Drácula: O mestre dos vampiros - O legado de Lilith

CAPÍTULO 07

Ano 2.985 d. C

Mil anos se passaram desde o nascimento de Aurora e agora viera ao mundo outra pura, a sexta que nascia após os pais de Drácula. Entretanto. depois de seu pai nenhum outro homem puro de coração nascera. Havia nas profecias uma passagem sobre isso.

"... o nascimento da criatura de coração implacável quebrará para sempre o ciclo místico que traz homens puros ao mundo".

O mestre das trevas estava acompanhando na espreita o crescimento da nova pura e o caminhar da humanidade; via em ambas as coisas, a solução para seus problemas. Ele conhecia bem os humanos, suas fraquezas não se encobriam diante dele, mas deixaria as coisas seguirem seu curso. Os humanos ainda lhe seriam muito uteis, ao menos, alguns deles.

No decorrer desses últimos séculos, os vampiros foram sendo caçados e aniquilados um a um por Laika e os exércitos dos governos; os poucos sobreviventes, não eram nem sombra da população vampiresca que fora um dia. No entanto, apesar de estarem quase dizimados, ainda resistiam com força voraz.

O mundo inteiro mudara. Novas tecnologias foram desenvolvidas, outras aperfeiçoadas: agora, um avião dava uma volta completa no planeta em pouquíssimas horas; os prédios, longe de serem os arranha-céus de antes, pareciam tocar o céu, muitos indo além das nuvens e até no subsolo existiam grandes metrópoles.

Tudo isso favorecia os caçadores contra os vampiros, pois com o aval do governo, tinham acesso a todas as armas sofisticadas e a recursos para criá-las, o que deixava os inimigos em desvantagem, uma vez que seus poucos aliados, infiltrados nos governos e nas forças militares, ou foram presos ou mortos e os que restaram não podiam fazer muito.

Assim, o cerco se fechava contra Dracon, que sozinho condenara seus súditos, por não ter conseguido aplacar sua ira diante da morte da rainha e seu herdeiro, que nem mesmo chegara a nascer. A atenção que chamou para si e suas criaturas fora responsável pela quase extinção de sua raça. Entretanto, isto estava longe de abater um homem tão prepotente como ele, ainda mais sendo tão poderoso.

Havia algo em que a humanidade vinha progredindo tecnologicamente e que despertara seu interesse: a nova invenção que alguns cientistas da NASA vinham trabalhando, uma cápsula temporal, semelhante às cápsulas espaciais, só que capaz de viajar no espaço tempo. Porém, o módulo demoraria alguns anos para ser aperfeiçoado e testado, para então ser usado com segurança. Connan fora infiltrado entre os inventores da máquina e ficou na espreita, aguardando o momento certo de avisar ao mestre, pois pretendiam roubá-la.

Assim, vintes anos mais tarde, apresentou-se à nova pura. Esteve surpreso do quanto foi fácil seduzi-la; em momento nenhum, se sentiu repelido pela jovem, nem mesmo quando lhe roubou um beijo. Melanie, entregou-se a ele sem resistências, o que o fez se dá conta de que deixara algo passar despercebido nas profecias e tratou logo de examinar.

"... Se a pura nascida com poderes sobre-humanos for possuída pela criatura das trevas, suas sucessoras não nascerão igualmente virtuosas e poderão ser facilmente corrompidas por qualquer homem; a queda de uma, será a perdição das outras".

"— Então é isso?!" – pensou ao ler.

Retornou ao quarto com uma expressão sombria; olhou para Melanie adormecida em seu leito. Seus planos foram frustrados, mais uma vez. Aquela mulher não serviria para seus propósitos. Aproximou-se dela como uma fera se aproxima de sua presa; acariciou-lhe o rosto, ao que ela reagiu abrindo os olhos, meio sonolenta.

— Bom dia! – ela saudou-o com um sorriso.

— Não és tão virtuosa quanto deveria ser... – começou com um sorriso maléfico.