Kirishima entrou na academia de forma hesitante pela primeira vez na vida. Ele não estava assustado, ou com medo, mas curioso. Estava morrendo para saber como funcionava aquela dinâmica entre Bakugou e Eri, que ele nunca tinha visto na vida. Não imaginava que seu melhor amigo pudesse se dar tão bem com crianças, era um choque vê-lo carregando Eri no braço.
Ela tinha apenas feito manha, dito que tinha acordado muito cedo, estava cansada. E Katsuki, Katsuki "Se você faltar o treino eu te mato, filho da puta" Bakugou, perguntou se a Eri queria pular o treino de hoje! O cérebro de Eijirou estava em curto circuito desde então, assistindo-os meio de longe e sem entender o que via.
Eri decidiu manter o treino, e Katsuki a pegou no braço para levá-la a academia, simples assim. Kirishima também queria que quando ele dissesse que estava cansado, Bakugou o carregasse nos braços até a academia. Mas nem todo mundo era Eri, né mesmo?
E tinha quem dizia que Eijirou era o preferido de Katsuki. Tsk, tsk.
Eijirou riu de seu próprio ciúme e aceitou a estranheza do que via a sua frente. Agora, ele só queria fazer parte e treinar junto com a Eri, porque ele entendia completamente o porquê da doce menina ter amolecido o coração de Katsuki.
Bakugou colocou a tradicional playlist de Koto para tocar e Eijirou respirou fundo ao ouvir os acordes do instrumento japonês. O ritmo um tanto acelerado contrastava com a respiração calma que Katsuki os induzia a tomar. Ao ver que eles começariam em pé, Eijirou questionou se Bakugou estava mesmo com pena de Eri por estar cansada, já que sempre que ele começava a Yoga em pé, e não numa breve meditação na posição de lótus, sentado, significava que o treino seria intenso.
E foi exatamente isso que aconteceu, Katsuki arrancou os membros de Eijirou um por um já no alongamento.
O ritmo às vezes suave, às vezes frenético do Koto embalou os alongamentos extremamente flexíveis de Katsuki, que ocasionalmente voltava para a posição do cachorro olhando para baixo e a posição da criança (a preferida de Kirishima, porque era a mais fácil e uma posição de relaxamento). Eri não mostrava nenhuma dificuldade mesmo nas poses de equilíbrio, toda a liberdade do corpo de uma menina de oito anos que já se exercitava regularmente. Já Bakugou e Kirishima eram uma sinfonia de 'trac, trac, trac' do corpo estalando ao ser alongado pela primeira vez no dia.
Eijirou, sinceramente, queria chorar. Com a prática rotineira ao lado de Katsuki, ele já estava bem melhor, mas ainda era muito travado. Katsuki os guiou para a posição da cadeira, e Eijirou relaxou um pouco mais. Agachado, contando com a força dos músculos de sua perna para mantê-lo equilibrado, ele estava numa área muito mais familiar para ele, que era a resistência. A pequena Eri levantou e saiu da postura antes do fim, sinalizando que a coxa dela não estava aguentando.
— Força, Eri. Resistência é prática, não tem outro jeito. Vamos! Plus ultra! — Eijirou a animou, sorrindo.
Ele notou um sorriso suave se desenhando nos lábios de Katsuki, mas não comentou. Eri assentiu para ele e logo voltou a postura, a face concentrada de quem se esforçava muito. O coração de Eijirou encheu de orgulho.
Aos poucos, Katsuki passou pelas posturas dos guerreiros e se agachou. Eijirou choramingou ao ver seu melhor amigo com uma perna completamente estendida ao longo do chão, enquanto a outra estava dobrada, encostada ao seu peito e bem colada ao corpo. Katsuki estava praticamente sentado no chão de tão flexível, as mãos juntas e a expressão calma. Ao seu lado, Eri imitava a postura com facilidade. Eijirou, contudo, tremia e se desequilibrava constantemente, o músculo tremendo e reclamando do alongamento. Era, de fato, seu ponto fraco.
Por isso, ele comemorou imensamente quando Katsuki os guiou para que deitasse de costas no tapete, juntando as pernas e deixando-as cair juntas para o lado e depois para o outro, antes de estendê-las ao final do tapete, bem afastadas. Era a postura final de meditação e um sorriso enorme enfeitava o rosto suado de Eijirou.
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Eri em: missão cupido de natal
FanfictionBakugou acaba sendo praticamente obrigado a cuidar da Eri e o que começa como algumas horas e muita confusão (sem ter a mínima ideia de como lidar com uma criança), acaba se tornando muitas horas de aprender a ser alguém melhor e ensinar a Eri, junt...