PRÓLOGO

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Ano 3015 a.C.

O Egito vivia o seu apogeu, sob o governo do faraó Atmos, pai de uma filha somente, a princesa Aisha, mais linda que um raio de sol e pura como a água mais cristalina, cujo coração jamais conhecera soberba ou maldade. O faraó muito desejara ter um filho varão, mas sua esposa jamais concebeu outra criança, o que fez com que ele depositasse todas as suas esperanças na filha, a quem estimava mais que tudo; então, decretou e fez-se saber em todas as nações que daria a jovem princesa em casamento a um homem puro de coração fosse rico, pobre ou escravo.

Ora, rezava uma antiga profecia que se dois puros coabitassem gerariam um filho varão com poder sobre humano e imortal. Era, exatamente, o que Atmos queria – um descendente capaz de governar seu império para sempre; almejou tanto, que ignorou o aviso contido na profecia que dizia que o fruto de uma união tão pura assim, traria ao mundo muitas calamidades e seria um ser perverso e de coração gelado.

"Ele irá transformar inocentes em criaturas noturnas, atentará contra todas as leis da natureza ao beber o sangue de suas vítimas, virá sobre a humanidade como uma praga que assola uma plantação e deixará um rastro de destruição por onde passar... ''. – revelava a profecia.

O soberano estava tão cego em sua procura que ousou cometer tal sacrilégio e uniu as duas almas puras, casando a filha com um escravo.

Conforme fora revelado, a princesa concebeu um filho, a quem chamou de Dracon. Na hora que o menino veio ao mundo, o dia se fez noite, pois o sol escondeu-se sob nuvens negras e o Egito foi assolado por uma grande tempestade, durante a qual muitos morreram como se em sacrifício ao nascimento profano.

Dracon era uma criança linda e cativante e olhando para ele, ninguém poderia imaginar o terror que recairia sobre aquela civilização e tantas outras.

Quisera o destino que sete anos mais tarde, Atmos morresse misteriosamente, e depois de mais sete, sua esposa também se foi do mesmo modo misterioso.

A desgraça, porém, não se completara e com o mesmo intervalo de tempo, morreu o pai de Dracon e posteriormente a sua mãe, deixando-o como único herdeiro e, portanto, faraó aos 28 anos de idade. Esta foi a maldição que recaiu sobre a casa do faraó por ter violado a lei sagrada.

***

O novo soberano precisava de uma rainha para governar ao seu lado e casou-se, então, com Laika, uma nobre fina e distinta. Ela ainda não sabia, mas o terror que a acometeria na noite de núpcias mudaria, irremediavelmente, o rumo de sua vida.

Ao adentrar em suas câmaras o marido parecia transformado, nem de longe lembrava o homem nobre e cavalheiro com quem subira ao altar. Ele a atacou como um animal sanguinolento, mordendo-a na veia pulsante do pescoço e sugando-lhe cada gota de seu precioso sangue. No primeiro instante, sentiu uma dor aguda e dilacerante, mas esta se arrefeceu, deixando-a como que inebriada, depois não viu mais nada. Desmaiou.

Acordou daquele sono profundo, um estado inconsciente de quase morte, algum tempo depois, com a sensação de que dormira por dias a fio. Estava confusa, sem entender o que se sucedera. Porém, a expressão do rosto do marido continuava em sua mente e ainda tinha a sensação de ter a pele do pescoço arrebentando com a pressão das presas dele, ligeiramente, pontiagudas.

Atordoada, sentou-se na cama, imaginando se não teria sido um pesadelo.

Nisso, entrou Dracon e saudou-a:

— Bem vinda de volta à realidade!

— O que fizeste comigo, meu senhor? – Perguntou assustada.

Drácula: O mestre dos vampiros - O legado de LilithOnde histórias criam vida. Descubra agora