceiro ano e ainda vivendo nos dormitórios, era como se a escola já fosse uma casa. E, para Bakugou, era a casa que ele mais gostava, então foi fácil guiar Eri até ali e novamente se aproveitar de um fim de semana em que provavelmente ninguém mais estaria ali.

A menina usava uma roupa confortável, mas parecia mais que ia para uma aula de dança do que defesa pessoal. Ela era muito fofinha. E Katsuki sabia que ela podia usar isso contra um oponente na vida real, e o trabalho dele era ensiná-la a fazer isso.

Já fazia um mês que ele treinava a Eri. Aos poucos, ele a ajudava a criar consciência corporal e respeitar os próprios limites, algo que ele gostaria de ter aprendido bem mais cedo, todavia, não havia quem lhe ensinasse. Todos os treinos iniciavam com yoga e meditação, e então ele decidia quais movimentos ensiná-la, já que a esse ponto da graduação ele aprendera diversos estilos de luta.

Apesar de sua individualidade ser mais focada no combate à distância, Katsuki Bakugou jamais se deixaria ter uma fraqueza tão grande quanto depender apenas de sua individualidade para se defender. Além disso, Kirishima e ele treinavam muito juntos nesse mesmo local, e Eijirou ficava cada vez melhor nas mais diversas lutas já que sua individualidade exigia conhecimento em lutas corporais e ele precisava treinar a resistência para permanecer com a individualidade ativada o máximo de tempo possível.

Hoje, era a primeira vez que ela vinha para aquela pequena academia, já que os dois costumavam treinar no quarto de Katsuki.

— Fez o dever de casa? — Bakugou perguntou, provocando.

Eri revirou os olhos. A pirralha tinha que parar de andar com ele.

— Sim, eu pratiquei. — Ela resmungou.

Bakugou riu, admirando o pequeno monstrinho que estava criando. Ele conectou seu celular às caixas de som do local e um rock pesado começou a tocar. Ele trocou por uma música tradicional japonesa, o som rítmico do Koto ecoando pelo local. Eri fez biquinho e Katsuki franziu o cenho.

Ele realmente estava criando um monstrinho.

Katsuki iniciou o alongamento com base na Yoga, passando pelas poses com fluidez e calma. Eri acompanhava com toda a flexibilidade assustadora de uma criança de oito anos, e invejava quando as poses mais desafiadoras não faziam algo dela estalar. Mas ela ainda tinha muitos anos de exaustão física pela frente se quisesse ser heroína, e um dia seu corpo soaria tão crocante quanto o de Katsuki.

Eles pararam na posição de lótus para meditar, ainda ao som da playlist de música tradicional. Quando os primeiros sons do taiko começaram a ressoar, Bakugou soube que o tempo da meditação estava completo, e eles se levantaram devagar. Quando o som dos tambores ficou mais acelerado e alto, os dois começaram a correr ao mesmo tempo, Eri seguindo os passos de Bakugou com naturalidade. Ao som do taiko, Bakugou guiou todo o aquecimento, vendo os primeiros indícios de suor despontarem nele e em Eri.

Quando a música acabou, ele percebeu que o tempo do aquecimento tinha acabado. Eri era uma menina quieta por natureza, mas o silêncio concentrado dela durante as práticas era impagável e deixava Katsuki com um coração quentinho, como um pai orgulhoso. Agora sim, ele mudou a playlist de volta para os rocks pesados que ele escutava para treinar e Eri começou a dançar, cantando em alguma língua entre o japonês, o inglês, o mandarim e o latim, praticamente inventando o próprio idioma.

Rindo, Bakugou abaixou o saco de areia para prática de Boxing até que ficasse na altura dela, e então pegou de sua bolsa as luvas que tinha comprado para Eri. Cuidar dela estava tendo impactos em sua carteira, mas não era como se fosse algo muito grande.

Eri em: missão cupido de natalOnde histórias criam vida. Descubra agora