Capítulo 2 - Contando a verdade ao tio Bakugou

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FELIZ NATAL!!!


Katsuki estava com as pernas na posição de lótus, cruzadas à sua frente. Sua expressão estava cuidadosamente neutra, o que por si só já era um estranho fato. Nem mesmo seu cenho estava franzido, nenhum sinal de raiva em sua face. Denki, do outro lado da sala, encarava a cena com nervosismo.

— Então, Eri-chan, eu consegui convencer o professor Aizawa a deixar você sair com a gente. Eu, o Shoto, a Ura e o Iida vamos todos proteger você, a gente vai poder ir numa sorveteria e você pode comer todo o sorvete que quiser! Sem se preocupar. — A voz de Midoriya soou pela sala. — Você não precisa ficar com o tio Bakugou hoje.

— Mas eu quero ficar com ele, Tio Zuku. — Eri murmurou.

Midoriya franziu o cenho, confuso. Eri queria ficar com Bakugou? Ela queria?!

Ele não ouviu nenhuma palavra sobre o que aconteceu no dia que a deixou com ele, nenhuma reclamação de Aizawa. Mas daí a achar que Kacchan tinha conquistado a menina...

Bem, mesmo com tudo que eles passaram, o próprio Izuku ainda gostava de Katsuki, então talvez aquilo não deveria surpreendê-lo tanto.

— Então você pode ficar. Claro que pode. Né, Kacchan?

— Fazer o quê, né.

Katsuki escondeu cuidadosamente o sorriso que queria despontar em seus lábios. A pirralha preferia ele ao inútil do Deku? Era isso mesmo que ele estava vendo?

Todos os outros alunos da sala estavam visivelmente confusos, sem saber o que fazer, para onde olhar ou o que diabos motivou Eri a escolher ficar no dormitório com Bakugou ao invés de sair com Izuku. Mesmo que a menina tivesse certo pavor de muita interação social e lugares lotados, ainda aprendendo a ser menos desconfiada e não ter medo o tempo todo, na mente deles nada justificava escolher ficar com Katsuki. Tinha que ser doido pra escolher isso.

Ou ser o Kirishima, o que dá no mesmo.

Bakugou não aguentava mais o clima estranho na sala de estar, então decidiu ir logo ao seu quarto.

— Eri, vamo. — Foi o único aviso que ele deu antes de ir em direção ao elevador, logo entrando e assistindo a menina correr para segui-lo.

Ela entrou no elevador e se virou de frente a sala.

— Tchau, tio Zuku! — Ela acenou, toda sorrisos.

Bakugou fechou a cara, frustrado. Ele logo deixou sua expressão neutra novamente quando percebeu que estava fazendo a sua "cara de raiva", que sempre fazia Kirishima rir. O filho da puta dizia que parecia um biquinho de manha. Pau no cu dele, Katsuki não fazia biquinho e nem nunca na vida fez manha. Se foda ele e o cabelo de merda dele.

Katsuki e Eri saíram do elevador e foram em direção ao quarto dele. Sem dizer uma palavra, ele abriu a porta, fechou, e deixou a menina sentada em sua cama. Ele pegou os produtos que tinha usado da última vez e, junto com eles, um novo pacote que chegara recentemente: uma embalagem de papelão com várias presilhas e outros enfeites de cabelo. Os olhos de Eri brilhavam e a boca dela abriu em um "ooohhh" perfeito. Bakugou escondeu o sorriso orgulhoso e arrogante que queria se desenhar em seu rosto.

— É pra mim?

— Tenho cara de quem usa presilha de cabelo?

Eri parou, como quem refletia acerca de um assunto de profunda relevância.

— Ia ficar bonito! — Ela respondeu, animada.

Bem...eles estavam sozinhos no quarto, não estavam?

Eri em: missão cupido de natalOnde histórias criam vida. Descubra agora